Comunicando sempre (Jesus - a fonte da água viva)
“Eu os guiarei e os
levarei até as fontes de água” (Is 49.10)
Tema
anual: IELB - 110 anos
alimentada na fonte de água viva
4º Domingo após Epifania – 02/02/2014
Sl 15; Mq 6. 1 – 8; 1Co 1.18 – 31; Mt
5. 1 - 12
Tema: Espiritualmente
pobre
Os vv. 1 e 2 de Mateus
capítulo 5 assinala que o ministério da pregação não deve ser exercido na
clandestinidade, mas deve ser no alto do monte e abertamente, ou seja, em
público.
Abertamente,
Jesus iniciou seu ministério da Pregação subindo num monte e corajosamente
abriu sua boca e ensinou a verdade e condenou a falsa doutrina e a vida falsa.
O
ministério da pregação está sendo confundido em nossos dias. Pessoas buscam aqueles que lhes
fale aquilo que desejam ouvir. Há também os
pregadores que fazem suas pesquisas para dizerem o que as pessoas querem ouvir.
Mas, ministério da pregação consiste em dizer abertamente sem temer a
ninguém, quer doa ou não, a verdade que condena o erro doutrinário e a vida
falsa.
Se por pregar a verdade, Jesus advertiu
que os seus seriam perseguidos, imaginem na atualidade, onde o “politicamente correto” diz que tal coisa
não pode ser dito?
Não
importa o “politicamente correto,”
não importa o que o mundo pensa e quer ouvir. Nós pregadores, chamados e ordenados, podendo
publicamente pregar em nome de nossas congregações, falemos a verdade
condenando a vida e a doutrina falsa.
Durante
o mês de fevereiro nesse ano de 2014 usaremos o sermão proferido por Jesus.
Jesus
inicia seu ministério da Pregação com belas palavras. Não se apresenta como
doutor da lei, mas como um amigo que incentiva e atrai seus ouvintes com lindas
promessas.
Infelizmente,
muitos por estarem correndo atrás de algo que lhes atrai os ouvidos, pois os
acomoda em suas vidas e doutrinas falsas, não valorizam nem tem como preciosa a
própria Palavra de Deus pregada por pregadores que conhecem e sabem de sua
responsabilidade como tal.
O
sermão proferido por Jesus é doce e amável para os seus discípulos e outros
cristãos, mas aborrecedor e insuportável para muitos daqueles que se julgavam
santos.
Uma
das frases dita por Jesus em seu sermão foi: “Felizes as pessoas que sabem que são espiritualmente pobres, pois o
Reino do céu é delas” (v.3). Essas palavras, além de doces,
são ao mesmo tempo um duro golpe para aqueles que estão no ringue de
luta e se acham invencíveis devido a sua piedade.
Essas
palavras são doce e suave para os ouvidos daqueles que se sentem horríveis diante
de seus pecados. Ao mesmo tempo palavras que condenam o ensino e pregação de
muitos que distorcem a Palavra de Deus. Muitos pregadores anunciavam que se uma pessoa era bem sucedida aqui
na terra, essa era feliz e estava em boa situação diante de Deus. Diziam que se fossem
piedosos e servissem a Deus, Deus lhes daria tudo aqui na terra e não lhes
deixaria faltar nada. Esse ensino provinha de uma
falsa interpretação do Salmo 144. 8,13,14.
Ao
dizer “Felizes as pessoas
que sabem que são espiritualmente pobres, pois o Reino do céu é delas” (v.3), Jesus anuncia que é preciso mais do que ter todas as coisas
aqui na terra. Jesus instrui aos seus discípulos para não inverterem o
verdadeiro ensino, mas anunciem aos pobres e miseráveis que os mesmos são
amados por Deus, e esses não estão rejeitados nem abandonados por Ele devido a sua situação financeira. Não são
as riquezas que mostram a nossa aceitação da parte de Deus.
Os
judeus acreditavam que quando “uma pessoa era
bem sucedida” era sinal de que a mesma era agraciada por Deus.
Pastor,
eu pensava que esse tipo de pregação fosse consequência do nosso tempo!? Na verdade querido irmão e irmã no Senhor, essa horrível distorção
da Palavra e do ensino de Deus já vem desde a queda em pecado. O diabo
lança essa terrível semente entre nós. Está conduzindo milhares de pessoas ao Dinheiro Endeusado, Idolatrado, Amado e Servido. Com
suas primeiras palavras em seu sermão, “Felizes as pessoas que sabem que são espiritualmente pobres, pois o
Reino do céu é delas” (v.3), Jesus quer arrancar dos
corações à falsa ilusão de que são amados por Deus por aquilo que possuem. Jesus
deseja tirar o obstáculo à pregação da Palavra que gera a fé, que alimenta.
A
correta pregação da Palavra de Deus é a água viva que nos alimenta e fortalece.
E é justamente para essa verdadeira Palavra que Jesus quer trazer seus ouvintes
de volta, pois estavam sendo iludidos por falsos mestres e supostos piedosos.
Pessoas
estavam se tornando avarentas, desejavam ter dias bons sem
carência e adversidade e assim viviam uma vida hipócrita e mentirosa. Pessoas buscavam a vida
piedosa para não ficar para trás na prosperidade. Lembro que, qualquer semelhança com nossos
dias é mera coincidência.
Infelizmente
queridos amigos e amigas, essa é a maior e mais difundida religião na terra.
Por essa razão, mesmo proferido a mais de dois mil anos, o sermão de Jesus é
completamente atual aos meus ouvidos: “Felizes as pessoas que sabem que são espiritualmente pobres, pois o
Reino do céu é delas” (v.3).
O
sermão de Jesus não quer ensinar que não podemos julgar as riquezas como aceitação de Deus, e ao mesmo tempo, que não precisamos ser pobres, miseráveis, e abrir
mão de tudo que temos para que Deus nos aceite. Se todos fossemos pobres o mundo em si não iria
subsistir. Não poderíamos ter famílias, pois não poderíamos sustenta-las.
O
diabo tem muitas armadilhas, uma dessas é justamente a “teologia da prosperidade” encarada como bênção de Deus. Muitos se julgam amados por Deus por
causa de sua vida cheia de alegrias e vitórias. E outra artimanha do nosso
inimigo é a “teologia da pobreza” como requisito de salvação.
Relembremos
que a riqueza é uma dádiva de Deus. Há muitos ricos “pobres de espirito” assim como há muitos mendigos arrogantes e perversos.
Jesus
não entra na discussão Riqueza versus Pobreza. Ele está falando sobre os “...que são espiritualmente pobres,...” (v.3). O que significa ser espiritualmente pobre? É não saber nada da Bíblia? É
não ter nenhuma igreja?
“... espiritualmente pobres,...” (v.3) significa não colocar a confiança, consolo e segurança nos bens
materiais nem prender neles o nosso coração, ou seja, amá-lo, servi-lo e
querer-lhes bem. Muitos se julgam agradáveis a Deus
por estarem bem financeiramente, mas Jesus chama os “pobres” de felizes. Jesus diz que não é a riqueza nesse mundo que
mostra o amor de Deus por nós.
Davi
era Rei em Israel, seu reino foi rico e próspero, mas confessou que era “...um hóspede e peregrino” (Sl 39.12). Davi não olhou para sua situação de riqueza e se
vangloriou como sendo agraciado por Deus. Reconheceu-se, assim como cada um de
nós precisa reconhecer, “um hóspede,”
alguém que está na estrada, não tendo lugar para ficar, pois a nossa pátria
está no céu (Fp 3.20). Não podemos ficar presos aos bens materiais. Ouçamos o
convite do apóstolo Pedro: “Queridos amigos, lembrem que vocês são estrangeiros de passagem por este
mundo....” (1Pe 2.11). Vamos fazer uso de nossos bens
materiais assim como quando estamos numa viagem. Numa viagem precisamos apenas
de duas coisas: comida e cama. Numa viagem nunca
dizemos, “isso aqui é meu.” Tudo
pertence a outro, como viajantes estamos apenas usufruindo daquilo que está a
nossa disposição.
Muitos
vivem suas vidas imaginando que viverão eternamente nesse mundo e com seus
bens. Mas sabemos e precisamos estar certos de que não será assim. Não prenda
sua vida, seu coração, seu servir, sua adoração àquilo que possui. Seja um
pobre de espírito. Mesmo
que você tenha muito, viva como se não tivesse nada.
A
fé cristã nunca pode ser medida pela riqueza ou pobreza. A fé olha apenas para
o coração, onde o mesmo é depositado. A fé julga entre o “espiritualmente rico,” aquele que é avarento e o “espiritualmente pobre” aquele que não
prende sua confiança e adoração aos seus bens materiais, mas apenas em Cristo
Jesus. A fé cristã deseja que o coração esteja livre da avareza e consolado e
apegado em Jesus Cristo.
Aos
“espiritualmente
pobres” Jesus acrescenta uma promessa maravilhosa e
excelente: “deles é o Reino dos céus.” A pobreza espiritual só pode ser produzida pelo
Espírito Santo, a água viva.
“Felizes as pessoas que sabem que são
espiritualmente pobres, pois o Reino do céu é delas” (v.3) são as primeiras palavras no ministério da Pregação de Jesus.
Com essas palavras Cristo nos deixa seguir nosso caminho. Não quer nos forçar
nem nos arrastar pelos cabelos, mas está nos dando seu conselho e quem quiser
aceita-lo saiba que será feliz eternamente.
Querido
amigo(a) quer você seja rico ou pobre, se você deseja ter o suficiente nessa
vida e depois dessa vida, não seja avarento a ponto de se esquecer de Jesus
Cristo. Amém!
Pr. Edson Ronaldo Tressmann
cristo_para_todos@hotmail.com
Bibliografia: Martinho Lutero.
Obras Selecionadas. Vol. 9. Ed. Sinodal, Concórdia e ULBRA; São Leopoldo, Porto
Alegre e Canoas, RS. 2005. pp. 25 - 35
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