3º Domingo após Pentecostes.
29/06/2014
Sl 119. 153 – 160; Jr 28. 5 – 9; Rm 7. 1 – 13; Mt 10. 34 - 42
Jesus
envia seus discípulos para que não haja separação eterna.
Durante
todo o mês de junho lembramos que estamos em festa e comemoração na IELB. Nesse
ano de 2014 estamos comemorando 110 anos de fundação em terras brasileiras. Durante
todo o mês de junho, buscou-se trazer uma palavra de incentivo, ânimo, consolo
e conforto. Essas palavras foram transmitidas pelo apóstolo
Pedro, pelo nosso Senhor Jesus Cristo e pelo salmista.
No
dia 01 de junho, o apóstolo
Pedro em sua primeira carta (1Pe 4. 12 – 19; 5. 1 – 6) encorajou os cristãos à
vigilância, a sobriedade e a humildade.
No
dia 08 de junho, nosso Senhor
Jesus Cristo mostrou que a água viva é o Espírito Santo e que no Espírito Santo
somos capacitados a derramar água sobre outras pessoas. Das palavras de Jesus,
aprendemos que, mesmo com 110 anos, a IELB precisa ouvir e relembrar que “rios de água viva foram derramados
sobre nós pela voz de profetas que proclamaram a salvação em Jesus e na Água
viva nos mantém alimentado e firme para atuação no reino de Deus”.
Com
as palavras de Jesus ao se despedir dos seus discipulos, no dia 15 de junho aprendemos sobre a
ação da Trindade na missão da Igreja. Mesmo que a santíssima trindade
seja um mistério, mesmo que seja negado por muitos, é atuante através da
proclamação da Palavra e pelos santos sacramentos para salvação de milhares de
pessoas.
No
culto do dia 22 de junho em
comemoração ao aniversário da IELB, que ocorreria no dia 24 de junho, o
salmista transmitiu a mensagem do abrigo na sombra segura e fresca. O salmista
mostrou que é preciso reagir e agir com confiança diante da tentação e da
dificuldade.
Em
nosso culto nesse dia 29 de junho,
agora com 110 anos completos, Jesus irá comunicar um precioso ensino através do
envio que fez aos seus discípulos na evangelização em Israel.
Ao
enviar seus discípulos Jesus ensina que na evangelização precisamos estar conscientes das adversidades e ao mesmo tempo confortados com a
promessa de Deus. Uma das adversidades é justamente a
advertência feita pelo salvador: “Não pensem que eu vim trazer paz ao mundo. Não vim trazer a paz, mas a
espada” (Mt 10.34). O consolo, no entanto, está na
promessa de que todo aquele que receber um discípulo de Jesus é como se
recebesse o próprio Cristo (Mt 10. 41).
Qual é o significado da advertência de
Jesus sobre não trazer paz, mas espada? É preciso entender que a paz, a
qual Jesus veio trazer é a paz de consciência, obtida pelo perdão dos pecados. Essa
paz não pode ser confundida com a paz social, algo tão almejado e buscado por
vários países no mundo.
O
significado de “espada”
conforme pronunciado por Jesus mostra que a mensagem do reino, a mensagem do
evangelho, causará lutas, perseguições e sofrimentos.
Não
é nada consolador para um discípulo ouvir essa advertência. Mas, é necessário
que o discípulo de Jesus compreenda que esta espada que separa, não mata o
corpo físico. Mesmo que a espada
mostre separação, precisamos entender que Deus não deseja e nem quer que essa
separação aconteça. Por esse motivo, enviou, envia e continuará enviando trabalhadores
à sua seara para que proclamem a mensagem do evangelho. Mesmo que essa
proclamação e testemunho cause separação nesse mundo, Deus fez, faz e fará tudo
para que a mesma não aconteça eternamente.
A
advertência de Jesus sobre a espada não visa desmotivar a ação evangelizadora
da igreja. Pelo contrário, a separação decorrente do evangelho, apresenta a
separação eterna.
Aqueles
que fazem parte pela fé no reino de Cristo precisam compreender que não há e
nem deve haver um faz de conta nessa nova vida.
Ilustração
(Filme: A qualquer preço. (Dennis Quaid e Zac Efron).
Esse
filme conta a história de um ambicioso fazendeiro que selecionava sementes
transgênicas e as vendia para outros produtores sem deter os direitos para
isso. Por muito tempo cometeu essa fraude. Fraude que o enriqueceu.
O
pai esperava que seu filho assumisse os negócios da fazenda. Mas, o jovem desejava
ser piloto e se empenhava para tal.
Ao
sofrer um acidente e ficar sabendo que seu pai estava sendo investigado pela
fraude, o filho resolve deixar de pilotar e vai à procura das pessoas que estão
tentando incriminar seu pai. Afinal, a descoberta da fraude os levaria a
falência completa. Tanto pai como filho, queria resolver a situação.
Um
dos suspeitos foi procurado pelo filho do fazendeiro que após uma discussão acabou
assassinando o provável suspeito. Desesperado e sem saber o que fazer, o jovem
liga para o pai. O pai de imediato resolve ligar para a polícia, mas, aborta a
ligação. Juntos, pai e filho escondem o corpo do jovem que não foi encontrado,
mesmo que muitas pessoas o procurassem, até mesmo os membros da igreja luterana.
Enquanto
o filho tentava resolver a sua maneira. O pai que já havia descoberto quem o
havia denunciado resolveu a situação corrompendo o denunciante oferecendo-lhe
terras para cultivo.
Quando
toda a família estava reunida em culto na primeira igreja luterana, a esposa desconfiou
do filho. Procurou o marido e conversou sobre o acontecido. O pai confessou-se
culpado em lugar do filho. Nesse momento, a esposa propõe ao marido que superassem
juntos esse episódio. Afinal, nada poderia por m risco a boa vida financeira.
Mesmo
que seja um filme. Esse drama retrata muitíssimo bem o preço que as pessoas estão
dispostas a pagar em favor dos bens materiais.
Que preço as pessoas pagam pelos bens
materiais?
Jesus, no texto do evangelho faz
outra pergunta: E
o discipulado? Há disposição para se pagar o preço?
No versículo 38, Jesus diz que é preciso enfrentar a própria morte por amor a
vida verdadeira. Esse ensino é repetido pelo apóstolo Paulo aos Gálatas: “Mas longe esteja
de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o
mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo” (Gl 6.14). Todo discípulo sabe que já morreu para esse
mundo: “...e que a vida
está escondida com Cristo, que está unido com Deus. Cristo é a verdadeira vida
de vocês, e, quando ele aparecer, vocês aparecerão com ele e tomarão parte na
sua glória” (Cl 3.3 – 4).
Conforme
o ensino de Jesus, aprendemos que as pessoas buscam realizar todas as coisas
para uma vida neste mundo. Sua advertência visa frear não a busca por uma vida
melhor, mas sobre o perigo de perder o sentido e o rumo da vida verdadeira.
Jesus indica que é a vida verdadeira é estar e permanecer nEle, mesmo que
separado por muitas pessoas nesse mundo (Mt 10.39).
O que pode ser dito para uma igreja que acabou de completar 110 anos?
A
julgar pelo episódio do envio dos discípulos, podemos aprender que na
evangelização os discípulos têm o destinatário e o destino.
Os discípulos
são os pequeninos, os pregadores, os que creem em
Jesus Cristo. O discípulo não é apenas aquele que está e é da igreja. O
discípulo não é aquele que se empenha em torno de si e para si. O discípulo conhece
seu destinatário e o destino final do seu testemunho.
O
discípulo não fica apreensivo sobre a divisão que seu testemunho e sua fé causarão
aqui no mundo. Afinal, ele assim como aquele que o enviou, visam à salvação das
pessoas, a não separação eterna.
Aos
seus discípulos Jesus promete: “Quem recebe vocês está recebendo a mim; e a quem me recebe está
recebendo aquele que me enviou. Quem receber um profeta, porque este é profeta,
terá uma parte da recompensa dele; e quem receber uma pessoa boa, porque ela é
boa, terá uma parte da recompensa dela” (Mt 10. 40 – 41).
Que
honra Jesus dá aos seus discípulos! É uma honra ser boca de Jesus. No entanto,
essa honra mostra uma enorme responsabilidade. A boca de Jesus
precisa emitir somente as palavras de Jesus.
De
acordo com o episódio narrado pelo evangelista Mateus, Jesus não é contra o
amor humano. Não é contra o amor entre pais e filhos, filhos e pais. Ele apenas
ressalta que o amor a Deus precisa estar acima de qualquer sentimento humano.
Como
discípulos de Jesus testemunhamos e ofertamos com gratidão para que o
evangelho seja pregado, para que não haja divisão eterna, “pois não podemos deixar de falar daquilo
que temos visto e ouvido” (At 4.20), mesmo que cause divisão nesse
mundo. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann
cristo_para_todos@hotmail.com
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