terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Este é a nossa paz!

23/12/12 – 4º Domingo no Advento
A IGREJA COMUNICA A VIDA
Capacitando
O Senhor fará brilhar sobre nós a sua luz” (Lc 1.78)
Sl 80. 1 - 7; Mq 5. 2 – 5a; Hb 10. 5 - 10; Lc 1. 39 - 45
Tema: Este é a nossa paz.

         Imaginar algo que acontecerá daqui a 700 anos é difícil. Da mesma forma é difícil lembrar o que aconteceu 700 anos atrás.
         O futuro não tem importância se desconhecemos o passado. O passado me trás ao hoje e o hoje me leva ao amanhã. Mas, se não houve um passado, não há um hoje e menos importante será meu amanhã.
         Quando o povo de Deus se esquecia do passado, abandonava a Deus no presente. Abandonando a Deus no presente, qual seria sua importância no futuro? Justamente por ter um povo esquecido de sua terrível situação do passado, o presente era conturbado e o futuro incerto. E Deus, que amava seu povo, envia seus profetas que proclamavam o ocorrido no passado, o perigo do presente e os consolavam com a certeza do futuro.
         Hoje, dia 23 de dezembro de 2012, queremos meditar sobre nosso passado, entender a urgência da vida presente e nos consolar no futuro certo.
         E ele trará a paz...” (Mq 5.5a)
         Só que para entendermos a palavra anunciada pelo profeta Miquéias a mais ou menos 2700 anos atrás detalhes são importantes.
         O nome Miquéias significa “Quem é semelhante a Jeová?” E esse profeta anuncia que “... não há outro deus como o nosso Deus, pois perdoa os pecados e as maldades daqueles do teu povo que ficaram vivos. Nosso Deus não continua irado para sempre, mas tem prazer em nos mostrar sempre seu amor” (Mq 7.18). Essa mensagem do profeta Miquéias é de repreensão ao povo quanto aos seus muitos pecados cometidos na vida presente, e ao mesmo tempo é uma mensagem que aponta para a certeza de uma promessa feita num passado distante que não pode ser esquecido e os consola quanto ao futuro.
         A exemplo do profeta Isaias (2.1 – 4) que anunciou o estabelecimento da casa do Senhor, referindo-se a um futuro glorioso, e hoje, com base nas palavras do Novo Testamento, reconhecemos como sendo Jesus, o profeta Miquéias, 700 anos antes, não anunciou apenas o nascimento, como nos deu o local exato do nascimento de Jesus. Na pequena cidade de Belém-Efrata.
         Agora é interessante notar de acordo com as palavras apresentadas pelo evangelista Mateus, que o povo, 700 anos depois da profecia de Miquéias, estava eufórico. Afinal, as cidades que sempre viviam em calmaria, agora estavam recebendo muitas pessoas. O Imperador havia convocado um censo e todos deveriam ir a sua cidade de origem para recensear-se. Assim, cidades que antes brigavam para vender os poucos produtos que estavam no comércio, agora tinham seus hotéis lotados. A cidade alvoroçada, cheia de gente. E justamente essa agitação fez com que o povo no presente mais uma vez se esquecesse do passado tanto que precisaram ser lembrados por anjos nas campinas. Anos mais tarde, se lembraram do nascimento quando alguns viajantes vieram encontrar o novo rei que havia nascido.
         Deus tinha um povo que se esquecia com facilidade do passado, e assim o presente era conturbado e o futuro incerto. Será que nós somos assim? Minha esposa tem o costume de dizer que é data mais bonita do ano. Mas, estamos tão ocupados com outras coisas, comida, roupas que nos esquecemos do mais importante no natal.
         O profeta antecipou, assim como tantos outros a respeito do futuro. Mas um futuro que nunca esteve desvinculado do passado.
         O Senhor Deus diz: - Belém-Efrata, você é uma das menores cidades de Judá, mas do seu meio farei sair aquele que será o rei de Israel. ...” (Mq 5.1a).
         Belém significa “casa pão”, ou seja, “casa do pão.” E Efrata significa “produzir.” Com isso podemos dizer que de Efrata se produziria pão para alimentar todos os povos do mundo. Pois o próprio Jesus disse: “Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede” (Jo 6. 35). Essa proclamação continua por boca dos muitos profetas de hoje (pastores), mas o povo também continua o mesmo. Ou seja, continuam esquecidos do seu real passado.
         Todos nós somos pecadores desde nosso nascimento. E o pecado nos separa de Deus como lemos: “Todos pecaram e estão afastados da presença gloriosa de Deus” (Rm 3.23). E aproximar-se de Deus é algo impossível para o homem. Mas, é justamente dessa situação de perdidos eternamente para salvos que Deus enviou seu filho Jesus. Disse o apostolo Paulo: “Mas, pela sua graça e sem exigir nada, Deus aceita todos por meio de Cristo Jesus, que os salva” (Rm 3.24). E o autor a carta aos Hebreus deixou registrado: “E, porque Jesus Cristo fez o que Deus quis, nós somos purificados do pecado pela oferta que ele fez, uma vez por todas, do seu próprio corpo” (Hb 10.10)
         Esquecer o fato de toda a raça humana é pecadora desde a queda em pecado, é deixar-se seduzir pela nossa natureza corrompida e querer levar uma vida longe de Deus. E longe de Deus esquecemos que no natal, Deus veio ao nosso encontro para nos oferecer o pão da vida, o fruto de Belém, para nos dar paz com Deus.
         Infelizmente o Natal perdeu sua alegria inicial. E isso é porque assim como no primeiro natal, estamos cegados pela correria desenfreada do consumismo. Estamos cegados pelas inúmeras supostas “verdades” que o mundo pós-moderno nos oferece.
         A mensagem do profeta Miquéias “E ele trará a paz...” (Mq 5.5a) continua sendo anunciada. Nós é que infelizmente estamos tão esquecidos de nosso passado e sendo levados à miséria da fome, mesmo sendo conhecedores de que natal é o oferecimento do pão da vida para saciar essa fome espiritual. Nosso esquecimento do passado está nos afastado de uma vida no presente com alegria na certeza de que temos paz com Deus por meio do menino nascido na manjedoura em Belém.
         Que celebremos o presente natal na certeza de que nosso futuro, não importa se é daqui a 700 anos ou alguns dias, é um futuro maravilhoso, pois Jesus é a nossa paz com Deus (Mq 5.5a). Amém!
Rev. Edson Ronaldo Tressmann
(44) 3462 2796

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