07 de agosto de 2016
12º Domingo após Pentecostes
Sl 33.12-22; Gn15.1-6; Hb 11.1-16; Lc 12.22-34
Tema: Receita e Remédio para
Ansiedade!
Ao
longo dos séculos foi desenvolvida vacina contra muitos tipos de doenças.
Algumas vacinas estão sendo desenvolvidas para o combater doenças que continuam
a ameaçar a raça humana.
Algumas
doenças aparecem silenciosamente, mas, quando descobertas causam um enorme
estrago, tanto no paciente quanto na família. Acredito até que alguém já tenha
vivido essa situação.
Independente
da doença a qual tem pensado, sugiro que falemos da doença de todos os tempos: a ansiedade. Sim! A chamo de doença de todos os tempos, pois, essa doença não é
exclusividade do nosso século. Jesus lidou com pessoas doentes desse mal.
Certa
vez, ao ensinar o povo, eis que um homem ansioso pelos bens materiais propôs a
Jesus: “Mestre,
ordena a meu irmão que reparta comigo a herança” (Lc 12.13). Jesus
respondeu que não havia sido enviado e nem constituído rabino para resolver essa
situação. No entanto, buscou ajudar mais pessoas que naquela multidão sofriam
de ansiedade pelos bens materiais.
É
valido ressaltar que Jesus não se coloca contra direitos adquiridos, no
entanto, quer mostrar a todos que a ansiedade pelos bens materiais inúmeras
vezes faz com que a pessoa deixe de viver, afinal, “...a vida é mais que o alimento, e o corpo,
mais do que as vestes...” (Lc
12.23).
Quão
bela e profunda é a observação feita por Jesus: “a vida é mais importante que o alimento”.
No entanto, tenho
observado que as pessoas gastam a vida na busca de dinheiro, e ao final, gastam
todo o dinheiro para tentar manter a vida. “Qual de vós, por ansioso que esteja, pode
acrescentar um côvado ao curso da sua vida?” (Lc 12.25).
Jesus
ao falar sobre a ansiedade, o faz para que as pessoas vivam. Muitos
especialistas dizem que a ansiedade faz parte da vida moderna. Discordo! Na
verdade, a ansiedade faz parte da morte, quer seja, pré-histórica, medieval,
moderna e pós-moderna. A própria ansiedade impede que o ser humano descubra o
remédio contra a ansiedade.
Jesus tem o remédio, na verdade,
Jesus é o remédio. Jesus receita o remédio, Jesus é o remédio. Mas,
infelizmente, o “alimento”,
“as vestes”,
ou seja, os bens materiais se tornaram mais importantes que aquilo que deveriam
beneficiar, a vida e o corpo.
Disse
Jesus, a receita e o remédio contra a ansiedade: “a vida é mais importante que o alimento, e
o corpo, mais do que as vestes”.
Bem!
Receita e Remédio só fazem efeito quando usados corretamente.
De que adianta
ter receita, se vou em busca do remédio numa loja de materiais de construção?
De que adianta, comprar o remédio, mas não tomá-lo?
Algumas
doenças quando descobertas não trazem prejuízo apenas ao paciente, mas a toda a
família. A ansiedade é uma dessas doenças. Ela traz prejuízos sociais e
familiares. Na verdade, assim
como disse o próprio Jesus, a ansiedade é uma resposta biológica do corpo a
eventos que estão por acontecer, sejam esses reais ou imaginários. “Se, portanto,
nada podeis fazer quanto às coisas mínimas, porque andais ansiosos pelas
outras?” (Lc 12.26).
Um
levantamento feito na Inglaterra constatou que 4 entre 10 pessoas passam cerca
de duas horas por dia se preocupando com acontecimentos futuros. Diariamente as
pessoas vivem ansiosas por terem que pagar contas, problemas no trabalho,
cuidado com os filhos, tarefas domésticas, cuidado com a aparência, responder
e-mails, reuniões, planejamentos, atividades sociais, etc.
De
acordo com a pesquisa, pode-se concluir que 40% das pessoas estão morrendo por
causa da ansiedade, ou melhor, estão deixando de viver a vida, por causa do
alimento que não alimenta e das vestes que não vestem.
Segundo
o determinismo social, somos frutos do meio em que vivemos. Assim, somos
influenciados pelas empresas e pelo comércio a consumir mediante as “maravilhosas”
formas de pagamento, as fantásticas promoções e propagandas que aguçam nossa
vontade de ter.
Jesus
disse: “a
vida é mais importante que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes”.
No entanto, em estado de ansiedade, deixa-se de “viver a vida e vestir o corpo”
por causa da preocupação, da tensão exagerada, da sensação de que algo ruim
está por acontecer, preocupação exagerada com dinheiro ou trabalho, etc. Todo ansioso tem algo em comum, ou seja, se preocupa com eventos que
ainda não aconteceram.
Interessante
notar no texto (Lc 12.22-34) que Jesus se dirige aos seus discípulos. Isso
sugere que os discípulos também estavam sujeitos a doença da ansiedade, por
isso, Jesus os adverti: “não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis
de comer, nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir” (Lc
12.22).
Muitos,
infelizmente, com base nesse versículo imaginam que Jesus está pedindo que não
nos ocupemos, nem sequer planejemos o futuro. Mas, vale dizer que isso não é
verdadeiro. Um exemplo simples, é que a Bíblia ressalta e valoriza o trabalho
da formiga. Ela se prepara durante o verão para comer no inverno. Os pássaros
migram para regiões quentes para não enfrentarem o rigoroso inverno de algumas
regiões. Isso para se protegerem e preservarem a raça.
O
planejamento, a ocupação quanto ao futuro não é o problema, o que Jesus deseja
é curar seus filhos e filhas da preocupação excessiva, ou seja, da ansiedade
que paralisa as decisões e ações. As nossas ansiedades tem o destino certo: “Lançai sobre ele
toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1Pe 5.7).
Deus
continua provendo seus filhos de todo o necessário para o corpo e para a vida,
através do trabalho, do estudo, da ciência, etc. Não queiramos receber as
coisas de braços cruzados, afinal, Deus não aprova a preguiça como desculpa de
fé.
Quando
Jesus diz: “não
andeis ansiosos...” está transmitindo a mensagem de que assim como
um navio surrado pelo vento e pelas ondas não naufraga, pois está suspenso sob
as águas, “Não
andar ansiosos...” é encarar o dia sabendo que se está suspenso e
protegido, pois, por mais que os ventos e as ondas agitem, não será naufragado.
Quando
Jesus disse: “a
vida é mais importante que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes”,
está ensinando que a vida
e o corpo são importantes e se os mesmos foram dados, criados por Deus, muito
mais nos dará das outras coisas, ou seja, não deixará nada faltar para que a
vida e o corpo sejam preservados. Nesse sentido Martinho Lutero disse que os passarinhos e as
aves são nossos professores e mestres, afinal, não vivem preocupados, não
deixam de cantar, pois estão certos de que o suficiente sempre terão. Vivemos nesse mundo, como estando na
cozinha de Deus, pois, o mesmo sabe das minhas necessidades e me sustenta com
todo o necessário para o corpo e a vida.
O
problema da
ansiedade está no diagnóstico feito por Jesus: “pequenos na fé” (Lc 12.28). Estar, permanecer na fé é o antídoto
para vencer a ansiedade. Pois na fé, olhamos a vida e o mundo de outra
perspectiva. Pela fé somos guardados em paz, e nessa paz descansamos e vivemos
tranquilamente (Fp 4.6-7). Amém!
M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann
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