domingo, 12 de março de 2017

Tribulação: a oficina da esperança!

19 de março de 2017
3º Domingo na Quaresma
Sl 95.1-9; Êx 17.1-7; Rm 5.1-8; Jo 4.5-26
Tema: Tribulação: a oficina da esperança
E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança” (Rm 5.3-4).

Dia 03 de abril de 2015 realizei uma palestra em Ponta Grossa, PR. O tema foi: Família e o tempo.
De acordo com Eclesiastes 3.1-8, ressaltei que não se vive mais o tempo adequado, justamente por não se conhecer os tempos que Deus nos disponibiliza. As pessoas desejam apenas viver as vidas do facebook: alegria e sucesso. Cada pessoa deseja apenas viver o tempo esperado, e todos esperam ter um ano cheio de “dinheiro no bolso, saúde para dar e vender”.
Deixou-se de viver e aceitar o tempo que Deus presenteia a cada dia para que o mesmo seja vivido.
Quando se fala sobre Deus ser o autor dos tempos (Ec 3.1-8) e que Deus criou o tempo para servir ao homem e não o homem ao tempo, logo se imagina que sendo Deus amoroso e misericordioso, nunca permitirá que venham dias difíceis.
O apóstolo Paulo ao escrever a carta aos cristãos da cidade de Corinto disse que havia muitos motivos para se gloriar, pois havia sido arrebatado até o terceiro céu e lá no paraíso ouviu palavras inefáveis. No entanto, para não se gloriar como sendo um cristão melhor que outros e mais amado por Deus, diante do seu espinho na carne, o apostolo Paulo ouviu de Deus que a graça divina lhe bastava, pois o poder se aperfeiçoa na fraqueza (2Co 12.7-10).
Certa vez um professor universitário entrou em sala de aula e fez a seguinte ilustração: Diante da classe de filosofia, sem dizer uma só palavra, pegou um pote de vidro, grande e vazio, e começou a enchê-lo com bolas de golfe. Em seguida, perguntou aos seus alunos se o frasco estava cheio e imediatamente todos disseram que sim. O professor então pegou uma caixa de bolas de gude e a esvaziou dentro do pote. As bolas de gude encheram todos os vazios entre as bolas de golfe. O professor voltou a perguntar se o frasco estava cheio e voltou a ouvir de seus alunos que sim. Em seguida, pegou uma caixa de areia e a esvaziou dentro do pote. A areia encheu os espaços vazios que ainda restavam e ele perguntou novamente aos alunos, que responderam que o pote agora estava cheio. O professor pegou um copo de café (líquido) e o derramou sobre o pote umedecendo a areia.
Os estudantes riam da situação, quando o professor falou: “Quero que entendam que o pote de vidro representa nossas vidas. As bolas de golfe são os elementos mais importantes, como Deus, a família e os amigos. São com as quais nossas vidas estariam cheias e repletas de felicidade. As bolas de gude são as outras coisas que importam: o trabalho, a casa bonita, o carro novo, etc. A areia representa todas as pequenas coisas”.
O professor continuou: Observem, se tivesse colocado a areia em primeiro lugar no frasco, não haveria espaço para as bolas de golfe e para as de gude. O mesmo ocorre em nossas vidas. Se gastamos todo nosso tempo e energia com as pequenas coisas nunca teremos lugar para as coisas realmente importantes. Prestem atenção nas coisas que são primordiais para a sua felicidade. Há tempo para tudo. Dediquemos para cada tempo aquilo que ele nos reserva. Pois, em cada situação, seja ela qual for, sempre haverá um tempinho para um café.
E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança” (Rm 5.3-4).
A carta do apóstolo Paulo aos Romanos, de maneira muito especial o capítulo 5, apresenta nos versículos 1-5, os benefícios da justificação pela fé; e nos versículos 6-11, a segurança desses benefícios.
Em paz com Deus pela justiça de Cristo, a qual Deus nos concede gratuitamente pela fé, vive-se na certeza de que Deus dá tudo para nosso bem nessa vida. Na fé podemos esperar e superar tudo.
A paz de Deus em Jesus ocupa todo nosso presente.
Ao saber que Deus em Jesus realizou a maravilhosa obra da salvação e que pela fé me oferece gratuitamente a mesma, sei que o meu futuro é garantido.
Dizem por aí que é necessário viver o presente no limite, afinal, ninguém sabe o dia de amanhã. Aproveitar o presente sem limites era o slogan do império Romano quando este estava em decadência.
Os jovens de hoje tomam rivotril como nunca na história. Afinal, querem aproveitar cada milésimo de segundo como se fosse o último. Assim, acabam metendo os pés pelas mãos.
A graça de Deus é ativa. Pela graça, Deus concede aos seus os mais variados tempos, inclusive a tribulação. A tribulação é a oficina da esperança.
Por ser oficina da esperança, o apóstolo Paulo convida os justificado a “gloriar-se nas próprias tribulações”.
Nas tribulações que Deus permite cair sobre seus filhos, muitas são as interrogações para com a paz de Deus. Gloriar-se nas tribulações é um conselho difícil de aceitar. Mas, é a experiência de milhares de pessoas que tomaram a sério a Palavra de Deus que entregou seu Filho pelos pecadores e que governa toda a história.
Esse Deus que enviou seu Filho e governa a história do mundo através dos mais variados tempos, tem domínio completo das nossas tribulações (Rm 8.28).
Qualquer pai e mãe sabe que sofre ao corrigir seu filho, mas, a correção é necessária. Deus, o nosso Pai, age para o bem de seus filhos. Através das tribulações está ofertando aos seus filhos uma formação para esperança.
As tribulações nos disciplinam e nos temperam. As tribulações produzem “perseverança”. Vive-se o presente na certeza de que a paz com Deus nos garante um futuro. Viver o presente em função do futuro, passo a passo, imprime a marca em nós, a “experiência”. E essa “experiência” a “esperança”.
Na oficina da esperança, no tempo de tribulação, lembre-se: no momento do nosso maior desespero, no auge da nossa rebelião contra Deus, quando tudo era vergonha e pecado, um segundo Adão veio para combater e nos resgatar. “Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8). Amém!

Rev. Edson Ronaldo Tressmann

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