terça-feira, 28 de novembro de 2017

A gratidão nasce da graça!

03 de dezembro de 2017
1º Domingo de Advento
Sl 80.1-7; Is 64.1-9; 1Co 1.3-9; Mc 11.1-10
Tema: A gratidão nasce da graça!

Neste novo ano eclesiástico, a IELB tem como desejo, lembrar aos cristãos que os mesmos vivem sob o efeito do Sola Gratia. A IELB deseja lembrar aos cristãos que os mesmos estão no mundo, atuam e agem no mundo, mas não são do mundo.
Viver e anunciar o que o Senhor tem feito no lugar onde se foi colocado por Deus é uma extraordinária oportunidade para rever a atuação do cristão nas diversas vocações. Quer seja na família, na sociedade, e na igreja.
O apóstolo Paulo desejava que seus leitores, em especial da primeira carta aos Coríntios, e atualmente nós, revejam sua situação. Muitos coríntios haviam sidos trazidos ao evangelho, e por discórdias, estavam agora se afastando da graça de Deus.
O apóstolo Paulo permaneceu em Corinto por um ano e seis meses.
Sua viagem a Corinto aconteceu em sua segunda viagem missionária (Atos 18). O resultado foi a conversão de muitas pessoas ao cristianismo.
Corinto, junto com Roma, Éfeso e Alexandria era uma cidade grande e importante na época. Sua importância geográfica, deve-se ao fato da localização de Cencréia, um dos portos mais importantes do mundo de então. O mundo inteiro se encontrava no entroncamento em Corinto. Assim, quem estava em Corinto, se fazia presente em todo o mundo. Todo o comércio entre o oriente e o ocidente passava por essa cidade.
Corinto havia sido destruída em 146 a.C. e reconstruída 100 anos depois, ou seja, em 46 a.C. por César Augusto. Por esse motivo pode-se dizer que Corinto estava em franco florescimento e isso favorecia a semeadura do evangelho da graça.
Culturalmente, os coríntios iam as praças públicas para ouvir os filósofos e pensadores que por lá passavam.
A cidade de Corinto era importantíssima na área esportiva. Havia prática de esportes ístmicos, superado apenas pelos jogos olímpicos de Atenas. Todos os esportistas iam a Corinto. Arqueólogos e historiadores com base em desenhos da época, acreditam que os jogos ístmicos eram disputados em provas hípicas, atléticas, musicais, literárias e náuticas. Havia também concursos de poesia e música para mulheres. O prêmio era uma palma e uma coroa de folhas de pinheiro.
Todo esportista corintiano ou de outra região competia e buscava vencer com objetivo de ser aplaudido e se tornar famoso para continuar vivo na memória da comunidade.
Corinto, uma cidade rica e bela, precisava do evangelho e o evangelho chegou a essa cidade. O evangelho foi pregado e muitos foram convertidos por ele, mas, infelizmente “a graça dispensada pelo evangelho” havia sido corrompida.
Tema: A gratidão nasce da graça!
1 - “graça concedida em Jesus Cristo” (v.4)
A palavra “corinthiazestai” significava viver como um coríntio, ou seja, bêbado e na corrupção moral. Ser coríntio era ser alguém que vivia na boemia.
Para muitos países, ser brasileiro significa “dar um jeitinho para tudo”. Ser brasileiro é ser filho de uma terra que produz um bom carnaval e um bom futebol.
Voltando a Corinto, os cristãos (um pequeno grupo) nessa cidade de 400 mil habitantes, estavam enfrentando a dificuldade de relacionamento. Devido a graça de Deus, os cristãos, passaram a viver de maneira diferente dos coríntios.
Paulo demonstra a sua preocupação. Havia deixado um grupo de pessoas que por terem sido alcançadas pelo evangelho na vida sob a graça de Deus, agora esse grupo estava sendo tentado a se deixar levar pela imoralidade da vida de um corinto. Assim, as perguntas que o apóstolo Paulo busca responder são as mesmas que muitos se fazem ainda hoje: Como resistir as tentações de uma grande cidade? Como suportar as fraquezas e os vícios do ocidente e oriente que se bifurcam e se misturavam nos grandes centros? A resposta é simples e direta. Só é possível através “da graça que foi concedida em Jesus Cristo” (v.4).
Na Bíblia há muitas figuras para ilustrar a igreja. Eu gosto muito de pensar na igreja como uma árvore. Toda árvore recebe sua vitalidade da raiz. A árvore só resiste aos temporais quando possui raízes fortes. Seja qual for a árvore, ela só produz bons frutos quando bem alimentada pela raiz. A raiz da igreja é Cristo, por isso disse Jesus: “sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5).
Tudo o que a igreja é e produz se deve a graça de Deus em Jesus Cristo. Não há motivo para vanglória e exaltação. Os coríntios poderiam sim, devido a sua natureza pecaminosa, se afastar da graça de Deus, mas, os cristãos só poderiam estar e permanecer na igreja devido a ação graciosa de Deus. Por isso o apóstolo Paulo disse: “Dou graças (eucharisto) ao meu Deus”.
Tema: A gratidão nasce da graça!
2 – Sendo agradecido por aquilo que é recebido!
O verbo Eucharisto, agradecer, deriva de Charis, graça. Ou seja, dar graças só é possível a quem foi recebido pela graça. Dar graças é reação diante de algo recebido. O apóstolo Paulo agradecia a Deus por que os coríntios em sua depravação moral haviam recebido o dom de Deus, a fé, a graça. Esse dom recebido, a graça de Deus, transformou os coríntios. Pela graça recebida em Jesus, os coríntios não mais buscavam a sua honra. De nada adiantava os aplausos desse mundo. Pela graça, os coríntios testemunhavam (v.6) e perseveravam (v.8). Pelos coríntios, o apóstolo Paulo “dava graças a Deus”.
Os cristãos atuais, estão separados dos coríntios por vinte séculos, no entanto, “...a graça continua sendo dada em Cristo Jesus”.
Pela fé se está unido a morte e ressurreição de Jesus Cristo. A graça de Deus é o motivo que leva a agradecê-lo. Se a igreja não louva a Deus por sua graça, ela já não é mais cristã.
Gratidão a Deus pela graça, mas não somente pela graça, afinal: “E que tens tu que não tenhas recebido?” (1Co 4.7).
A gratidão é mãe de todas as virtudes. Gratidão é um exercício de humildade. Quem agradece se declara devedor. E frente a Deus, só existem pessoas endividadas. Até mesmos os frutos de fé que os cristãos produzem, não são produção própria.
Sempre dou graças a (meu) Deus a vosso respeito, a propósito da sua graça, que vos foi dada em Cristo Jesus; porque, em tudo fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento; ...” (1Co 1.4-5). Amém!


Edson Ronaldo Tressmann

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