22º Domingo após Pentecostes – 09/11/14
Sl 70; Am 5.18-24; 1Ts 4.13-18; Mt 25.1-13
Tema: O verdadeiro culto a Deus.
Cada
uma das religiões tem suas ramificações. No cristianismo há mais de 30 mil
ramificações. Cada qual adora a Deus de maneira própria. A grande maioria dos
grupos religiosos afirma que Deus se agrada da maneira como eles o adoram, assim,
Deus não se agrada de como os outros o adoram. A proposta da mensagem baseada
no texto de Amós 5.18-24 não é condenar a maneira que os outros adoram a Deus. A
proposta e o objetivo é esclarecer: o que é culto? Onde começa e termina o culto? Assim cada qual chegará à conclusão se adora a
Deus verdadeiramente ou não.
Pelo
profeta Amós, Deus diz: “Eu odeio, eu detesto as suas festas religiosas; não tolero as suas
reuniões solenes. Não aceito animais que são queimados em sacrifício, nem as
ofertas de cereais, nem os animais gordos que vocês oferecem como sacrifícios
de paz. Parem com o barulho das suas canções religiosas; não quero mais ouvir a
música de harpas” (Am 5.21-23). Pelo
profeta Isaías, Deus diz: “Quando vocês levantarem as mãos para orar, eu não olharei para vocês. Ainda
que orem muito, eu não os ouvirei, pois os crimes mancharam as mãos de vocês” (Is 1.15). Por esses dois textos conclui-se que Deus aceita alguns
cultos e rejeita outros.
Será que Deus aceita nosso culto? O culto não é agradável a Deus pelos sentimentos ou ideias religiosas de
seus membros.
Alguns afirmam que, quando os cristãos começam a adorar a Deus e quanto
mais o adoram, isso “cria um canal de comunicação que permite
que Deus fale e seja ouvido” (Tom McDonald).
Alguns
dizem que culto, adoração, “é basicamente um ato ou um dever que
devemos cumprir. É o primeiro ato da virtude da religião” (Catecismo Católico).
Como
pastor Luterano (IELB), baseado nas Confissões Luteranas, afirmo que “culto é o encontro de Deus com seu povo!”
Infelizmente,
parte do protestantismo mundial, está ensinando que as pessoas têm que se
conectar com Deus fazendo uma “decisão” ou um “compromisso” com Cristo, ou determinada oração.
O
diabo, inimigo da igreja, procura devorar os filhos de Deus, e com uma capacidade
incrível, está pouco a pouco estragando o culto que agrada a Deus. O diabo faz
isso levando as pessoas a concluírem que elas com suas ações e pensamentos se
conectam a Deus. Leva pessoas a se sacrificarem para se manter ligadas com
Deus, afinal, a ligação conseguida foi devido ao seu esforço.
Diante
desse cenário, pessoas são convidadas a realizam cultos de reavivamento, participarem
de cruzadas da vitória, cultuarem com músicas vigorosas, pastores pregam sermões
exigentes, e ao final, as pessoas são convidadas a virem diante do altar para
se entregar a Deus. Tudo se inicia pela decisão pessoal.
Compromissado
com a verdade da palavra de Deus quero que você leitor, ouvinte, entenda que
culto é Deus vindo ao nosso encontro. Deus se encontra conosco pelos meios da
graça que disponibilizou para tal, Batismo, Pregação e Santa Ceia. Pelo Batismo
e pela Pregação, Deus nos ligou a Ele. Por esses meios disponibilizados por
Deus, além de vir ao nosso encontro, mantém essa ligação conosco. Deus é o
agente e os filhos de Deus são os recipientes.
Só
é possível cultuar a Deus porque o culto começa em Deus. No entanto, esse culto
que inicia em Deus objetiva alcançar, por isso o culto termina no próximo. E justamente,
por causa da inversão, ou seja, porque o povo de Israel prestava culto a Deus
como obra humana e não amarem o próximo, Deus os repreende através de Amós: “Eu odeio, eu detesto as suas festas
religiosas; não tolero as suas reuniões solenes. Não aceito animais que são
queimados em sacrifício, nem as ofertas de cereais, nem os animais gordos que
vocês oferecem como sacrifícios de paz. Parem com o barulho das suas canções
religiosas; não quero mais ouvir a música de harpas” (Am 5.21-23).
Será que necessitamos ouvir essa
repreensão?
Israel
estava enfrentado males gêmeos, ou seja, adoração ardorosa a Deus, mas não
tinham nenhuma preocupação social. Israel vivia numa falsa segurança. Eles
imaginavam-se seguros por ser povo de Deus. O fato de serem filhos de Deus os acomodou
na vida social.
A
denúncia do profeta Amós é muito grave, mesmo para o século XXI. Não adianta
adoração aparente, ou apenas de boca. Não é um “ex opere operato” que irá agradar a Deus. O que agrada a Deus é que
sua justiça, aquela que o pecador recebe em Jesus, seja a justiça vivida socialmente.
O culto iniciado em e por Deus é o culto continuado no encontro com o próximo
em sua vida social.
O
que determina e define o culto é tudo o que Deus revelou e faz através da sua Palavra.
Por esse motivo, mais uma vez destaco a importância do terceiro mandamento.
Nesse mandamento Deus deseja que seus filhos santifiquem um dia para ouvir e
estudar a sua Palavra. Sem a Palavra de Deus, sem o Evangelho, não há adoração
a Deus. Deus vem ao encontro dos seus filhos (Batismo, Evangelho e Santa Ceia)
e os filhos de Deus por esse encontro vão ao encontro do próximo. Culto é Deus
falando e seu povo escutando. Culto é a reunião das ovelhinhas de Jesus ouvindo
o soar da voz do bom pastor Jesus.
Culto
não é obra humana! Culto é obra divina! Culto é Deus se encontrando com seus
filhos através dos seus meios da graça. Deus se encontra com seus filhos e os
motiva a uma resposta: testemunho, serviço, oferta. Infelizmente, tem se colocado a resposta como ação meramente humana,
mas não há ação humana sem motivação divina, fé verdadeira.
O
conteúdo do culto é a Palavra de Deus. No culto, Deus nos serve, e desse servir,
as pessoas são enviadas para servir ao próximo. É justamente essa falta de
serviço ao próximo que o profeta Amós da parte de Deus reclama do povo.
Deus
guarde o nosso coração e a nossa mente para que em verdadeiro culto saibamos
que na obra perfeita de Jesus, Deus se encontrou conosco. Éramos pobres e
necessitados, em Jesus, Deus veio ao nosso auxílio. Ele é a nossa ajuda e o
nosso libertador. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann
cristo_para_todos@hotmail.com
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