terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Lição sobre mandamentos com o Filho do autor


6º Domingo após Epifania – 16/02/2014
Sl 119. 1 – 8; Dt 30. 15 – 20; 1Co 3. 1 – 9; Mt 5. 21 - 37
Tema: Lição sobre mandamentos com o Filho do autor.
 
         Continuamos ouvindo o sermão do monte, o primeiro sermão de Jesus em seu ministério da pregação. Nos versículos 21 a 37 do capítulo 5, que é a parte do sermão para esse dia, Jesus retoma a lição de alguns dos dez mandamentos.
         Seu objetivo é explicá-los corretamente, pois, infelizmente os fariseus e escribas ensinavam o 5º, 6º, 2º e 8º mandamento em sentido literal e os aplicavam as obras exteriores.
         Seguiremos a ordem adotada por Jesus, mas trataremos apenas do 5º e 6º mandamento.
        Jesus disse: “Vocês ouviram o que foi dito aos seus antepassados: ‘Não mate. Quem matar será julgado.’
         Os fariseus e escribas viam apenas a palavra “matar.” As pessoas cresciam com a ideia de que o mandamento estava proibindo apenas matar com as mãos. Mesmo que o desejo de Deus fosse além do matar físico, o mandamento passou a ser “nada além disso!
         Esse entendimento limpava a barra dos fariseus e escribas que tinham seus corações cheios de ódio, raiva e maus pensamentos secretos de morte (At 5.28; 1Sm 18.17).
         Com o entendimento equivocado, os fariseus e escribas, encontravam apoio na Palavra de Deus. Pela distorção das Escrituras Sagradas, esses homens piedosos se escondiam por trás de uma suposta santidade.
         Jesus está anunciando o seguinte: “vocês ouviram dos fariseus que Moisés ordenou, e que se ensinou desde a antiguidade: Não matarás.” Com o ensino de Moisés os fariseus e escribas se lisonjeavam e se apresentavam com seus ensinos e se aplicavam em cumprir tudo o que receberam dos antepassados.
         Hipocritamente, em pé na frente de todos, com a cabeça erguida, orgulhosamente diziam: “temos Moisés que diz: Não matarás.
         Sem profundidade nenhuma na questão, as pessoas simplesmente invejavam a suposta vida piedosa dos fariseus e escribas. Mas, Jesus, que têm por objetivo jogar sal na ferida dos escribas e fariseus e todos aqueles que procuravam viver hipocritamente.
         O que Deus quer dizer com o mandamento: Não Matarás? Quer que tenhamos cuidado. Pois, podemos matar de várias maneiras. Cuidado! Matamos com as mãos, com a língua, com o coração, por sinais, gestos, num olhar amargo ou invejoso. Matamos até mesmo com os ouvidos, quando não queremos que se fale bem de alguém.
         No versículo 22, Jesus, o professor da lição sobre alguns dos dez mandamentos, dá a verdadeira luz sobre o quinto mandamento dizendo: “Mas eu lhes digo que qualquer um que ficar com raiva do seu irmão será julgado. Quem disser ao seu irmão: “Você não vale nada” será julgado pelo tribunal. E quem chamar o seu irmão de idiota estará em perigo de ir para o fogo do inferno.
         Jesus está transmitindo o verdadeiro Moisés e a verdadeira interpretação do quinto mandamento. Por esse motivo, a reação da multidão foi de admiração. Exclamavam que Jesus ensinava com autoridade, ou seja, apegado e corretamente de acordo com o que a própria Palavra de Deus falava e não como os escribas e fariseus queriam ou desejavam (Mt 7.28 – 29).
         Quantos de nós, honestos, instruídos, bons, íntegros, mas que em secreto odiamos alguém? Precisamos repensar nossa situação. Muitos cristãos, a exemplo dos fariseus, mostram uma bonita fachada, mas o interior da casa está estragado. Se continuarmos vivendo dessa maneira, o resultado será corações endurecidos.
         Em seu sermão, Jesus está nos admoestando para que não nos enganemos com as aparências, principalmente a nossa. 

         O sermão de Jesus é justamente para aqueles que estão na sala de aula. São para aqueles que já conhecem o catecismo, os mandamentos. Esse sermão é para mim e para você querido(a) irmão(ã).
         Não podemos simplesmente querer ser modelo para os outros jejuando, orando, sendo dizimistas. Precisamos fazer as pazes com nosso próximo.
         Servir a Deus não envolve apenas sua vida na igreja, na congregação local, envolve sim, amar a Deus de mãos dadas com o próximo.
         Outra coisa que Jesus quer nos ensinar é que não podemos confiar em nosso servir a Deus como requisito de salvação. Não estamos ganhando o céu pelo nosso dizimo, pelo nosso tempo de diretoria, etc. Mesmo que essas e outras obras não devam ser negligenciadas, não são elas que nos salvam. A salvação está apenas na obra realizada por Jesus a qual ele nos oferece por graça.
         Já que hoje estamos tendo o privilégio de receber a Lição de alguns mandamentos com o Filho do autor, aproveitemos a lição sobre o sexto mandamento.
         Enquanto os fariseus proibiam nesse mandamento apenas o divórcio. Jesus trata sobre o mesmo de outro ângulo. Jesus diz que o pecado que envolve o adultério não está apenas no divorciar-se, mas em viver apaixonado, ter maus desejos para com outra pessoa. O pecado envolve pensamento, palavras e gesto indecoroso.
         O que fazer: se o simples fato de olhar com maus pensamentos para outra pessoa já é pecado? Precisamos lidar com isso dia após dia. Lembremos que Jesus não proíbe o convívio. Jesus não proíbe rir e se divertir. Proíbe sim a cobiça, o desejo para com outra pessoa. Precisamos estar preparados para resistir e lutar contra toda sorte de tentação, passar por tudo com paciência e vencer. 
         Sei que é impossível viver em carne e sangue sem qualquer inclinação pecaminosa e má. Assim como Lutero, concordo com Tomás de Aquino que dizia “que um mau pensamento involuntário não é pecado mortal.” Exemplo: “Quando alguém te ofende, é inevitável que naquele momento você logo pense em vingança. Isso porém não é condenável, desde que não decida para as vias de fato, precisas resistir ao impulso.
         É justamente para nos precaver das “vias de fato” é que Jesus está instruindo para que a cobiça, o desejo, não nos leve a cometer um pecado mortal.
         Para que possamos vencer o pecado contra o sexto mandamento, precisamos voltar nosso olhar para a Palavra de Deus.
         Deus ordenou que cada homem tenha sua esposa. Cada casal deve manter seus desejos e apetites dentro desses limites. Precisamos ser capazes de ficar dentro desse limite. Mas, se não estamos mais contentes com esse limite e, não estamos mais satisfeitos com a esposa que Deus nos deu para nosso prazer e passarmos a olhar cobiçosamente para outras mulheres, CUIDADO, pois já estamos contaminados pela cobiça. E a cobiça e o desejo precisam estar reservados apenas para minha esposa.
         A questão é que nosso inimigo assopra coisas em nossos ouvidos, de maneira que passamos a enxergar apenas os defeitos do nosso cônjuge. Se a nossa esposa não nos é mais preciosa, outras mulheres passam a ser. E assim, o desejo e a cobiça reservado à minha esposa, passam a ser para outra pessoa. Assim, mesmo que minha esposa seja bonita, qualquer outra mulher feia passa a ser mais atraente.
         O sexto mandamento, segundo a lição dada pelo Filho do autor, nos ensina a olhar de maneira correta para nossa esposa. Segundo a Palavra de Deus nossa esposa é um presente, é uma joia rara. Se eu olhar assim para minha esposa, não importa se há mulheres mais bonitas, pois a minha é presente de Deus dado para mim. Deus a colocou em meus braços. Jesus nos ensina a olhar de maneira correta para nossa esposa, para a beleza e joia rara que Deus nos deu.
         Não podemos evitar os ataques do diabo. Ele dispara maus pensamentos e desejos em nosso coração, mas não deixe que esses dardos lançados em ti criem raízes. Arranque-os e jogue fora. O desejo pode até bater na porta, mas não o deixe entrar.
         Talvez alguém pense que o maior problema é o desejo carnal. Isso não confere com as Escrituras. Se não houvesse desejo entre homem e mulher, não haveria casamento. A questão é que nosso desejo, nossa louca vontade, precisa estar guardado para o casamento, entre o casal.
         Quando Jesus aconselha que os olhos e as mãos sejam arrancados, está aconselhando que nos coloquemos perante Deus e deixemos nos governar por ele. Arrancar o olho ou a mão significa tirar o desejo que estamos sentindo.
         Um dos maiores convites ao pecado atualmente é o divórcio. Jesus instrui sobre usar corretamente a lei do divórcio, pois muitos haviam transformado essa lei para cometer patifarias e arbitrariedades contra o mandamento de Deus. Mandamento esse que ensina: “Em qualquer um desses casos, o primeiro marido não poderá casar de novo com essa mulher; ela é impura para ele. Casar de novo com ela seria uma ofensa contra Deus, o SENHOR. Portanto, não deixem que se cometa um pecado tão grave assim na terra que o SENHOR, nosso Deus, lhes está dando para ser de vocês” (Dt 24.4).
         Essa lei foi rapidamente aprendida e abusada. Quando um homem se cansava de sua mulher e se apaixonava por outra a despedia e a repudiava. Moisés quis ensinar que era permitido se separar apenas quando encontrasse na mulher alguma indecência ou fraqueza que impossibilitava o convívio. No entanto, a libertinagem levou os fariseus e escribas a abusarem dessa lei. No evangelho de Mateus vemos Jesus sendo questionado justamente sobre a questão do divórcio. A pergunta feita à Jesus era se por qualquer motivo poderia se separar. Jesus conclui que o divórcio é motivo para o adultério.
         Essa libertinagem está muito presente entre nós também. É um assunto tão normal que nem sequer queremos falar sobre o mesmo.
         Querido jovem, se você deseja se casar, empreender em algo abençoado e bem sucedido, invoca a Deus, implore que Ele te conceda uma joia de esposa. Aos casados eu aconselho que tenham desejo um pelo outro como nunca se desejaram.
         Que Deus em seu amor e misericórdia nos abençoe ricamente e que possamos continuar vivendo como seus filhos e filhas. Amém!
 

Pr. Edson Ronaldo Tressmann

Bibliografia: Martinho Lutero. Obras Selecionadas. Vol. 9. Ed. Sinodal, Concórdia e ULBRA; São Leopoldo, Porto Alegre e Canoas, RS. 2005. pp. 87 - 113

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