segunda-feira, 20 de junho de 2016

A IELB é composta por filhos da mulher livre!

26 de junho de 2016
Sl 16; 1Rs 19.9-21; Gl 5.1,13-25; Lc 9.51-62
Tema: Qual é o segredo da IELB para chegar aos 112 anos?
É filho de uma mulher livre!

         O filme “12 anos de escravidão”, ganhador de 12 oscar, mostra uma página obscura da história dos EUA. O filme não só retrata a época da escravidão, mas a triste fatalidade que era nascer como filho de uma escrava. Nascer de uma mulher escrava era a sentença para uma vida sem liberdade, um vida de escravidão.
         O apóstolo Paulo, na sua carta aos Gálatas, também usa um fato real, a vida de Abraão, para ilustrar a vida de uma pessoa livre.
     No trecho do capítulo 4, versículos 21-31 da carta aos Gálatas, o apóstolo Paulo deseja que seus leitores se reconheçam como filhos de uma mulher livre. Ou seja, filhos da promessa, assim como foi Isaque.
       Para o apóstolo Paulo Sara e Agar não eram apenas pessoas na história. A verdade é que elas prefiguravam realidades maiores na história da salvação.
        O tema com respeito a verdadeira liberdade é um conceito fundamental na epístola aos Gálatas.
       A história de Abraão e Sara era conhecida e repetida muitas vezes entre o povo de Deus. Em pleno século XXI, o episódio que envolve Sara e Hagar precisa ser lembrada, pois para muitos é uma história que já caiu no esquecimento. Tanto Sara, quanto Abrão, tentaram resolver a sua maneira a promessa da descendência que Deus havia feito à Abrão. 
      Deus cumpriu a promessa, deu a Abraão e Sara o filho da promessa, quando a mesma parecia impossível de ser concretizada. Isaque foi o filho da promessa. Deus cumpre suas promessas a seu modo e seu tempo. O próprio apóstolo Paulo registrou que “vindo, porém a plenitude do tempo, ...” (Gl 4.4). Ou seja, tudo é realizado no tempo designado por Deus.
       Paulo relembra o episódio dos filhos de Hagar e Sara para transmitir aos judeus, que por causa da lei se consideravam descendentes espirituais de Abraão, que devido a lei, eles eram escravos. Afinal, confiavam na lei e não na promessa.
       Os crentes em Jesus Cristo são descendentes espirituais de Sara, ou seja, são verdadeiramente livres: “Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão” (Gl 3.7).
      “Os da fé” – os que creem em Jesus Cristo. Esses são filhos da promessa, são livres. E a esses filhos da mulher livre, descendentes de Sara, são convidados a “Permanecer, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão” (Gl 5.1).
         Será que é necessária a admoestação para uma vida livre ao filho que é livre? Sim! Mesmo em Cristo, o velho homem, a natureza pecaminosa, continua fazendo parte da vida do ser humano.
         Mesmo que eu seja o filho da mulher livre, o filho da promessa, o filho de Deus pela fé e por viver pela fé e sob a graça de Deus, infelizmente, sou facilmente conduzido a viver sob a orientação da lei.
         Infelizmente, sou constantemente tentado a agir como muitos entre os Gálatas. Ou seja, deixar de viver a verdadeira liberdade conquistada e dada a mim por Cristo e me apegar as supostas conquistas da lei. Infelizmente o nome “evangélico” se tornou sinônimo de alguém que supostamente cumpre a lei exterior, ou seja, evangélico é aquele que não é idólatra, fumante, alcoólatra, etc.
      Evangélico não deveria ser apresentado assim. A verdade é que o evangélico é aquele que é chamado a viver como um filho livre. Como o filho da promessa. Aquele que vive no perdão conquistado não por si mesmo, mas por Cristo Jesus. Assim como entre os Galátas, corre-se o risco de passar a se considerar um cristão extraordinário por causa da sua suposta vida piedosa e legalista.
        “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou” (Gl 5.1).
        Que palavra poderosa!
        O filho de Deus, é o filho da mulher livre, ou seja, o filho da promessa. Esse filho livre é aquele que vive sua vida na realização de boas obras como se não tivesse conhecimento de nenhum preceito, de nenhuma ameaça e recompensa. O filho livre é aquele que vive uma vida cristã de maneira natural, sem ameaça.
        “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou” (Gl 5.1).
       A liberdade humana significa mudar as leis sem mudar o homem. Mas, ao dizer aos Gálatas que “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou” (Gl 5.1), o apóstolo Paulo ensina que em Jesus Cristo homens são transformados sem que se mude a lei.
      A lei de Deus continua a mesma. Mas, ao escrever que “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou” (Gl 5.1), o apóstolo Paulo convida aos filhos da mulher livre, os filhos da promessa, àqueles que vivem na fé, a continuar sua vida nessa liberdade, ou seja, sem medo da lei que condena. Afinal, Jesus Cristo já cumpriu a lei e nos libertou da necessidade do cumprimento da mesma como requisito da salvação.
         A dificuldade dos Gálatas e também a nossa é confiar no "nada mais a cumprir" para ser aceito por Deus. O “nada mais a fazer, cumprir” ofende a religião natural do ser humano. A natureza pecaminosa do ser humano sempre deseja "um outro evangelho", uma alternativa de se conseguir conquistar o que é dado e oferecido gratuitamente.
       O único e doce Evangelho anuncia que “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou” (Gl 5.1), ou seja, não há nada mais a cumprir para a salvação, tudo foi realizado em Jesus.
       Ao escrever que “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou” (Gl 5.1), o apóstolo transmite o evangelho de que viver na liberdade nada mais é do que viver na fé em Jesus Cristo.
        A IELB completa em 2016 (24 de junho), 112 anos de proclamadora do evangelho no Brasil. Seu evangelho não é nada mais do que o evangelho bíblico, que declara que todo aquele que vive pela fé é filho da mulher livre. A IELB é uma igreja composta por filhos da mulher livre, por filhos da promessa. Amém!

M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann

Bibliografia
Carl Ferdinand W. Walther. A correta distinção entre lei e Evangelho. Concórdia e ULBRA, Porto Alegre e São Leopoldo, RS, 2005. pp. 45, 140, 190, 206, 261, 271, 280, 304

IGREJA LUTERANA - NÚMERO 1 – 1998. Paulo Moisés Nerbas. pp. 65 - 69

Martinho Lutero. Obras selecionadas, Vol. 10. Interpretação do Novo Testamento: Gálatas e Tito. Ed. Sinodal, Concórdia e Ulbra, São Leopoldo, Porto Alegre e Canoas, RS. 2008. pp. 474 - 523

Paulo F. Flor. Epistola aos Gálatas: um comentário. Ed. Concórdia: Porto Alegre, RS. 2009. pp. 200 - 253

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