segunda-feira, 12 de maio de 2014

A verdade que Liberta!

5º Domingo de Páscoa – 18/05/2014
Leituras Bíblicas: Salmo 146; Atos 6. 1 – 9; 7. 2ª, 51 – 60; 1Pedro 2.2 – 10; João 14. 1 - 14
 

"Como vocês são teimosos! Como são duros de coração e surdos para ouvir a mensagem de Deus!..." (At 7.51)

             Qual é o poder da verdade? Libertar da mentira. O que pode acontecer com alguém que diz a verdade?
               Dizer a verdade atualmente está sendo difícil. Mas, além de dizer a verdade, está sendo quase que impossivel saber quem está falando a verdade.
              Há um ditado popular que diz: "a verdade dói". A verdade doeu nos judeus a quem Estevão disse: "Como vocês são teimosos! Como são duros de coração e surdos para ouvir a mensagem de Deus!..." (At 7.51)
              Estevão disse a verdade pura e clara sobre a história do povo de Deus para os judeus. Estevão convidou ao povo para que circuncidassem os ouvidos e o coração. Mas, o povo não quis dar ouvidos a essas palavras. Na verdade “...ficaram furiosos e rangeram os dentes contra ele” (At 7. 54).
               O discurso sobre a verdadeira verdade foi um golpe duro demais para aqueles judeus. Estevão sabia que a verdade devia ser dita, “doa a quem doer”. A verdade doeu a ponto dos judeus gritarem e taparem seus ouvidos, e pegarem Estevão e o lançarem fora da cidade.
                Deus age de maneira estranha aos nossos olhos. Em cada situação, Deus vai além daquilo que nós conseguimos ver ou até mesmo imaginar. Lembremos por um momento de José. Vendido pelos seus irmãos com 17 anos. Depois caluniado e preso. Mas, quando teve a chance de se vingar dos seus irmãos, testemunhou que todo aquele evento passado tinha um propósito nos planos de Deus. José disse: "Vocês tentaram o mal contra mim, mas Deus o reverteu em bem, para conservar muita gente com vida" (Gn 50.20). Recordemos as palavras do apóstolo Paulo: "sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo seu propósito" (Rm 8.28). A mesma estranheza no agir de Deus nas mais variadas situações aconteceu no apedrejamento de Estevão. Esse tragico evento serviu de testemunho para um jovem chamado Saulo, dias depois Paulo.
               O discurso de Estevão foi à verdadeira interpretação da história de Moisés como espelho da história de Jesus. Estevão olhava e falava de Moisés, mas apontava para Jesus.
               Tentando chamar a atenção dos judeus, Estevão disse que condenar Jesus era o mesmo que condenar Moisés. Estevão acusou os judeus de cegueira e surdez diante da Palavra de Deus manifestada em Jesus, “...Vocês sempre têm rejeitado o Espírito Santo, como os seus antepassados rejeitaram. Qual foi o profeta que os antepassados de vocês não perseguiram? Eles mataram os mensageiros de Deus que no passado anunciaram a vinda do Bom Servo. E agora vocês o traíram e o mataram. Vocês receberam a lei por meio de anjos e não têm obedecido a essa lei” (At 7. 51-53).
                Estevão não se calou, falou veementemente a verdade. Ele sabia que estava doendo nos judeus, mas não se calou. Sabia que iria doer fisicamente nele, mas não se calou. Mesmo sentindo a dor física do apedrejamento testemunhava: "Senhor não o condenes por este pecado!" (At 7.60). "Estou vendo o céu aberto, e o filho do homem, de pé, à direita de Deus!" (At 7.55).
                Esse testemunho incomodou os judeus. Qual motivo? Não requeria o cumprimento da lei. Nosso testemunho de que “o justo viverá por sua fé, pela fé somente” continua incomodando muitas pessoas. Qual motivo? Não há apego a tradições e requisitos legalistas.
                O testemunho de Estevão num primeiro momento incomodou outro praticante da lei. Na verdade um jovem zeloso no que dizia respeito à lei. Mas, anos mais tarde, após a conversão, esse mesmo jovem testemunhou: “É verdade que eu também poderia pôr a minha confiança nessas coisas. Se alguém pensa que pode confiar nelas, eu tenho ainda mais motivos para pensar assim. Fui circuncidado quando tinha oito dias de vida. Sou israelita de nascimento, da tribo de Benjamim, de sangue hebreu. Quanto à prática da lei, eu era fariseu. E era tão fanático, que persegui a Igreja. Quanto ao cumprimento da vontade de Deus por meio da obediência à lei, ninguém podia me acusar de nada. No passado, todas essas coisas valiam muito para mim; mas agora, por causa de Cristo, considero que não têm nenhum valor. E não somente essas coisas, mas considero tudo uma completa perda, comparado com aquilo que tem muito mais valor, isto é, conhecer completamente Cristo Jesus, o meu Senhor. Eu joguei tudo fora como se fosse lixo, a fim de poder ganhar a Cristo e estar unido com ele. Eu já não procuro mais ser aceito por Deus por causa da minha obediência à lei. Pois agora é por meio da minha fé em Cristo que eu sou aceito; essa aceitação vem de Deus e se baseia na fé. Tudo o que eu quero é conhecer a Cristo e sentir em mim o poder da sua ressurreição. Quero também tomar parte nos seus sofrimentos e me tornar como ele na sua morte, com a esperança de que eu mesmo seja ressuscitado da morte para a vida” (Fp 3. 4 – 11).
                  Deus tem seus propósitos em cada ocasião. Com a morte de Estevão os cristãos passaram a ser perseguidos e se espalharam por todos os lados. Saulo perseguiu e matou os cristãos. O fruto dessa perseguição é que por onde os cristãos iam, anunciavam sobre Jesus, e a igreja ia se expandia. Também dessa perseguição, Deus resolveu fazer Saulo cair do cavalo. Mostrou-lhe que perseguir os cristãos era o mesmo que persegui-lo. Ali, Paulo aprendeu que seguir Jesus não é cumprir o tradicionalismo ou as regras da lei.
                  A verdade dita por Estevão feria mais de mil anos de tradição. Uma tradição que conforme Paulo aos Gálatas 1.13-14 feria a si mesmo. Paulo disse: "Vocês ouviram falar de como eu costumava agir quando praticava a religião dos judeus. Sabem como eu perseguia sem dó nem piedade a igreja de Deus e fazia tudo para destruí-la. Quando praticava essa religião, eu estava mais adiantado do que a maioria dos meus antepassados".
                   Os judeus que mataram Estevão, Saulo e tantos outros achavam estar agindo corretamente. Eles imaginavam estar com sua consciência tranqüila perante Deus.
                   Verdade! O Pilatos pós-modernos continua questionando: “O que é a verdade?” (Jo 18.38). Não a encontram, pois, nesse século, cada um possui a sua verdade.
                  Verdade! Um assunto complicado, assunto que fere a política do “politicamente correto”. Ouçamos Jesus: "Se permanecerem nas minhas Palavras, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (Jo 8.32).
                 A verdade libertou Estevão. A verdade levou Estevão a testemunhar com coragem, mesmo que a mesma o levasse a morte assim como levou.
                 A verdade libertou Paulo. A verdade o animou a defender Jesus com unhas e dentes e o conduziu a testemunhar diante de todos até mesmo diante do Imperador.
                A verdade libertou Lutero. A mesma o levou a testemunhar diante de todos, mesmo que isso lhe custasse à vida.
                A verdade libertou a mim e a você.
            Ouvimos a palavra de Jesus, o Bom Pastor: "As ovelhas reconhecem sua voz quando ele as chama pelo nome, e ele as leva para fora do curral. Quando todas estão do lado de fora, ele vai na frente delas, e elas o seguem porque conhecem a voz dele. Mas de jeito nenhum seguirão um estranho! Pelo contrário, elas fugirão, pois não conhecem a voz de estranhos" (Jo 10.3-4).
               Nosso desafio é permanecer na verdade. A verdade que nos liberta. A verdade que nos conduz a Jesus, o nosso bom pastor.
                Prestem atenção!
                Ouvir a voz do Bom Pastor não é cumprir uma mera tradição. Ouvir é o mesmo que ingerir a Palavra de Deus.
                Cuidado! O nosso inimigo deseja nos afastar da verdade que é Jesus. Se afastar de Jesus é viver uma vida como ovelha desgarrada. Ovelha desgarrada é presa fácil para seus predadores.
               Jesus é o nosso salvador, aquele que ressuscitou para que tenhamos uma vida plena. Essa vida plena nos é transmitida através da prockamação da verdade. Na verdade que é Jesus eu tenho a vida completa. Sou ovelha de Jesus, resgatada pela verdade e vou testemunhar sobre essa verdade doa a quem doer.
            Qual é o poder da verdade? Libertar da mentira. Principalmente da mentira que nos leva a condenação eterna. O que pode acontecer com alguém que diz a verdade? Pode até ser apedrejado, mas estando Jesus no controle nenhum mal eterno nos acontecerá. Continuemos comunicando a verdade doendo em quer que doa, mesma que seja em nós. Amém!
 

Escrito por Edson Ronaldo Tressmann para o 4º Domingo da Páscoa em 13/04/2008

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