21/08/2016
14º Domingo após Pentecostes
Sl 50.1-15; Is 66.18-23; Hb 12.4-24; Lc 13.22-30
Tema: Entrando pela porta
estreita!
Há
perguntas impróprias. Imagine que você vá na festa de aniversário de uma mulher
e diante do bolo faça a seguinte pergunta: porque não colocou as velinhas para sabermos a idade?
Jesus
também teve que lidar com perguntas impróprias. Uma delas é apresentada pelo
evangelista Lucas (Lc 13.23), “...são poucos os que são salvos?” Jesus
responde da seguinte maneira: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois eu vos
digo que muitos procurarão entrar e não poderão” (Lc 13.23).
O que a
resposta de Jesus ensina?
Bem,
a julgar por todo o contexto bíblico, em resumo, Jesus quer ensinar o seguinte:
“olhe para você mesmo. Tenha certeza
da tua salvação”.
O mais importante é a minha situação diante
de Deus. O caminho é o arrependimento. Ao se arrepender, o pecador recebe o
perdão da parte de Deus.
São
poucos os que são salvos?
As
pessoas falam sobre salvação. Quer seja num hospital diante de um amigo, ou com
um ente querido gravemente doente. É muito comum falar sobre esse assunto num
velório.
São
poucos os que são salvos?
É
maravilhoso, pois o que temos para hoje é um momento de reflexão! Essa é a proposta
de Jesus (Lc 13.22-30). Por isso, vou reformular a pergunta de outra maneira: Você será salvo?
Muitos
dizem que estão se esforçando para tal. Mas, qual é o tamanho do esforço? Jesus contou
a parábola sobre um fariseu e um publicano. Ambos foram ao templo orar. O
fariseu era um homem esforçado e dedicado, assim como muitos entre nós. Esse
homem ia ao templo e dizia: “Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens,
roubadores, injustos e adúlteros, ...; jejuo duas vezes por semana e dou o
dízimo de tudo quanto ganho” (Lc 18.11-12). O publicano era um
daqueles que muitas vezes julgamos como relaxados. Esse, sem nenhum esforço
para apresentar apenas orava: “Ó Deus, sê propício a mim, pecador!” (Lc 18.13).
Jesus
disse que quem saiu do templo justificado, ou seja, perdoado, foi o homem que
não tinha nenhum esforço para apresentar a Deus. Ele apenas se apresentou
arrependido.
Ao
responder: “Esforçai-vos
por entrar pela porta estreita, pois eu vos digo que muitos procurarão entrar e
não poderão” (Lc 13.23), Jesus ensina que a pergunta é imprópria. Afinal,
ninguém deve colocar em dúvida o amor e a misericórdia de Deus. A pergunta: “São poucos os
que serão salvos?” questiona a natureza de Deus. É pergunta
imprópria que muitos fazem ainda hoje: “Se Deus é amor, porque não salva a todos?”
A
Escritura aponta para o meio de salvação dos pecadores. Esse meio pode ser
comparado a uma porta estreita que é desprezada por muitos.
Quando
Jesus proclama “Esforçai-vos”,
deseja levar o pecador a olhar para si e se arrepender. Por mais que o homem
faça, por mais que se esforce, sem fé não se salvará. “O justo viverá por fé” (Rm
1.17). Ao dizer: “Esforçai-vos” Jesus quer nos conduzir a ele, a porta estreita. Jesus
disse: “quem
não crer já está condenado”.
Jesus
morreu por todos, mas infelizmente, nem todos irão usufruir da dádiva da morte
de Cristo. Porque?
Jesus responde que “...não quisestes” (Mt 23.37). Deus responde
por boca do profeta Oséias: “A tua ruina, ó Israel, vem de ti, e só de mim, o teu
socorro” (Os 13.9). Lembre-se: o inferno não foi feito para os homens,
mas, infelizmente por não crerem na obra redentora de Cristo, acabam sendo
condenados ao inferno.
Jesus é a porta estreita. Estreita porque o mistério da
eleição e da salvação por graça é insondável a razão humana. Por isso, a
pergunta, “serão
poucos os que serão salvos?” é imprópria e inadequada. Deus elegeu e
elege “por
meio de Jesus Cristo” (Ef 1.3-6) cada pecador para a salvação.
Jesus
Cristo chama a si todos os pecadores e promete-lhes refrigério, e seriamente
quer que todos os homens venham a ele e consintam que se lhes ajude, aos quais
ele mesmo se oferece, na Palavra, e quer se que o escute e não tape os ouvidos
ou despreze a Palavra. Além disto promete o poder e a operação do Espírito
Santo, divina assistência para perseverança e salvação eterna. Amém!
M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann
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