terça-feira, 6 de março de 2012

A prática diária de um povo livre

11/03/12 – 3º Domingo na Quaresma
Sl 19; Ex 20. 1 - 17; 1Co 1. 18 - 31; Jo 2. 13 - 22
Tema: A prática diária de um povo livre


Disciplina gera indisciplina, afinal de contas: Quem gosta de ser disciplinado? Diante da disciplina a reação é revolta, rebeldia, indisciplina. No entanto, necessitamos da disciplina. E para sermos disciplinados precisamos da lei. A lei, ao contrário do que muitos pensam e dizem, visa nosso bem. Ela nos diz o que fazer e deixar de fazer, assim como aquele que nos criou bem disse.
Cada pessoa, seja cristão ou não cristão, tem o conhecimento da lei. Nascemos com a lei  inscrita no coração. Todos sabem que existe um Deus, no entanto, inúmeras pessoas não sabem quem é este Deus e como ele age. O conhecimento natural da lei leva as pessoas a dizerem: “eu nuca matei, roubei, etc”. Dizem assim, pois sabem que isso é pecado, no entanto, desconhecem a profundidade da lei de Deus. E por desconhecerem a profundidade e a principal conseqüência do pecado, que é o afastamento de Deus, são iludidos e enganados a ponto de aceitarem viver sua breve vida com o peso do suposto cumprimento da lei. O maior exemplo de uma pessoa que vivia cumprindo a lei era o apóstolo Paulo. Ele, como fariseu, enganosamente até os seus 28 anos de idade pensava estar cumprindo a lei, e agradando a Deus. Mas, encontrando-se com o verdadeiro Jesus, recebendo o verdadeiro perdão, passou a viver a verdadeira vida: “Bem que eu poderia confiar na carne. Se qualquer outro pensa que pode confiar na carne, eu ainda mais: circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei fariseu, quanto ao zelo, perseguidor da igreja; quanto à justiça que há na lei, irrepreensível. Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede da lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé; ... ” (Fp 3. 5 – 9).
Diante da lei todos nós reagimos com desculpas. Diante da lei acusamos os outros e para nos defender fazemos a nossa interpretação da lei. Adequamos ao nosso viver aquilo que nos é propicio. Admitir nossa culpa, ou erro, isso jamais. No entanto, a lei de Deus, os dez mandamentos, em sua profundidade quer nos levar a reconhecer que somos miseráveis pecadores, e como tal, merecedores do castigo eterno.
Nesse mês de março do ano de 2012, o enfoque paroquial é: No verdadeiro Jesus, o verdadeiro perdão, a verdadeira vida. Para que encontremos o Jesus verdadeiro, o verdadeiro perdão e a verdadeira vida, é imprescindível que, conheçamos a profundidade da lei de Deus. É necessário que reconheçamos nossos pecados e a gravidade dos mesmos para que nos aconcheguemos no verdadeiro Jesus, nos consolemos no verdadeiro perdão e vivamos a verdadeira vida – a prática diária de um povo livre, amar a Deus e ao próximo.
O texto de Êxodo 20. 1 – 17 nos fala sobre os Dez Mandamentos.
Qual é a importância dos 10 mandamentos hoje?
Vivemos num período denominado como pós-moderno. Ou seja, não há verdade absoluta. Assim, muitos dizem que os dez mandamentos era uma verdade daquele período. Hoje é diferente. A palavra de Deus pelo profeta Jeremias é clara: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá” (Jr 17.9).  E conhecendo a nossa situação, Deus em sua palavra deixou aparente nossa fotografia: “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço... Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?" (Rm 7.18,19,24)
            No verdadeiro Jesus, o verdadeiro perdão, a verdadeira vida. É necessário que despertemos do sono e acordemos para a realidade da acusação da lei que nos conduz ao tormento dos nossos pecados. Não cheguemos à triste situação a que chegou o filósofo François Marie Arouet, conhecido como “Voltaire”, que passou seus 83 anos de vida zombando de Deus, mas que em seu leito de morte, sua consciência, pela lei de Deus, o acusou a ponto de levá-lo ao desespero. Diz que o seu criado não suportando os gritos de desespero do filosófo fugiu da casa.
            No verdadeiro Jesus, o verdadeiro perdão, a verdadeira vida. Esquecer a nossa situação de pecador e esquecer a lei de Deus é esquecer e perder de vista a prática diária de um povo livre. O apostolo Paulo fez o alerta: “Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus” (1Co 1.18). Se a mensagem simples da Palavra de Deus, que é a cruz de Jesus Cristo for deixada de lado, passamos a viver um doce engano e caminhamos para a perdição eterna. Sem a cruz de Jesus, deixamos de viver nossa vida diária, vida de povo livre.
            Deus quer nos conduzir numa caminhada feliz, por isso, para um povo livre, deixou a sua lei, os dez mandamentos para que vivamos nossa vida exercendo nossa verdadeira liberdade, amando a Deus e ao próximo. Vivemos de acordo com aquilo que Deus nos diz sobre o que fazer e o que deixar de fazer. No verdadeiro Jesus, o verdadeiro perdão, a verdadeira vida, vivemos na prática diária de um povo livre em Jesus.
Na semana passada, quando meditamos no texto de Gn 17, lembramos que Deus muda o nosso nome. Em Jesus vivemos numa outra situação. Bem diferente daquela em que os pagãos vivem. Em Jesus, Deus mudou a nossa sorte, mas, mesmo assim, é importante que lembremos a lei de Deus. Pois a lei tem um importante papel, nos acordar do sono de acharmos que tudo está bem e que estamos bem. Nós não podemos impedir que os passarinhos sobrevoem sobre nossas cabeças, mas não podemos permitir que eles façam ninhos entre nossos cabelos. Inúmeras pessoas estão se perdendo, pois deixam de lado a prática diária de um povo livre. Muitos estão deixando de lado a lei de Deus e assim não estão apenas permitindo que os passarinhos façam ninhos, mas também que choquem os ovos.
O Salmo 19 foi escrito para alertar os cristãos que estavam vivendo num grave pecado, o da soberba. Estavam roubando a glória de Deus. Se a lei de Deus nos acusa, não tentemos em vão aliviar essa acusação com boas ações, ou uma suposta vida de aparência, assim como muitos faziam com base na liturgia. Os mandamentos dados por Deus nos apresentam a sua verdadeira vontade. A lei de Deus apresenta a todos a impossibilidade de ser salvo pela lei. É necessário conhecer o verdadeiro Jesus, o verdadeiro perdão e a verdadeira vida para que assim vivamos na prática diária de um povo livre.
Os dez mandamentos são distribuídos em duas tábuas. Na primeira tábua, aparecem os três primeiros mandamentos, que falam sobre Eu e Deus. A segunda tábua, do quarto ao décimo trata sobre Eu e o Próximo. Os mesmos se resumem conforme Jesus em Mateus 22. 37, 39: “...Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. ... Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Olhando nessa direção, quais são nossos pecados em relação a Deus e ao próximo? Confiamos em nossos planos, não na ultima palavra que vem de Deus. Exige-se as bênçãos de Deus e não se concorda com a vontade de Deus quando ela é feita entre nós.  Oramos, mas confiamos naquilo que fazemos e não na direção dada por Deus. Em relação ao próximo, estamos sendo preconceituosos. As tentações da mídia entram em nossa casa, e assim somos atraídos  pelas mais variadas tentações.
            Diante da lei de Deus os israelitas disseram a Moisés: “...Fala-nos tu, e te ouviremos; porém não fale Deus conosco, para que não morramos” (Ex 20.19).
            No verdadeiro Jesus, o verdadeiro perdão, a verdadeira vida.
            O verdadeiro Jesus deu a lei, e ao mesmo tempo se tornou o devedor da lei, e tendo cumprido a lei em nosso lugar, nos oferece o verdadeiro perdão, e nos indica a viver a verdadeira vida. Deus nos abençoe, amém!
Pr Edson Ronaldo Tressmann
44 – 3462 - 2796
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