13 de janeiro de 2019
O batismo do Senhor
1º Domingo após Epifania
Salmo 29; Isaías 43.1-7; Romanos
6.1-11; Lucas 3.15-22
Texto para prédica: Lucas 3.15 – 22
Tema: Como um pregador precisa reagir
diante do sucesso?
Epifania significa “aparição, manifestação”. De acordo com o calendário
litúrgico significa uma manifestação divina. No sentido filosófico,
epifania significa uma sensação profunda de realização, no sentido de
compreender a essência das coisas. É como se algo difícil fosse solucionado.
A Epifania do Senhor é um dia festivo.
Sempre comemorado dois domingos após o natal. A Epifania é a manifestação de
Cristo.
Epifania é o terceiro evento mais
importante do calendário cristão. Surgiu antes mesmo da festa de natal e é
comemorado dia 06 de janeiro. A partir dessa data segue-se o Tempo comum até a
Quaresma, que é o tempo após a Epifania.
Na Epifania celebra-se a manifestação
ou encarnação de Deus no mundo através da obra de Jesus Cristo. A igreja lembra
na epifania o nascimento de Jesus com a visita dos reis magos do oriente e
ainda o começo do ministério de Jesus aqui na terra, a partir de seu batismo.
E é justamente no episódio que envolve
o batismo de Jesus e João Batista que aprendemos uma preciosa lição.
João Batista estava tendo sucesso. Eram
400 anos do silêncio de Deus. E agora, quando as pessoas começam a ouvir que alguém
está anunciando, preparando o caminho de Deus, começa o buchicho entre o povo e
parece que todos deixam a cidade e vão para o deserto, as margens do rio Jordão
para ouvir e serem batizados por João Batista.
Lucas anuncia que “...as esperanças
do povo começaram a aumentar” (Lc 3.15).
Havia muita ansiedade entre o povo de
Deus para o cumprimento da promessa. O messias era aguardado, afinal, a
promessa sobre sua vinda e libertação havia sido proclamada desde Adão e Eva.
As Escrituras, pelas palavras dos profetas declaravam nitidamente que nasceria
um descendente de Davi e que esse libertaria o povo.
Dessa maneira, quando o povo ouviu a
respeito de João Batista, pensaram que o mesmo fosse o Messias.
Como é tentador é
tentador o projeto de poder!
João Batista – você é
o Messias?
No entanto, João Batista, está convicto
do seu lugar dentro do projeto de Deus. Ele sabe para qual finalidade nasceu,
qual é o seu chamado e nos ensina a não deixar que o sucesso suba a cabeça.
João Batista diz que é pregador, mas,
nada do que acontece é sua obra. Ele reconhece a sua limitação. Ele não buscou
glória para si.
Dias atrás, conversando com uma pessoa,
a mesma disse que tinha um desejo incrível de poder tocar teclado. Seu desejo
era tocar na igreja. O problema era que não conseguia aprender. Na conversa,
disse a ele, continua tentando, você irá aprender e quem sabe algum dia tocará
na igreja. Nesse momento, sua exclamação foi: “não queria que isso
acontecesse quando eu estivesse velho”. Ao que perguntei: Por que?
Qual é o problema se Deus te usar apenas uma vez na vida e mesmo que seja no
final da vida?
João Batista nos dá uma bela lição,
quando estamos sendo tentados pelo sucesso no servir. João Batista respondeu: “não
mereço a honra de desamarrar as sandálias dele” (Lc 3.16).
Quem somos nós?
Quanta honra é poder servir no reino de Deus?
Nossa honra em si já é sermos servos.
Nós não merecemos, sequer servir, mas,
somos honrados pelo servir.
Não é um peso estar a serviço no reino
de Deus.
O profeta Isaias fala a um povo aflito.
Um povo que deixou de servir a Deus, pois, não viam motivos para tal. Parece
que não estavam ganhando nada com esse servir. Para esse povo, Isaias os
convidou a perceberem (Is 43.19). Percebam que Deus os remiu, te chamou pelo
nome, você é de Deus (Is 43.1).
Não tenho honra nenhuma. Eu não sou
nada. O que sou, só sou em Cristo.
Somos honrados em poder servir. O
problema é quando cedemos a tentação e queremos ser exaltados pelo servir.
Lucas exclama que com a pregação, o
servir de João Batista, “...as esperanças do povo começaram a aumentar”
(Lc 3.15). Será que o messias que era tão aguardado estava diante
deles?
João Batista se destaca no servir.
Destaca-se em sua tarefa profética, tanto que chega a confundir as pessoas a
ponto de estarem cheias de esperanças messiânicas, o confundirem com o próprio
Messias enviado da parte de Deus.
Lembro-lhes mais uma vez, João Batista,
nos dá uma grande lição. Ele se coloca como é: servo que prepara o caminho para
aquele que há de vir. João reconhece a sua inferioridade e a superioridade de
Cristo.
No entanto, mesmo exaltando e apontando
para a superioridade de Cristo, vemos o próprio Cristo sendo batizado por João
Batista que dizia que não merecia sequer desamarrar as sandálias de Jesus.
Aqui aprendemos a mesma lição. Ou seja,
ao se submeter ao batismo, Jesus aceita seu papel de servo em prol do pecador.
Quem está engajado na missão de Deus,
sempre se submete em humildade ao Deus da missão e as estruturas enviadoras e
receptoras.
Servir na missão é estar envolvido na
missão do Deus triuno. Nessa missão, não somos maiores, nem melhores, somos
agraciados em servir àqueles que nos serviu e serve. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann
Oi pastor, no início o senhor diz que a epifania é comemorada sempre dois domingos depois do natal. Mais adiante o senhor diz que é comemorada no dia 6 de janeiro. Qual é a data certa?
ResponderExcluirOlá, obrigado pela pergunta.
ResponderExcluirA Epifania se inicia dia 06 de janeiro, mas a igreja a celebra no segundo domingo. Isso pelo fato de na maioria das vezes dia 6 ser durante a semana.