terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Saleiro e Luzeiro de Deus


5º Domingo após Epifania

09/02/2014

Sl 112. 1 – 9; Is 58. 3 – 9ª; 1Co 2. 1 – 12; Mt 5. 13 - 20

Tema: Saleiro e Luzeiro de Deus.


         Jesus Cristo nos primeiros versículos (Mt 5. 1 – 12) mostra como o cristão deve viver pessoalmente e sofrer neste mundo e estar sempre preparado para resistir onde for necessário, confessar e defender sua fé e sempre estar armado contra o mundo e o diabo.
         Nesses primeiros versículos, Jesus ensina que cada cristão é perfeito quando vive honestamente para com sua própria pessoa. Quando exerce e administra corretamente sua função, com a qual ajuda e serve seu próximo de modo conveniente. Jesus aponta para duas alternativas em que exercemos nosso ofício ministerial e servimos ao nosso próximo. Sendo sal e luz para o mundo.
         O sal nunca salga a si mesmo. Ele salga carne e tudo o que é necessário na cozinha. Os cristãos são o sal de Deus e salgam o mundo. Podemos dizer que a congregação composta pelos cristãos é o saleiro de Deus. A igreja tem como função e missão salgar a terra que está deteriorada pelo pecado.
         Fazer parte do saleiro de Deus é uma honra. É uma função maravilhosa e esplendida ser chamado “sal de Deus.”
         Como posso salgar a minha família, meu bairro, meu munícipio? A exigência é simples: disposição. Disposição para que? Ser pobre espiritualmente, miserável, sedento, manso, sofrer perseguição, injúria e ofensa, ou seja, estar verdadeiramente em Cristo. Sem isso, o salgador, não conseguirá salgar nem ser luz de verdade.
         Salgar é uma sobrecarga para aqueles pescadores que ali estavam ouvindo junto a tantas outras pessoas as palavras de Jesus. Salgar a terra é uma missão impossível com as próprias forças.
         É difícil ser apóstolo e pregador e exercer o ministério da pregação. Pela própria vontade, guiado pela carne e sangue, é uma tarefa impossível. Por isso, quer seja pastor ou cristão leigo, a exigência é um coração espontâneo. E espontaneamente Jesus está chamando as pessoas a terem disposição para salgar e iluminar a terra.
         Colocar sal num machucado é terrível. A dor é quase que insuportável. Salgar significa pregar corretamente. Pregar é o mesmo que recriminar as coisas que o mundo julga normal e exaltar o que o mundo acha anormal. Pela água da vida, o Espírito Santo, denunciamos os pecados do mundo, (Jo 16.8).
         Salgar o mundo não é simplesmente ir ao encontro daqueles que estão presos por algum crime cometido. Salgar a terra envolve mostrar, jogar sal na ferida aberta daqueles que se consideram melhores que os outros pela sua piedade e santidade. Em seu primeiro sermão, Jesus está salgando, ou seja, jogando sal na ferida aberta dos fariseus e escribas.
         Nosso salgar a terra não consiste unicamente em condenar aqueles pecados grosseiros que todos conhecem e que o mundo em si já julga.      Pregar o Evangelho é esfregar sal nas feridas. Isso é: denunciar o que não está certo e aquilo que afasta as pessoas de Jesus Cristo. Deus conserve entre nós a Igreja (saleiro de Deus) a Escritura, o Evangelho, o Sacramento do Batismo e Santa Ceia e o Púlpito (de onde é derramado o sal).
         O sal que é útil para temperar corre o perigo de torna-se insosso. O sal insosso é aquele que não tempera mais, que não arde quando jogado na ferida. Cuidado! Corremos o risco de nos tornar sal insosso. Isso pode acontecer se desprezarmos o ministério da pregação e não o quisermos entre nós. Pode acontecer quando não formos mais denunciados e a nossa miséria e incapacidade sem Jesus não for mostrada de maneira clara e correta. Podemos nos tornar sal insosso se a Palavra de Deus for interpretada de maneira falsa e permitir que as pessoas não vejam mais Jesus Cristo. Para sermos e continuarmos sendo sal é necessário e urgente que o saleiro de Deus (Igreja) continue apontando constantemente para Jesus Cristo.
         Quando no exercício do ministério da pregação as pessoas não são salgadas, tudo parece estar muito bem. Mas a partir do momento em que se busca jogar sal nas feridas abertas, há perseguição e calúnia por parte daqueles que preferem continuar sendo sal insosso.
         Cada vez em que estamos no saleiro de Deus (congregação) recebendo o sal de Deus (Palavra), as feridas abertas precisam arder para que sejam curadas pelo perdão que Deus em Jesus nos oferece e dá pela Pregação da Palavra, pelo Batismo e Santa Ceia.
         Infelizmente, muitas pessoas não querem receber o sal de Deus e ser temperadas para salgar e iluminar. Há os que detestam os ministros que lhes dizem a verdade.
         O Ministério da Pregação e a Palavra de Deus devem brilhar como sol sobre nossas vidas. Esses dois meios clareiam o caminho pelo qual precisamos seguir.
         Assim como sal também somos luz. Ser luz significa instruir as almas e lhes mostrar o caminho para a vida eterna. Sendo que esse caminho é Jesus. O Ministério consiste em denunciar os verdadeiros vícios interiores, e por outro lado, sarar, consolar e animar todas as consciências entristecidas. Ninguém pode ficar impune por seus males, também não podem ficar sem instrução e encorajamento para a prática do bem. Ser sal e luz é render graças a Deus, pois Ele nos consagrou para esse ministério.
 

Pr. Edson Ronaldo Tressmann

cristo_para_todos@hotmail.com

Bibliografia: Martinho Lutero. Obras Selecionadas. Vol. 9. Ed. Sinodal, Concórdia e ULBRA; São Leopoldo, Porto Alegre e Canoas, RS. 2005. pp. 68 - 86

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