domingo, 10 de janeiro de 2016

A hora!

17/01/16
2º após Epifania
Sl 128; Is 62.1-5; 1 Co 12.1-11; Jo 2.1-11
Tema: A hora!

Na Palestina do tempo de Jesus uma festa de casamento costumava durar nada menos do que sete dias. O vinho, esse precioso alimento, contribuía decisivamente para tornar esse tempo agradável e alegre. Num determinado momento, quando a animação já era grande, a ponto de a narrativa sugerir que os convidados já estavam embriagados, a previsão falha do noivo parece que vai estragar a festa. A mãe de Jesus constata à Jesus: “Eles não têm mais vinho!” (Jo 2.3). Maria, a mãe de Jesus, estava dizendo: “Vê se dá um jeito nisso!”. Ao que Jesus retruca: - Maria, não é você que determina minha atuação, mas o meu Pai, “Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora” (Jo 2.4).
A expressão “Mulher” apresenta algo muito importante. Mostra que ela também morreria. A resposta de Jesus indica que até aquele momento havia precisado de Maria como mãe, mas, a partir daquele momento, inicio do ministério de Jesus, Maria precisava de Jesus como uma mulher pecadora. E por Maria, Jesus também iria morrer.
Maria precisava ser lembrada de que Jesus veio para realizar a missão do seu Pai. E pela resposta, acredito que ela se recordou disse, afinal, disse aos serventes: “Fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2.5).
Jesus realizou o milagre, seu primeiro milagre. Salvou o casamento que estava fadado a fracassar sem o final da festa.
     Esse primeiro milagre de Jesus mexe e muito com alguns moralistas. Há os que supõe que Jesus aqui não estivesse todo evoluído, ou ainda estivesse em seu estágio de teologia.
   Será que Jesus não deveria ter deixado faltar vinho para que aquele casal aprendesse que festa só se faz sem bebidas alcoólicas? E Jesus, será que precisava terminar a festa com tanta ostentação?
     O apóstolo João narra o episódio e junto a ele sua interpretação ao dizer: “Assim, quando chegou a Galiléia, os galileus o receberam, porque viram todas as coisas que ele fizera em Jerusalém, por ocasião da festa, à qual eles também haviam comparecido” (Jo 4.45). Será que queriam mais vinho? O apóstolo João narra que “Estando ele em Jerusalém, durante a Festa da Páscoa, muitos, vendo os sinais que ele fazia, creram no seu nome;” (Jo 2.23).
     Interessante notar que esse milagre contém apenas uma ordem, “Enchei de água as talhas...” (Jo 2.7). Jesus não impõe as mãos, ou diz palavras mágicas. Apenas dá uma ordem: “Enchei de água as talhas...” (Jo 2.7).
     Jesus ressalta seu poder salvador. É o filho de Deus enviado ao mundo. Mas, a atenção recai sobre sua pessoa. Quando o apóstolo João no início do evangelho diz “...e vimos a sua glória...” (Jo 1.14), ao longo do evangelho, apresenta como Jesus revelou sua glória, manifestou o próprio Deus, ou seja, Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. O apóstolo João mostra que “...o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1.1). Esse Verbo, Jesus, se revelou de muitas maneiras para todo seu povo.
     Cada um dos evangelistas tem um objetivo conforme condução do Espírito Santo. O objetivo do apóstolo João era mostrar que Jesus era Deus. Deus veio ao encontro do seu povo. Por isso, não se deve estranhar que com apenas uma palavra: “Enchei de água as talhas...” (Jo 2.7), Jesus operou seu primeiro milagre. Além de ser Deus, Jesus é verdadeiro homem. Como homem entendeu que sem o vinho para terminar aquele casamento, o mesmo fracassaria. 
     Sem a humanidade de Jesus, a obra de redenção não seria realizada. Era necessário que um homem perfeito realizasse o pagamento pela humanidade. Deus se fez homem.
     Justamente pela obra perfeita de Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, a resposta: “...Ainda não é chegada a minha hora” (Jo 2.4) tem um destaque todo especial.
     Qual é a hora exata de Jesus? Se refere a morte de Jesus, a obra vicária de Jesus. Essa hora foi apresentada pelo apóstolo João com as seguintes palavras: “Ora, antes da Festa da Páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar desse mundo para o Pai, ...” (Jo 13.1) e ainda: “Tendo Jesus falado estas coisas, levantou os olhos ao céu e disse: Pai, é chegada a minha hora; ...” (Jo 17.1).
     A hora de Jesus nos consola na certeza de que a Festa no céu foi preparada por Jesus com sua obra na cruz. Amém!

Rev. Edson Ronaldo Tressmann

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