segunda-feira, 6 de junho de 2016

O debate primordial é a salvação!

12 de junho de 2016
4º Domingos após Pentecoste
Sl 32.1-7; 2Sm 11.26-12.10,13-14; Gl 2.15-21;3.10-14; Lc 7.36-8.3
Tema: Qual é o segredo da IELB para chegar aos 112 anos?
Seu debate primordial é a salvação!

         Programas de debate fazem grande sucesso na televisão, no rádio e até mesmo na internet. Para garantir a audiência os debates são em torno de temas polêmicos.
         O apóstolo Paulo esteve envolvido num debate polêmico com o apóstolo Pedro. Vejamos a situação que ambos estavam envolvidos.
         O grande apóstolo Pedro que havia sido chamado pelo próprio Jesus no início de seu ministério, que andou com Jesus por 3anos e com Jesus aprendeu lições preciosas, foi repreendido pelo apóstolo Paulo que para muitos era apenas um ex assassino de cristãos.
         Se na época houvesse uma emissora de TV, o motivo da repreensão do apóstolo Paulo seria debatido, justamente por ser polêmico. Na verdade, o tema continua sendo polêmico. O debate consistia em torno da salvação.
         Relembremos o episódio:

Porém, quando Pedro veio para Antioquia da Síria, eu fiquei contra ele em público porque ele estava completamente errado. De fato, antes de chegarem ali alguns homens mandados por Tiago, Pedro tomava refeições com os irmãos não-judeus. Mas, depois que aqueles homens chegaram, ele não queria mais tomar refeições com os não-judeus porque tinha medo dos que eram a favor de circuncidar os não-judeus. E também os outros irmãos judeus começaram a agir como hipócritas, do mesmo modo que Pedro. E até Barnabé se deixou levar pela hipocrisia deles. Quando vi que eles não estavam agindo direito, de acordo com a verdade do evangelho, eu disse a Pedro na presença de todos:Você é judeu, mas não está vivendo como judeu e sim como não-judeu. Então, como é que você quer obrigar os não-judeus a viverem como judeus?” O fato é que nós somos judeus de nascimento e não “pecadores não-judeus”, como eles são chamados. Mas sabemos que todos são aceitos por Deus somente pela fé em Jesus Cristo e não por fazerem o que a lei manda. Assim nós também temos crido em Cristo Jesus a fim de sermos aceitos por Deus pela nossa fé em Cristo e não por fazermos o que a lei manda. Pois ninguém é aceito por Deus por fazer o que a lei manda. Ao procurarmos ser aceitos por Deus por estarmos unidos com Cristo, fica claro que somos “pecadores” como os não-judeus. Mas será que isso quer dizer que Cristo trabalha em favor do pecado? Claro que não! Se eu, depois de ter destruído a lei, começar a construí-la de novo como meio de ser aceito por Deus, aí, sim, fica claro que eu havia quebrado a lei. Pois, quanto à lei, estou morto, morto pela própria lei, a fim de viver para Deus. Eu fui morto com Cristo na cruz. Assim já não sou eu quem vive, mas Cristo é quem vive em mim. E esta vida que vivo agora, eu a vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se deu a si mesmo por mim. Eu me recuso a rejeitar a graça de Deus. Pois, se é por meio da lei que as pessoas são aceitas por Deus, então a morte de Cristo não adiantou nada! (Gl 2.11-21).

         O apóstolo Paulo observou que o apóstolo Pedro na presença de alguns judeus tradicionais havia mudado de postura. Assim, dirigiu essas palavras (Gl 2.15-21), pois era a salvação que estava em debate, afinal, Se eu, depois de ter destruído a lei, começar a construí-la de novo como meio de ser aceito por Deus, aí, sim, fica claro que eu havia quebrado a lei (Gl 2.18).
         A salvação é um tema polêmico ainda em pleno século XXI. Como eu sou salvo? O que faço para obter a salvação?
         Esse debate está presente na internet. Uma das respostas é a seguinte:
“Ame Deus, Jesus e o Espírito Santo. Guarde e siga os mandamentos de Deus. Vá na igreja, ore, não faça coisas erradas... Jesus morreu na cruz para nos salvar, então aproveite e se arrependa dos seus pecados antes que seja tarde demais!” (https://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20110508105822AAfOXWg).
Outras respostas quanto a questão da salvação que as pessoas compartilham na internet, diz:
“não se aproxime dos ateus”; “Não existe uma fórmula. Seja o melhor possível nessa vida, não acredite no julgamento de outras pessoas, cabe a Deus nos julgar”; “Vá a uma igreja evangélica idônea pioneira, aceite a Jesus Cristo como único e suficiente salvador”; ...,

         A salvação continua em debate!
         Mas sabemos que todos são aceitos por Deus somente pela fé em Jesus Cristo e não por fazerem o que a lei manda. Assim nós também temos crido em Cristo Jesus a fim de sermos aceitos por Deus pela nossa fé em Cristo e não por fazermos o que a lei manda. Pois ninguém é aceito por Deus por fazer o que a lei manda (Gl 2.16).
         O apóstolo Paulo não rejeita cerimônias e tradições religiosas, mas, é contra tudo, inclusive as cerimônias e tradições religiosas que são realizadas sem a fé em Jesus Cristo. Sem fé nem mesmo Jesus Cristo vale a pena.
         O homem é justificado mediante a fé em Jesus Cristo. A fé apreende a graça salvadora, ou seja, ela é que confia na salvação obtida por Jesus Cristo na cruz. A fé não é a causa da justificação, mas o meio ou instrumento pelo qual Deus justifica o pecador.
         Tudo aquilo que se opõe a salvação gratuita recebida pela fé em Jesus é lei. A lei apresenta a salvação como um esforço mediante o qual se consegue obter a salvação. A lei prescreve que é necessário algo além da fé.
         A verdadeira doutrina do cristianismo consiste em que o homem chegue, pela lei, ao conhecimento de que é pecador. Sendo assim é impossível praticar alguma boa obra e agradável a Deus por si mesmo. Outra coisa importante que é ensinada pela verdadeira doutrina cristã é que se o pecador quiser ser salvo, o mesmo não alcança a salvação por obras; por isso, Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, a fim de que o pecador viva por intermédio dele. A lei apenas mostra o pecado, aterroriza e humilha; prepara, desse modo, o caminho para a justificação e impele para Cristo.
         O erro essencial dos opositores do apóstolo Paulo era a crença de que a justiça devia ser alcançada pela prática de boas obras.
         “O homem é considerado justo aos olhos de Deus apesar de lhe faltar a condição moral que Deus requer” (Luthard).
         Justificação é um ato acontecido fora do ser humano (Rm 8.33). Justificação é um veredicto, uma declaração instantânea de absolvição. Esse artigo é o principal, pois por ele a igreja fica de pé ou cai.
         O Sl 143.2 ilustra que o ser humano é fraco e não subsiste com sua justiça no juízo divino. O apóstolo Paulo ao dizer que pelas obras da lei ninguém é justificado, está dizendo aos Gálatas que a pessoa é justificada pela fé somente. A lei é incapaz de fazer tal maravilha na vida do pecador.
         Segundo a Bíblia, justo diante de Deus é aquele que se acha no pleno perdão dos pecados. Esse perdão é gratuito em Jesus Cristo. Segundo Lutero não há pecado mais ímpio e horrível que o de anular a graça de Deus. Ele o chama de pecado dos pecados.
         O ser humano peca ao cumprir a lei? Não. Mas, se anula a graça de Deus quando se busca cumprir a lei com a ideia de ser justificados através dela. Por isso, a IELB em seus 112 anos em terras brasileiras e quase 500 anos no mundo só se ocupa de uma coisa: debater a respeito da salvação.
         “Assim nós também temos crido em Cristo Jesus a fim de sermos aceitos por Deus pela nossa fé em Cristo e não por fazermos o que a lei manda. Pois ninguém é aceito por Deus por fazer o que a lei manda” (Gl 2.16).

M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann

Bibliografia
Martinho Lutero. Obras selecionadas, Vol. 10. Interpretação do Novo Testamento: Gálatas e Tito. Ed. Sinodal, Concórdia e Ulbra, São Leopoldo, Porto Alegre e Canoas, RS. 2008. pp. 131 - 187

Paulo F. Flor. Epistola aos Gálatas: um comentário. Ed. Concórdia: Porto Alegre, RS. 2009. pp. 70 - 83

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por seguir esse blog. Com certeza será uma bênção em sua vida.

Dar a vida pelos irmãos! (1Jo 3.16)

  Quarto Domingo de Páscoa 21 de abril de 2024 Salmo 23; Atos 4.1-12; 1Jo 3.16-24; João 10.11-18 Texto: 1João 3.16-24 Tema: Dar a ...