terça-feira, 10 de abril de 2012

Questão de luz!

15/04/12 – Segundo domingo de páscoa
Sl 148; At 4. 32 - 35; 1Jo 1. 1 – 2.2; Jo 20. 19 - 31
Tema:  Questão de Luz!

Ênfase mensal: O mundo considera o mês da mentira. Deus no entanto, comunica questões verdadeiras.

Destaque:
... Deus é luz, e não há nele treva nenhuma

Introdução
            Na época em que o apóstolo João escreve essa carta, estava lutando contra hereges e cristãos displicentes. Jesus mesmo disse que veio trazer a “espada e não a paz”. E eram tempos de espada, e os cristãos estavam se tornados displicentes, por não aceitarem o fato de Jesus permitir a espada, a perseguição. Toda vez que a palavra de Deus é pregada de uma forma reavivada, imediatamente o diabo entra em ação e leva as pessoas a abandonarem a pregação, fazendo-as desgostarem da mesma, e abandonarem a prática das boas obras, pelas quais Deus se faz presente na vida do nosso próximo. Ele lança as pessoas na escuridão. Por isso é necessário ouvirmos a palavra do apostolo que diz: “... Deus é luz, e não há nele treva nenhuma”.
No período em que o apostolo escreve sua primeira carta, havia dentro da igreja um grupo de pessoas que negavam a divindade de Jesus. Além desses, havia os cristãos displicentes, ou seja, aqueles que assim como hoje, acreditam que já é suficiente ter ouvido a Palavra de Cristo e não é necessário abandonar o mundo e fazer o bem ao próximo. Ainda há dúvidas se é necessário abandonar a prática mundana. Questionam se é necessário amara o próximo, pois já não se sabe em quem confiar.
Querido irmão e irmã no Senhor Jesus ...
... Sempre há necessidade da pregação da palavra, pois nunca seremos perfeitos a ponto de não necessitarmos da ação de Deus pela pregação. Na carta extraordinária de primeiro João que encoraja corações aflitos e que Jesus é descrito de uma forma belíssima queremos tirar consolo e orientação, pois também corremos o risco de tornar cristãos displicentes, se é que já não o somos. E nossa displicência é abandonarmos a luz que é Jesus.
Desenvolvimento
            João fala que Jesus Cristo é Deus desde o principio, e não iniciou apenas com Maria, assim como muitos imaginavam. Jesus é a palavra que se tornou carne. Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
            João está se comunicando com a sua igreja, pois é urgente a mensagem a ser comunicada: “com respeito ao verbo da vida”. Jesus é a vida, (Jo 1.4). Proclamar a vida é opor-se à morte produzida pelo mundo. O mundo não reconhece a vida, pois está imersa na escuridão.
            Enquanto o diabo mata, multiplica pecados e aterroriza corações humanos, Deus produz a vida, como bem diz a explicação de Lutero no terceiro artigo: “Creio que ele me chamou pelo evangelho, iluminou com seus dons, santificou e conservou na verdadeira fé. Assim também chama, congrega e ilumina toda a cristandade na terra...”.
            Uma das características do cristão é estar no temor de Deus, orar sempre, para que Deus o defenda e acampe ao seu redor, pois temos um inimigo que quer nos devorar a todo custo, 1Pe 5.8. O diabo assim como diz o apóstolo Paulo quer nos fazer permanecer na escuridão (2Co 4.4). Cristo tem armas de justiça e oferece a nós, mas devido ao pecado acabamos nos apegando as poucas armas de injustiça do diabo. Estamos rodeados pela escuridão, e é necessário que conheçamos e vivamos na luz.
            O verdadeiro cristianismo, ao contrário do que muitos pensam, não é uma religião inventada por mãos humanas. Ela até cria e usa regras humanas, mas não são essas que deveriam fundamentar ou consolar os cristãos. A igreja cristã tem como firme fundamento Jesus Cristo, o filho do Deus vivo. E a Igreja com a autoridade de Deus, comunica a vida. E essa comunicação é dada a cristãos pecadores, que carregam pesados fardos de acusações e desejo de justiça diante de Deus.
            A comunicação do evangelho precisa transmitir a certeza de que o único meio pelo qual Deus nos deixou para repartir o tesouro da vida é pela pregação da palavra, pelo batismo e pela santa ceia. Crer e receber esses meios são de vital importância para todos nós pecadores. Infelizmente, muitos miseráveis pecadores mundo a fora procuram outros meios, mediadores e caminhos alternativos.
            Em seu evangelho João disse: “O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más” (Jo 3.19)”. Milhares continuam a viver na escuridão. E essa escuridão é a busca de alternativas fora daquelas que Deus oferece e dá para a salvação. Muitos imaginam que o abandono as coisas mundanas, as boas realizações, são meios que nos dão justiça diante de Deus. No entanto, milhares ainda são os seguidores de Cerinto, ou seja, àqueles que assim como na época do apóstolo João queriam destruir, apagar a luz do evangelho. As heresias surgem de nossa própria razão: “isso me parece bom e, portanto agradará a Deus”.
            A fé não pode estar misturada com as doutrinas dos homens. Muitos sãos os que apontam para realizações humanas. Eu fiz, eu faço, e assim Deus me dará. A Palavra de Deus ao contrário, aponta para aquele que realizou tudo em nosso lugar, JESUS. O sangue de Jesus foi derramado em favor dos pecadores. A nossa preocupação diária precisa ser permanecer na luz que é Jesus, pois o maior desejo do nosso inimigo é nos afastar dessa luz. Somos justificados em Jesus, mas mesmo assim o pecado permanece em nós, “Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço” (Rm 7.7); ainda “... desembaraçando-nos de todo o peso e do pecado que tenazmente nos assedia” (Hb 12.1). Mesmo que tenhamos o antídoto, o veneno continua circulando em nossa corrente sanguínea. Por isso, não importa o que fazemos Lc 17.10. O mundo julga ser necessário nossas ações e práticas da lei. É difícil abandonar os estatutos dos homens. Se continuarmos a viver assim, tentando conquistar o que Deus nos oferece em Jesus.
            Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós”. Somos pecadores e como tal necessitamos da graça de Deus. E sendo essa a nossa necessidade, Deus em Jesus nos providenciou essa graça, “sendo justificados gratuitamente por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, ...  (Rm 3. 24).
            Deus dá a justiça a quem confessa a sua justiça, “Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão” (Hb 4.14). Não adianta estar em Jesus e por outro lado querer se justificar perante ele por meio daquilo que fazemos ou deixamos de fazer. Estar em Jesus, é estar certo de que nada daquilo que fazemos nos justifica, nossa justiça vem de Deus em Jesus.
            Não podemos fazer como Saul em 1Sm 15.30, ser incapaz de dizer, eu pequei. Ele queria honra diante do povo. Assim também eram os fariseus, a esses, Jesus disse: “já receberam a sua recompensa”.
            Todos nós pecamos. Até mesmo o apóstolo Pedro pecou em Antioquia. Sendo pecadores como todos, é necessário ficar atento ao nosso estado pecaminoso. No entanto, se o mesmo nos acusar, não deixe que sejamos levados ao pecado do desespero, pois o salmista anuncia: “Pois tu, Senhor, és bom e compassivo; abundante em benignidade para com todos os que te invocam” (Sl 86.5). Jesus é nosso advogado. Ele nos faz estar na luz, ele é a luz. Não sejamos displicntes, reconheçamos Jesus a nossa justiça.

"Deus é luz, e não há nele treva nenhuma"

 Amém!
Pr Edson Ronaldo Tressmann
Idéias tiradas do Volume 11 das Obras Selecionadas de Lutero.

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