12 de junho de 2016
4º Domingos após Pentecoste
Sl 32.1-7; 2Sm 11.26-12.10,13-14; Gl 2.15-21;3.10-14; Lc 7.36-8.3
Tema: Qual é o segredo da IELB para chegar
aos 112 anos?
Seu debate primordial é a salvação!
Programas
de debate fazem grande sucesso na televisão, no rádio e até mesmo na internet.
Para garantir a audiência os debates são em torno de temas polêmicos.
O
apóstolo Paulo esteve envolvido num debate polêmico com o apóstolo Pedro. Vejamos
a situação que ambos estavam envolvidos.
O
grande apóstolo Pedro que havia sido chamado pelo próprio Jesus no início de seu
ministério, que andou com Jesus por 3anos e com Jesus aprendeu lições preciosas,
foi repreendido pelo apóstolo Paulo que para muitos era apenas um ex assassino
de cristãos.
Se
na época houvesse uma emissora de TV, o motivo da repreensão do apóstolo Paulo
seria debatido, justamente por ser polêmico. Na verdade, o tema continua sendo
polêmico. O debate consistia em torno da salvação.
Relembremos
o episódio:
Porém, quando Pedro veio para Antioquia da Síria, eu
fiquei contra ele em público porque ele estava completamente errado. De
fato, antes de chegarem ali alguns homens mandados por Tiago, Pedro tomava
refeições com os irmãos não-judeus. Mas, depois que aqueles homens
chegaram, ele não queria mais tomar refeições com os não-judeus porque
tinha medo dos que eram a favor de circuncidar os não-judeus. E também os
outros irmãos judeus começaram a agir como hipócritas, do mesmo modo que Pedro.
E até Barnabé se deixou levar pela hipocrisia deles. Quando vi que eles não estavam agindo direito, de acordo com
a verdade do evangelho, eu disse a Pedro na presença de todos: “Você é judeu, mas não está vivendo como judeu e sim
como não-judeu. Então, como é que você quer obrigar os não-judeus a viverem
como judeus?” O fato é que nós somos judeus de nascimento e não “pecadores
não-judeus”, como eles são chamados. Mas sabemos que todos são aceitos por Deus
somente pela fé em Jesus Cristo e não por fazerem o que a lei manda. Assim nós
também temos crido em Cristo Jesus a fim de sermos aceitos por Deus pela nossa
fé em Cristo e não por fazermos o que a lei manda. Pois ninguém é
aceito por Deus por fazer o que a lei manda.
Ao procurarmos ser aceitos por Deus por estarmos unidos com Cristo, fica claro
que somos “pecadores” como os não-judeus. Mas será que isso quer dizer que
Cristo trabalha em favor do pecado? Claro que não! Se eu, depois de ter
destruído a lei, começar a construí-la de novo como meio de ser aceito por
Deus, aí, sim, fica claro que eu havia quebrado a lei. Pois, quanto à lei, estou morto, morto pela própria lei, a fim de
viver para Deus. Eu fui morto com Cristo na cruz. Assim já não sou eu quem
vive, mas Cristo é quem vive em mim. E esta vida que vivo agora, eu a vivo pela fé no Filho de
Deus, que me amou e se deu a si mesmo por mim. Eu me recuso a
rejeitar a graça de Deus. Pois,
se é por meio da lei que
as pessoas são aceitas por Deus, então a morte de Cristo não adiantou nada! (Gl 2.11-21).
O
apóstolo Paulo observou que o apóstolo Pedro na presença de alguns judeus
tradicionais havia mudado de postura. Assim, dirigiu essas palavras (Gl
2.15-21), pois era a salvação que estava em debate,
afinal, Se eu, depois de ter
destruído a lei, começar a construí-la de novo como meio de ser aceito por
Deus, aí, sim, fica claro que eu havia quebrado a lei (Gl 2.18).
A
salvação é um tema polêmico ainda em pleno século XXI. Como eu sou salvo? O que faço para obter a
salvação?
Esse
debate está presente na internet. Uma das respostas é a seguinte:
“Ame Deus, Jesus
e o Espírito Santo. Guarde e siga os mandamentos de Deus. Vá na igreja, ore,
não faça coisas erradas... Jesus morreu na cruz para nos salvar, então
aproveite e se arrependa dos seus pecados antes que seja tarde demais!” (https://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20110508105822AAfOXWg).
Outras respostas quanto a questão da salvação que as pessoas
compartilham na internet, diz:
“não se aproxime dos ateus”; “Não
existe uma fórmula. Seja o melhor possível nessa vida, não acredite no
julgamento de outras pessoas, cabe a Deus nos julgar”; “Vá a uma igreja
evangélica idônea pioneira, aceite a Jesus Cristo como único e suficiente
salvador”; ...,
A salvação continua em
debate!
Mas sabemos que todos são aceitos por
Deus somente pela fé em Jesus Cristo e não por fazerem o que a lei manda. Assim
nós também temos crido em Cristo Jesus a fim de sermos aceitos por Deus pela
nossa fé em Cristo e não por fazermos o que a lei manda. Pois ninguém é aceito
por Deus por fazer o que a lei manda (Gl 2.16).
O
apóstolo Paulo não rejeita cerimônias e tradições religiosas, mas, é contra tudo,
inclusive as cerimônias e tradições religiosas que são realizadas sem a fé em Jesus
Cristo. Sem fé nem mesmo Jesus Cristo vale a pena.
O homem
é justificado mediante a fé em Jesus Cristo. A fé apreende a graça
salvadora, ou seja, ela é que confia na salvação obtida por Jesus Cristo na
cruz. A fé não é a causa da justificação, mas o meio ou instrumento pelo qual
Deus justifica o pecador.
Tudo
aquilo que se opõe a salvação gratuita recebida pela fé em Jesus é lei.
A lei apresenta
a salvação como um esforço mediante o qual se consegue obter a salvação.
A lei prescreve que é necessário algo além da fé.
A
verdadeira doutrina do cristianismo consiste em que o homem chegue, pela lei,
ao conhecimento de que é pecador. Sendo assim é impossível praticar alguma boa
obra e agradável a Deus por si mesmo. Outra coisa importante que é ensinada pela
verdadeira doutrina cristã é que se o pecador quiser ser salvo, o mesmo não
alcança a salvação por obras; por isso, Deus enviou seu Filho unigênito ao
mundo, a fim de que o pecador viva por intermédio dele. A lei
apenas mostra o pecado, aterroriza
e humilha; prepara, desse
modo, o caminho para a justificação e impele para Cristo.
O erro essencial dos opositores do apóstolo Paulo era a crença de que a
justiça devia ser alcançada pela prática de boas obras.
“O homem é
considerado justo aos olhos de Deus apesar de lhe faltar a condição moral que
Deus requer” (Luthard).
Justificação é
um ato acontecido fora do ser humano (Rm 8.33). Justificação é um veredicto, uma declaração instantânea
de absolvição. Esse artigo é o principal, pois por ele a igreja fica
de pé ou cai.
O
Sl 143.2 ilustra que o ser humano é fraco e não subsiste com sua justiça no
juízo divino. O apóstolo Paulo ao dizer que pelas obras da lei ninguém é
justificado, está dizendo aos Gálatas que a pessoa é justificada pela fé
somente. A lei é incapaz de fazer tal maravilha na vida do pecador.
Segundo
a Bíblia, justo diante de Deus é
aquele que se acha no pleno perdão dos pecados. Esse perdão é gratuito em Jesus
Cristo. Segundo Lutero não há pecado mais ímpio e horrível que o de anular a
graça de Deus. Ele o chama de pecado dos pecados.
O ser humano
peca ao cumprir a lei? Não. Mas, se anula a graça de Deus quando se busca cumprir a lei
com a ideia de ser justificados através dela. Por isso, a IELB em
seus 112 anos em terras brasileiras e quase 500 anos no mundo só se ocupa de
uma coisa: debater a respeito da salvação.
“Assim
nós também temos crido em Cristo Jesus a fim de sermos aceitos por Deus pela
nossa fé em Cristo e não por fazermos o que a lei manda. Pois ninguém é aceito
por Deus por fazer o que a lei manda” (Gl 2.16).
M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann
Bibliografia
Martinho Lutero. Obras selecionadas,
Vol. 10. Interpretação do Novo Testamento: Gálatas e Tito. Ed. Sinodal,
Concórdia e Ulbra, São Leopoldo, Porto Alegre e Canoas, RS. 2008. pp. 131 - 187
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