23º Domingo após Pentecostes – 16/11/2014
Sal 90.1-12; Sf 1.7-16; 1Ts 5.1-11; Mt 25.14-30
Tema: Sem surpresas quanto à segunda vinda de Jesus.
Desde
a época de César Augusto, a “pax romana” era uma expressão política muito forte. Era um slogan quase que
divino. Era como que “só Roma pode dar a paz. Fique
fiel ao império, e estará sempre com capacete e com couraça, ou seja, em paz e
segurança”.
Essa
era a bandeira romana para manter os povos de classe baixa quieta, longe da
possibilidade de levantar-se contra o governo.
A
primeira carta aos Tessalonicenses tem uma intensidade politica muito grande
por questionar essa suposta paz e segurança do império romano.
A
primeira carta aos Tessalonicenses foi escrita por Paulo, colaborado por Silvano e Timóteo por
volta do ano de 51 a.C. Nessa época, pouco antes, o imperador Calígula, se auto
definiu como deus. Mandou erigir estátuas em vários templos do império,
inclusive Jerusalém. Em Jerusalém não pode ver a estátua pronta, pois acabou
morrendo antes disso.
Paulo,
Silvano e Timóteo anunciaram aos Tessalonicenses que o único Senhor é Jesus
Cristo, o ressuscitado. A mensagem proferida nas três semanas que esteve em
Tessalônica a respeito do Senhor ressuscitado, do único que oferece e dá paz e
segurança impactou os ouvintes. Tanto que 30 anos mais tarde, o médico Lucas
apresenta na pesquisa apresentada em Atos dos Apóstolos que os evangelistas “...revolucionaram o mundo inteiro...agiram contra os decretos de César, afirmando
ser Jesus outro rei” (Atos 17.6,7).
“Quando andarem dizendo: Paz e
Segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vêm as dores de
parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão” (1Ts 5.3).
A
“paz e segurança” oferecida pela “pax romana” era mentirosa, discriminatória e
classista. A paz que Jesus oferece e dá é verdadeira e igualitária. Jesus veio
quebrar os murros da separação entre as raças. Jesus veio para trazer paz aos
corações humanos. O seu evangelho traz paz e quebra os murros da indiferença.
Diante
dessa mensagem salvadora, consoladora e igualitária, a igreja de Tessalônica
passou a ser perseguida por se opor a adoração ao imperador. Os tessalonicenses,
principalmente os cristãos que em sua maioria eram operários, viviam na opressão
política, revolucionaram o mundo de então se opondo ao imperador e não lhe
rendendo adoração requerida. A apatia, o silêncio, deu lugar à esperança e ao
testemunho a respeito de Jesus, aquele que oferece e dá a verdadeira paz e
segurança.
Os
tessalonicenses se tornaram modelo na Macedônia, Acaia e toda a parte. Por isso
foram chamados de “fiéis” (1Ts 1.7) ou seja, “resistentes.”
Mas,
infelizmente, Timóteo não havia trazido boas noticias ao apóstolo Paulo sobre
esses fiéis. Os bravos iniciantes resistentes estavam sucumbindo diante da
perseguição e das dúvidas a respeito da ressurreição e dos mortos. Os fiéis que
haviam depositado toda confiança em Jesus corriam o risco de viver
irresponsavelmente refugiando-se em falsa segurança e paz da politica romana.
Pessoas
buscavam e buscam “paz e segurança” num sistema político humano, falho, opressor, discriminatório e
desigual. No entanto, todo esse sistema não resistiria mediante a segunda vinda
de Jesus.
Para
acalmar seus corações, Paulo, Silvano e Timóteo fazem uso do único meio que
pode tranquilizar os cristãos, anunciaram a mensagem do evangelho. O evangelho,
a boa notícia anuncia que: “Deus não nos escolheu para sofrermos o castigo da sua ira, mas para nos
dar a salvação por meio de Jesus Cristo, que morreu por nós para podermos viver
com ele, tanto se estivermos vivos como se estivermos mortos quando ele viver” (1Ts 5. 9-10). Quando o
assunto é fim do mundo e ressurreição dos mortos, de certa maneira, vivemos
numa falsa segurança.
A
falsa segurança que enfrentamos em pleno século XXI está no fato de não querermos
ouvir as profecias a respeito do fim. É compreensível! Afinal, ouvimos as mais
variadas previsões sobre o fim e todas fracassadas.
Infelizmente
todas as previsões humanas acabaram conduzindo às pessoas a incerteza quanto à
segunda vinda de Jesus. Todos os fracassos das previsões humanas aconteceram
por não ter se dado ouvido à única certeza da Palavra de Deus: “Jesus virá para julgar os vivos e os
mortos num dia como outro qualquer. Ninguém sabe o dia e hora, será sem aviso, assim
como faz um ladrão ao invadir uma casa.”
O
dia do Senhor, a segunda vinda de Jesus tarda, mas não falha. Esse evento é
real, só não sabemos o dia e o momento, mas estaremos em festa, vivendo nossa
vida normal. Pode ser que seja hoje!
Mas,
aos cristãos a quem Paulo escreve dando a certeza da segunda vinda de Jesus, a preocupação
não é com o dia da volta de Jesus. A preocupação cristã é viver e esperar esse
dia sem que a expectativa e a ansiedade atrapalhe viver hoje.
Como
cristãos vivemos o hoje na certeza do fim que pode ser a qualquer momento.
Viver o hoje é viver acordado, ou seja, em pleno raciocínio. Viver o hoje é
viver vigiando, sendo conhecer dos fatos que lhe cercam. Viver o hoje é viver
sóbrio, sendo capaz de analisar os fatos a luz da fé.
A
motivação para viver acordado, vigiando e sóbrio vem da esperança e da fé. Sem
a fé em Jesus e sem esperança na certeza da vida eterna corre-se o risco de se perder
ao longo da caminhada cristã.
Já
fomos e infelizmente continuaremos sendo enganados pelas previsões humanas a
respeito da segunda vinda de Jesus. Mas, não se esqueça, “...o Dia do Senhor vem como ladrão de
noite. ...” Por isso, na fé e na esperança, cuide para que “...esse Dia não vos apanhe de
surpresa”.
Assim
como os Tessalonicenses, em pleno século XXI, cristãos de todo o mundo correm
perigo. O perigo de viverem uma suposta “paz e segurança” politica. Perigo de duvidar do ensino correto e refugiar-se em
ensinamentos enganosos a respeito da segunda vinda de Jesus. Graças a Deus que
temos um auxílio certo e seguro na verdadeira fé e na esperança, por isso: “...animem e ajudem uns aos outros,
como vocês tem feito até agora” (1Ts 5.11). Amém!
Edson Ronaldo Tressmann
cristo_para_todos@hotmail.com
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