5º Domingo após Epifania
09/02/2014
Sl 112. 1 – 9; Is 58. 3 – 9ª; 1Co 2. 1 – 12; Mt 5. 13 - 20
Tema: Saleiro
e Luzeiro de Deus.
Jesus
Cristo nos primeiros versículos (Mt 5. 1 – 12) mostra como o cristão deve viver
pessoalmente e sofrer neste mundo e estar sempre preparado para resistir onde
for necessário, confessar e defender sua fé e sempre estar armado contra o
mundo e o diabo.
Nesses
primeiros versículos, Jesus ensina que cada cristão é perfeito quando vive honestamente
para com sua própria pessoa. Quando exerce e administra corretamente sua
função, com a qual ajuda e serve seu próximo de modo conveniente. Jesus aponta
para duas alternativas em que exercemos nosso ofício ministerial e servimos ao
nosso próximo. Sendo sal e luz para o mundo.
O
sal nunca salga a si mesmo. Ele salga carne e tudo o que é necessário na
cozinha. Os cristãos são o sal de Deus e salgam o mundo. Podemos dizer que a
congregação composta pelos cristãos é o saleiro de Deus. A igreja tem como função e missão salgar a terra que está deteriorada pelo pecado.
Fazer
parte do saleiro de Deus é uma honra. É uma função maravilhosa e esplendida ser
chamado “sal de Deus.”
Como posso salgar a minha família,
meu bairro, meu munícipio? A exigência é simples: disposição. Disposição para
que? Ser pobre
espiritualmente, miserável, sedento, manso, sofrer perseguição, injúria e
ofensa, ou seja, estar verdadeiramente em Cristo. Sem
isso, o salgador, não conseguirá salgar nem ser luz de verdade.
Salgar
é uma sobrecarga para aqueles pescadores que ali estavam ouvindo junto a tantas
outras pessoas as palavras de Jesus. Salgar a terra é uma missão impossível com
as próprias forças.
É
difícil ser apóstolo e pregador e exercer o ministério da pregação. Pela
própria vontade, guiado pela carne e sangue, é uma tarefa impossível. Por isso,
quer seja pastor ou cristão leigo, a exigência é um coração espontâneo. E
espontaneamente Jesus está chamando as pessoas a terem disposição para salgar e
iluminar a terra.
Colocar
sal num machucado é terrível. A dor é quase que insuportável. Salgar significa
pregar corretamente. Pregar é o mesmo que recriminar as coisas que o mundo
julga normal e exaltar o que o mundo acha anormal. Pela água da vida, o
Espírito Santo, denunciamos os pecados do mundo, (Jo 16.8).
Salgar
o mundo não é simplesmente ir ao encontro daqueles que estão presos por algum
crime cometido. Salgar a terra envolve mostrar, jogar sal na ferida aberta
daqueles que se consideram melhores que os outros pela sua piedade e santidade.
Em seu primeiro sermão, Jesus está salgando, ou seja, jogando sal na ferida
aberta dos fariseus e escribas.
Nosso
salgar a terra não consiste unicamente em condenar aqueles pecados grosseiros
que todos conhecem e que o mundo em si já julga. Pregar o Evangelho é esfregar sal nas feridas. Isso é: denunciar o que não
está certo e aquilo que afasta as pessoas de Jesus Cristo. Deus
conserve entre nós a Igreja (saleiro de Deus) a Escritura, o Evangelho, o
Sacramento do Batismo e Santa Ceia e o Púlpito (de onde é derramado o sal).
O
sal que é útil para temperar corre o perigo de torna-se insosso. O sal insosso
é aquele que não tempera mais, que não arde quando jogado na ferida. Cuidado! Corremos o risco de nos
tornar sal insosso. Isso pode acontecer se desprezarmos o ministério da
pregação e não o quisermos entre nós. Pode acontecer quando não formos mais
denunciados e a nossa miséria e incapacidade sem Jesus não for mostrada de
maneira clara e correta. Podemos nos tornar sal insosso se a Palavra de Deus for
interpretada de maneira falsa e permitir que as pessoas não vejam mais Jesus
Cristo. Para sermos e continuarmos sendo sal é necessário e urgente que o
saleiro de Deus (Igreja) continue apontando constantemente para Jesus Cristo.
Quando
no exercício do ministério da pregação as pessoas não são salgadas, tudo parece
estar muito bem. Mas a partir do momento em que se busca jogar sal nas feridas
abertas, há perseguição e calúnia por parte daqueles que preferem continuar
sendo sal insosso.
Cada
vez em que estamos no saleiro de Deus (congregação) recebendo o sal de Deus
(Palavra), as feridas abertas precisam arder para que sejam curadas pelo perdão
que Deus em Jesus nos oferece e dá pela Pregação da Palavra, pelo Batismo e
Santa Ceia.
Infelizmente,
muitas pessoas não querem receber o sal de Deus e ser temperadas para salgar e
iluminar. Há os que detestam os ministros que lhes dizem a verdade.
O
Ministério da Pregação e a Palavra de Deus devem brilhar como sol sobre nossas
vidas. Esses dois meios clareiam o caminho pelo qual precisamos seguir.
Assim
como sal também somos luz. Ser luz significa instruir as almas e lhes mostrar o
caminho para a vida eterna. Sendo que esse caminho é Jesus. O Ministério consiste em denunciar os verdadeiros
vícios interiores, e por outro lado, sarar, consolar e animar todas as
consciências entristecidas. Ninguém pode ficar impune por seus males, também
não podem ficar sem instrução e encorajamento para a prática do bem. Ser sal e
luz é render graças a Deus, pois Ele nos consagrou para esse ministério.
Pr. Edson Ronaldo
Tressmann
cristo_para_todos@hotmail.com
Bibliografia: Martinho Lutero. Obras Selecionadas.
Vol. 9. Ed. Sinodal, Concórdia e ULBRA; São Leopoldo, Porto Alegre e Canoas,
RS. 2005. pp. 68 - 86
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