03 de dezembro de 2017
1º Domingo de Advento
Sl 80.1-7; Is 64.1-9; 1Co 1.3-9; Mc 11.1-10
Tema: A gratidão nasce da graça!
Neste novo ano
eclesiástico, a IELB tem como desejo, lembrar aos cristãos que os mesmos vivem
sob o efeito do Sola Gratia. A IELB deseja lembrar aos cristãos que os mesmos estão no mundo, atuam e agem no mundo,
mas não são do mundo.
Viver e anunciar o que o
Senhor tem feito no lugar onde se foi colocado por Deus é uma extraordinária oportunidade
para rever a atuação do cristão nas diversas vocações. Quer seja na família, na
sociedade, e na igreja.
O apóstolo Paulo desejava que seus leitores,
em especial da primeira carta aos Coríntios, e atualmente nós, revejam sua
situação. Muitos coríntios haviam sidos trazidos ao evangelho, e por discórdias,
estavam agora se afastando da graça de Deus.
O apóstolo Paulo permaneceu em
Corinto por um ano e seis meses.
Sua viagem a Corinto aconteceu em sua
segunda viagem missionária (Atos 18). O resultado foi a conversão de muitas
pessoas ao cristianismo.
Corinto, junto com Roma, Éfeso e
Alexandria era uma cidade grande e importante na época. Sua importância
geográfica, deve-se ao fato da localização de Cencréia, um dos portos mais
importantes do mundo de então. O mundo inteiro se encontrava no entroncamento
em Corinto. Assim, quem estava em Corinto, se fazia presente em todo o mundo.
Todo o comércio entre o oriente e o ocidente passava por essa cidade.
Corinto havia sido destruída em 146
a.C. e reconstruída 100 anos depois, ou seja, em 46 a.C. por César Augusto. Por
esse motivo pode-se dizer que Corinto estava em franco florescimento e isso
favorecia a semeadura do evangelho da graça.
Culturalmente,
os coríntios iam as praças públicas para ouvir os filósofos e pensadores que
por lá passavam.
A cidade de Corinto era
importantíssima na área esportiva.
Havia prática de esportes ístmicos, superado apenas pelos jogos olímpicos de
Atenas. Todos os esportistas iam a Corinto. Arqueólogos e historiadores com
base em desenhos da época, acreditam que os jogos ístmicos eram disputados em
provas hípicas, atléticas, musicais, literárias e náuticas. Havia também
concursos de poesia e música para mulheres. O prêmio era uma
palma e uma coroa de folhas de pinheiro.
Todo
esportista corintiano ou de outra região competia e buscava vencer com objetivo
de ser aplaudido e se tornar famoso para continuar vivo na memória da
comunidade.
Corinto, uma cidade rica e bela,
precisava do evangelho e o evangelho chegou a essa cidade. O evangelho foi
pregado e muitos foram convertidos por ele, mas, infelizmente “a graça
dispensada pelo evangelho” havia sido corrompida.
Tema: A gratidão nasce da graça!
1 - “graça concedida
em Jesus Cristo” (v.4)
A palavra “corinthiazestai” significava
viver como um coríntio, ou seja, bêbado e na corrupção moral. Ser coríntio era
ser alguém que vivia na boemia.
Para muitos países, ser brasileiro
significa “dar
um jeitinho para tudo”. Ser brasileiro é ser filho de uma terra que
produz um bom carnaval e um bom futebol.
Voltando a Corinto, os cristãos (um
pequeno grupo) nessa cidade de 400 mil habitantes, estavam enfrentando a
dificuldade de relacionamento. Devido a graça de Deus, os cristãos, passaram a
viver de maneira diferente dos coríntios.
Paulo demonstra a sua preocupação. Havia
deixado um grupo de pessoas que por terem sido alcançadas pelo evangelho na
vida sob a graça de Deus, agora esse grupo estava sendo tentado a se deixar
levar pela imoralidade da vida de um corinto. Assim, as perguntas que o
apóstolo Paulo busca responder são as mesmas que muitos se fazem ainda hoje: Como resistir
as tentações de uma grande cidade? Como suportar as fraquezas e os vícios do
ocidente e oriente que se bifurcam e se misturavam nos grandes centros?
A resposta é simples e direta. Só é possível através “da graça que foi concedida em Jesus Cristo”
(v.4).
Na Bíblia há muitas figuras para
ilustrar a igreja. Eu gosto muito de pensar na igreja como uma árvore. Toda
árvore recebe sua vitalidade da raiz. A árvore só resiste aos temporais quando
possui raízes fortes. Seja qual for a árvore, ela só produz bons frutos quando bem
alimentada pela raiz. A raiz da igreja é Cristo, por isso disse Jesus: “sem mim nada
podeis fazer” (Jo 15.5).
Tudo o que a igreja é e
produz se deve a graça de Deus em Jesus Cristo.
Não há motivo para vanglória e exaltação. Os coríntios poderiam sim, devido a
sua natureza pecaminosa, se afastar da graça de Deus, mas, os cristãos só
poderiam estar e permanecer na igreja devido a ação graciosa de Deus. Por isso
o apóstolo Paulo disse: “Dou graças (eucharisto) ao meu Deus”.
Tema: A gratidão nasce da graça!
2 – Sendo agradecido por aquilo que é recebido!
O verbo Eucharisto, agradecer, deriva de Charis, graça. Ou seja, dar graças só
é possível a quem foi recebido pela graça. Dar
graças é reação diante de algo recebido. O apóstolo Paulo agradecia
a Deus por que os coríntios em sua depravação moral haviam recebido o dom de
Deus, a fé, a graça. Esse dom recebido, a graça de Deus, transformou os
coríntios. Pela graça recebida em Jesus, os coríntios não mais buscavam a sua
honra. De nada adiantava os aplausos desse mundo. Pela graça, os coríntios
testemunhavam (v.6) e perseveravam (v.8). Pelos coríntios, o apóstolo Paulo “dava graças a
Deus”.
Os cristãos atuais, estão separados
dos coríntios por vinte séculos, no entanto, “...a graça continua sendo dada em Cristo
Jesus”.
Pela fé se está unido a morte e
ressurreição de Jesus Cristo. A graça de Deus é o motivo que leva a
agradecê-lo. Se a igreja não louva a Deus por sua graça, ela já não é mais
cristã.
Gratidão a Deus pela graça, mas não
somente pela graça, afinal: “E que tens tu que não tenhas recebido?” (1Co
4.7).
A gratidão é mãe de todas as
virtudes. Gratidão é um exercício de humildade. Quem agradece se declara
devedor. E frente a Deus, só existem pessoas endividadas. Até mesmos os frutos
de fé que os cristãos produzem, não são produção própria.
“Sempre dou graças a (meu) Deus a vosso respeito, a
propósito da sua graça, que vos foi dada em Cristo Jesus; porque, em tudo
fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento; ...”
(1Co 1.4-5). Amém!
Edson Ronaldo Tressmann
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