01/09/13 – 15º Domingo após
Pentecostes.
Sl 131; Pv
25. 2 - 10; Hb
13. 1 – 17; Lc 14. 1 - 14
“Quando você estiver diante das autoridades, não se faça de
importante. É melhor que depois lhe dêem um lugar de honra do que você ser
humilhado na presença das autoridades.”
(Pv 25. 6 – 7)
Salomão
durante seu reinado pronunciou muitos provérbios. Os ditos populares de Salomão
deram origem ao livro de Provérbios e, é maravilhoso podermos meditar nas
palavras “Quando
você estiver diante das autoridades, não se faça de importante. É melhor que
depois lhe dêem um lugar de honra do que você ser humilhado na presença das
autoridades.” Por que essas palavras são importantes e necessárias se
estamos vivendo tantos outros problemas? A verdade é que a atual
conjuntura nacional na qual estamos inseridos nos confunde e massacra.
Anos
atrás, em 2007, foi divulgada uma pesquisa transformada em livro com o titulo:
“Perfil dos Brasileiros.” A pesquisa
relatou sobre qual é o pensamento dos brasileiros sobre, sexualidade,
corrupção, política, jeitinho brasileiro, etc.
Salomão
é conhecido pela sua sabedoria. Diferentemente de tantas outras pessoas
inteligentes, Salomão fez uso da sua sabedoria para benefício de todas as
pessoas, não somente para si próprio. Com sua sabedoria apurada, observada em
seus provérbios, sempre conduziu as pessoas a uma reflexão prática.
Qual é o lado
prático dessas palavras “Quando você estiver diante das autoridades, não se faça
de importante. É melhor que depois lhe dêem um lugar de honra do que você ser
humilhado na presença das autoridades?”
Salomão está tratando sobre nossa atitude perante os outros.
Prática
vem de experiência. E quando Salomão diz: “Não te glories na presença dos reis...” o faz por
experiência própria, por ser rei. Ele sabia que muitas pessoas ao se aproximar
dele, engrandeciam-se para fazer-se e se sentir importante. Ao dizer essas
palavras na rua ou no seu palácio queria dizer às pessoas que desejavam ser o
centro das atenções para que se colocassem no seu lugar.
Na
época de Salomão as pessoas gostavam de encher o seu próprio balão. As pessoas
gostam de puxar sardinha pra tudo o que é seu. O meu é o melhor. Eu sei tudo. Já
vi de tudo. Posso falar sobre o assunto. E em muitas situações, essas frases
não são para ajudar, na verdade, servem para humilhar o outro e exaltar a si
mesmo.
As
palavras “Quando
você estiver diante das autoridades, não se faça de importante. É melhor que
depois lhe dêem um lugar de honra do que você ser humilhado na presença das
autoridades” (Pv 25. 6 – 7) confrontam a humildade
e a exaltação.
Pessoas
egocêntricas, ou seja, que gostam de ser o centro das atenções, cedo ou tarde
passam por alguma humilhação. Esse tipo de pessoa se expõe demais e acaba se
perdendo. No entanto, vale lembrar que o egocêntrico sofre. Sofre por ter que
manter uma postura que não é a dele. Muitas vezes precisa viver de aparências
para manter a aparência. E sendo assim, o egocêntrico precisa de ajuda. E para
ajudar, Salomão diz: “Quando você estiver diante das autoridades, não se faça
de importante. É melhor que depois lhe dêem um lugar de honra do que você ser humilhado
na presença das autoridades.” (Pv
25. 6 – 7).
As
palavras de Salomão nos fazem lembrar sobre o que Jesus disse conforme
apresentado pelo evangelista Lucas 14. 1, 7 – 14. Jesus acha feia a atitude dos
convidados que escolhiam os primeiros lugares e sentencia “pois todo o que se exalta será humilhado; e
o que se humilha será exaltado” (Lc 14.11).
“Não te glories
na presença dos reis” – são palavras de Salomão, mas sendo
inspiradas pelo Espírito Santo foi retransmitida pelo verdadeiro conhecedor da
mesma, Jesus.
Ao
contar a parábola dos primeiros lugares, Jesus chama a atenção para a atitude perante o
próximo e além disso chama a atenção para a nossa postura perante Deus.
“Não te glories
na presença dos reis” - Jesus
era o rei dos reis. Fariseus, saduceus e líderes religiosos não o reconheceram
como tal. Como dito pelo evangelista João “veio para o que era seu, e os seus não o receberam”
(Jo 1.11).
As
pessoas se mostravam importantes perante Jesus e se exaltavam de maneira tal
que muitas vezes foram repreendidos. O evangelista Mateus narra um episódio em
que os discípulos estavam discutindo sobre quem era o maior no reino de Deus. Mateus
diz que Jesus coloca no meio deles uma criança para lhes ensinar que: “...aquele que se
humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus” (Mt
18.4). E como reprovação aos fariseus Jesus disse que “os sãos não precisam de médico, e sim os
doentes” (Mt 9.12).
Mesmo Jesus tendo
ensinado muito sobre humildade, os judeus continuavam se exaltando. E essa
exaltação aconteceu diante da humilhação do Filho de Deus ao ocupar nosso lugar
na cruz. Diante da cruz, os que se exaltavam diziam: “salvou os outros; a si mesmo se salve, se
é, de fato, o Cristo de Deus, o escolhido...Se tu és o rei dos judeus, salva-te
a ti mesmo” (Lc 23.35 - 37). Até mesmo um ladrão se exalta dizendo:
“Não és tu o
Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também” (Lc 23.39).
Assim como as pessoas se
engrandeciam perante os homens, muitos se engrandeciam perante o próprio Deus,
querendo ser importante perante o homem mais importante do mundo. Aquele que
estava morrendo na cruz para exaltar a humanidade pecadora foi despedido com
exaltação das pessoas sem poderem ter com que se exaltar.
A falta de humildade não
é algo novo. Desde a queda em pecado o ser humano busca se exaltar sobre o
outro.
Davi, homem importante,
tentando manter a aparência, tentou esconder seu pecado mandando Urias na linha
de frente da batalha para ser morto. A mãe de Tiago e João pediu a Jesus “...que, no teu
reino, estes meus dois filhos se assentem, um à tua direita, e o outro à tua
esquerda” (Mt 20.21).
Não menos orgulhoso é o
fariseu da parábola contada por Jesus. Ele agradecia por não ser como os demais
homens. Não era ladrão, não era injusto, não era adúltero, jejuava duas vezes
por semana, dava o dízimo. Era o “cara”
da época.
Muitos que ouviram a
parábola contada por Jesus desejaram por um momento ser como esse fariseu. Ele
era importante, cumpria a lei de Deus, aparentemente uma boa pessoa, ninguém
tinha moral para repreendê-lo. De um lado um homem exaltado.
Do outro lado, um homem
aparentemente humilhado. Cabeça baixa, rejeitado pelos fariseus. Humilhado,
apenas dizia: “querido
Deus, meu pecado é grande, me perdoa, sou pecador.”
Era o famoso, “Zé Ninguém.”
Um coitado. A plateia, composta por muitos fariseus, estava se sentido superior
a todos os demais. E é ai que entra a preciosa lição de Jesus. Ele exalta o publicano.
Talvez você esteja surpreso,
assim como ficou surpresa aquela plateia.
A reação deve ter sido de
revolta. Talvez indagaram Jesus dizendo que “não é possível.”
Milhares de pessoas em
seu orgulho não estão de fato certos que Jesus veio para buscar e salvar o
perdido. Vivem suas vidas tentando agradar a Deus e fazer disso um ato de
barganha com Deus.
Jesus ensina para todos
os que querem se exaltar perante ele que isso não é possível. “Não há justo,
nem um sequer,” (Rm 3.10). Não salvamos a nós mesmos pela lei ou
pelas obras. Para que a nossa salvação fosse possível foi necessário como diz
João: “o
verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a
sua glória, glória como unigênito do Pai” (Jo 1.14).
A humildade é importante
e necessária. Principalmente ao reconhecer os nossos pecados e implorar o
perdão de Deus. Deus, em Jesus, atende o nosso pedido e nos perdoa.
Jesus foi humilde para
resgatar a todas as pessoas, inclusive os orgulhosos. Os egocêntricos também
são alvos do amor de Deus em Jesus.
Com as palavras de
Salomão “Quando
você estiver diante das autoridades, não se faça de importante. É melhor que
depois lhe dêem um lugar de honra do que você ser humilhado na presença das
autoridades” e com as palavras de Jesus “pois todo o que se exalta será humilhado; e
o que se humilha será exaltado” (Lc 14.11) fomos conduzidos a
refletir na nossa postura diante de Deus e do próximo.
Nossa postura precisa ser
de Humildade. Humildade para nos reconhecer pecador diante de Deus. E Humildade
no trato com o próximo. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann
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