18/08/13 – 13º Domingo após
Pentecostes
Sl 119. 81 -
88; Jr 23. 16 -
29; Hb 11. 17 – 31; 12. 1 - 3; Lc 12. 49 - 53
Tema: A necessidade de tempestade na vida de um
cristão
Quando tudo está seco devido à falta
de chuva, tudo fica triste e difícil. Falta cor, falta alimento para os
animais, seja o capim ou a água. Em algumas regiões, até mesmo os seres humanos
sofrem por falta de água. E nesse período o que mais se espera é a chuva. Apenas
a notícia de chuva já anima as pessoas. Mas, imaginem! Tudo seco e chega alguém dizendo que
ficará mais seco ainda?
Foi o que o profeta Jeremias fez,
mas, seu anúncio foi de uma tempestade e essa com seus prejuízos.
O
profeta Jeremias entre os anos 597 – 587 a.C., anunciou ao povo a necessidade
de se submeterem a Babilônia, a potência
mundial naquele momento. A mensagem anunciada pelo profeta dizia que o exilio
babilônico com duração de 70 anos era da parte de Deus, e que o “grande”
Nabucodonosor era servo nas mãos de Deus para cumprir essa vontade.
Em
dias ruins, a notícia não estava sendo animadora. Era como se no período de
estiagem, ouvissem o anúncio de mais um longo período sem chuva.
No
entanto, esse anúncio, visava à vida do povo. Afinal, essa mensagem tinha por
objetivo levar o povo ao arrependimento, a voltar-se para Deus de quem haviam
se afastado e corriam o risco de se afastar ainda mais.
Enquanto
Jeremias comunicava a vida, chamando o povo ao arrependimento, anunciando um período
de turbulências, os falsos profetas buscavam conquistar o povo através de suas
mensagens com falsas esperanças. Enquanto Jeremias anunciava a tempestade a
qual povo de Deus atravessaria, os falsos profetas anunciavam que tudo estava
bem e que a tempestade não iria acontecer.
Distorcendo
a mensagem do profeta Jeremias, e levando ao povo uma suposta mensagem de paz,
os falsos profetas levaram o povo e o rei Zedequias à insurreição, e assim,
Jeremias tornou-se impopular (37.11 – 16).
A
mensagem da vida, chamando o povo ao arrependimento continua sendo anunciada. No
entanto, para muitos ainda continua sendo melhor ouvir pregadores populares com
suas mensagens de que com 10% tudo se resolve, que um copo de água cura, que
jejum é caminho de vitória.
Enquanto
que supostos pregadores da paz e de falsas esperanças anunciam uma mensagem de
uma vida de “mar de rosas.” A Palavra de
Deus com seus profetas nem tão populares, anunciam a vida dizendo que Deus
busca um coração verdadeiramente arrependido ao invés do jejum, a oferta com
resposta da fé e alegria pela salvação, e o perdão obtido por Jesus na cruz como
cura da maior doença, o pecado.
A
Palavra de Deus anuncia que não estamos livres das tempestades, mas que em
qualquer que seja a tempestade, Deus está conosco. A tempestade faz parte da
vida do cristão. O cristão sofre, fica doente, tem apertos financeiros, é abalado
por tragédias. E tudo isso, porque mesmo sendo filho de Deus através do
batismo, continua sendo um pecador. E por ser pecador, todos nós necessitamos
ouvir o convite ao arrependimento. E Deus nos garante de que o pecador
arrependido, agarrado pela fé em Jesus, recebe o perdão de todos os seus pecados.
Nosso
inimigo, ardiloso como o é desde o inicio, busca de todas as maneiras nos
afastar da fé em Jesus. E como sempre fez, continua fazendo, ou seja, por meio
de falsos profetas. O próprio texto de Jeremias 23.28 fala sobre isso: “O profeta que teve
um sonho devia contá-lo como um simples sonho. Mas o profeta que ouviu a minha
mensagem devia anunciá-la fielmente. Que vale a palha comparada com o trigo?”
Sem
nenhum receio e sem julgar a IELB superior, nós temos a verdade.
O
apóstolo João em seu evangelho cap. 8. Vv. 31 – 32 diz: “e conhecereis a verdade, e a verdade vos
libertará.” E Judas, não o traidor, o outro, disse: “Meus queridos
amigos, eu estava fazendo todo o possível para escrever a vocês a respeito da
salvação que temos em comum. Então senti que era necessário escrever a vocês a
respeito da salvação que temos em comum. Então senti que era necessário
escrever agora para animá-los a combater a favor da fé que, uma vez por todas,
Deus deu ao seu povo” (Jd 3). Judas nos convoca para a defesa da
doutrina pura, não podemos ter vergonha de confessar que possuímos a verdade,
pois ela é Cristo.
Em
sua segunda carta o apóstolo João disse: “Quem não fica com o ensinamento de Cristo, mas vai além dele,
não tem Deus. Porém quem fica com o ensinamento de Cristo, esse tem tanto o Pai
como o Filho. Se alguém for até vocês e não levar o ensinamento de Cristo, não
recebam essa pessoa na casa de vocês, nem lhe digam: ‘que a paz esteja com você.’
Pois quem deseja paz a essa pessoa é seu companheiro no mal que ela faz”
(2Jo 9 - 11). Por essa razão, precisamos entender Lutero, que no final do
debate sobre a santa ceia, esse não estendeu a mão a Zwínglio. Afinal, Lutero
não estava de acordo com Zwínglio por não estar de acordo com a Bíblia a respeito
da santa ceia.
O “politicamente correto” está causando enormes prejuízos
a verdade.
O
apóstolo Paulo anuncia ao jovem pastor Timóteo: “Cuide de você mesmo e tenha cuidado com o que
ensina. Continue fazendo isso, pois assim salvará tanto você mesmo como o que
os escutam” (1Tm 4. 16). Os cristãos da Galácia acabaram permitindo
que falsos mestres adentrassem em suas congregações, e por isso foram
repreendidos por Paulo: “Vocês estavam indo tão bem! Quem convenceu vocês a deixarem a
verdade? É claro que quem os convenceu não foi Deus, que os chamou. Como dizem
por ai: ´um pouco de fermento fermenta toda a massa’” (Gl 5 7 – 9). Cuidado!
Muito cuidado! Um único ensino falso, sejam, por hinos ou palavras, estraga
todo o corpo da doutrina cristã. E ensino distorcido da Palavra de Deus é o que mais temos
em nossos dias. Por isso, é importantíssimo que nós que temos a
verdade, cultivar, confessar e ensinar a verdade de todas as maneiras possíveis.
A
verdade que é Jesus Cristo precisa estar em evidência. Mas, não é qualquer
Jesus. É o salvador de todos os homens, o verdadeiro Homem e o verdadeiro Deus.
O Profeta Jeremias anunciou a
tempestade, sendo essa a queda de Jerusalém, ao dizer: “Pois eu resolvi não proteger esta cidade e sim destruí-la.
Ela será entregue ao rei da babilônia, e ele a queimará completamente. Eu, o
Senhor, estou falando” (Jr 21.10). Essa notícia inflamava o coração
das pessoas. E os falsos mestres se aproveitavam para anunciar falsas
esperanças, “a
desgraça não cairá sobre vocês.”
Junto
com o profeta Jeremias haviam os profetas Ezequiel, Daniel, Naum, Habacuque e
talvez Obadias e Sofonias. Isso indica que metade dos profetas atuava nesse período.
O povo não tinha desculpas. Deus enviou profetas por amor ao seu povo. O anúncio
da tempestade era por amor ao povo.
A
ira de Deus, que seria manifestada pelo cativeiro babilônico, era a lei de
Deus, usada como convite ao arrependimento.
O
apóstolo Paulo na sua carta aos Romanos anuncia: “Do céu Deus revela a sua ira contra todos os
pecados e todas as maldades das pessoas que, por meio de suas más ações, não
deixam que os outros conheçam a verdade a respeito de Deus”(Rm 1.18)
e “Nós sabemos
que tudo o que a lei diz é dito para os que vivem debaixo da lei. Isso a fim de
que todos parem de se justificar e a fim de que todas as pessoas do mundo
fiquem debaixo do julgamento de Deus. Pois ninguém é aceito por Deus por fazer
o que a lei manda, porque a lei faz com que as pessoas saibam que são pecadoras”
(Rm 3. 19 – 20).
A
lei nos coloca no mesmo saco. A lei nos trata igualmente. O Espírito Santo nos
convence do nosso pecado. E esse convencimento é feito pela pregação da Palavra
de Deus. O povo não quis dar ouvidos a voz do profeta Jeremias e sim dos falsos
profetas. Por que? É agradável ouvir
o que se quer.
Jeremias
colocou o dedo na ferida e apertou, “A minha mensagem é como fogo, é como marreta que quebra
grandes pedras. Sou eu, o Senhor quem está alando” (Jr 23.29).
Deus
age e leva o pecador ao arrependimento. E arrependidos somos levados a agir
diferente. Essa mensagem do profeta ecoam o evangelho: “...Chegou a hora, e o Reino de Deus está perto.
Arrependam-se dos seus pecados e creiam no evangelho” (Mc 1.15).
Diante de Deus, precisamos reconhecer que estamos perdidos, e receber do Senhor
a graça e o perdão. E a graça de Deus, o perdão de Deus é oferecido e dado a
cada pecador verdadeiramente arrependido.
Diz
um hino cristão: “Estamos nos mundo, mas dele não somos, aqui nos vivemos distantes do
lar, a nossa morada de paz se reveste, a pátria celeste é o nosso lugar.”
Essa
verdadeira esperança, nossa pátria está no céu (Fp 3.20) está sendo distorcida
pelo aqui e agora, por isso, muitos contabilizam e louvam a Deus apenas pela
vitória terrena.
A
Palavra de Deus mostra que somos pecadores e que necessitamos de arrependimento
diário. E essa mensagem continua sendo anunciada por Jeremias, que continuam
sendo desprezados, odiados e ridicularizados.
Foi
dito pelo autor a carta aos Hebreus que o pecado nos ataca diariamente. E nós,
não conseguimos bani-lo de nosso coração. E justamente por estarmos envolvidos
numa luta diária, entre velho e novo homem, precisamos nos arrepender e pela fé
nos agarrar em Jesus Cristo.
As
tempestades infelizmente continuarão presentes em nossa vida, mas somos
convidados a continuar caminhando olhando firmemente em Jesus, pois “Foi Cristo quem nos
deu, por meio da nossa fé, esta vida na graça de Deus. E agora continuamos
firmes nessa graça e nos alegramos na esperança de participar da glória de
Deus. E também nos alegramos nos sofrimentos, pois sabemos que os sofrimentos
produzem a paciência, a paciência traz a aprovação de Deus, e essa aprovação
cria a esperança. E essa esperança não nos deixa decepcionados, pois Deus
derramou o seu amor no nosso coração, por meio do Espírito Santo, que ele nos
deu” (Rm 5.2 – 5). Amém!
Pr Edson Ronaldo Tressmann
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