18/03/12 – 4º Domingo na Quaresma
Sl 107. 1 – 9; Nm 21. 4 - 9; Ef 2. 1 - 10; Jo 3. 14 - 21
Tema: Que tipo de Jesus você conhece?
Números 21. 4 – 9 é um texto que apresenta o povo de Israel caminhando pelo deserto rumo à terra prometida. Ao longo dos anos Deus demonstrou seu amor e cuidado pelo povo. Enquanto os dias iam passando, a promessa da terra prometida parecia ser irreal, e o povo começou a agir assim como é natural que ocorra, começou a reclamar. Com a reclamação veio à impaciência: "vocês nos tiraram do Egito para morrer de fome e sede neste deserto. Já estamos cansados, e não vemos quando isso vai terminar".
O texto diz que Deus ficou extremamente decepcionado com o seu povo e o abandonou à própria sorte. O deserto por si já é mortal, e agora, abandonado a própria sorte, a situação que era ruim, tende a piorar. O sofrimento se multiplicou, veio à dor e a morte. Tudo isso já existia, mas, o povo cegado devido à reclamação, havia esquecido as vezes que Deus os havia livrado. Entregues a própria sorte, caíram em extremo desespero, e vendo a morte mais perto que nunca, pois as serpentes estavam ali, o povo reconheceu em Deus o auxilio, e clamaram para que Moisés intercedesse em favor deles. Pelo texto, vemos que Deus ouviu a oração de Moisés. Não foi algo imediato, as conseqüências do pecado do povo continuavam. No entanto, Ele providenciou uma saída: “os mordidos pela serpente deveriam olhar para a serpente de bronze pendurada na haste e assim ficaria curado”.
Nossa vida pode ser comparada com a travessia de um imenso deserto. Há momentos em que a caminhada é perigosa, outras, cheia de angústias e de medos. Para onde olhar e ficar curado? Como eliminar esse medo? Essa angustia? Assim, na caminhada, quando ela se torna insuportável, com permissão de Deus é claro, muitos procuram alivio, socorro. E nessa situação, os inúmeros Jesus, são apresentados.
Há pessoas que passam a conhecer e visualizar o Jesus juiz - aquele que observa nossas obras e segundo elas nos abençoa ou nos castiga.
Há os que olham para o Jesus hedonista - aquele que nos cobre apenas de felicidades, sem se importar como a temos.
Há os que olham para o Jesus que de acordo e o tamanho do agrado e do sacrifício recompensa os seus com prosperidade.
No entanto, felizmente, há os que conhecem e se agarram no Jesus salvador - aquele que se fez igual a nós, veio para nos perdoar, mesmo em meio aos nossos muitos pecados, “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8), “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5.21). E o que é extraordinário nisso é que “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus;” (Ef 2,8). E se reconhecemos o verdadeiro Jesus, recebemos dele o verdadeiro perdão, e não há nada que pode nos impedir de viver a verdadeira vida, assim como diz o salmista: “Rendam graças ao Senhor por sua bondade e por suas maravilhas para com os filhos dos homens! Pois dessedentou a alma sequiosa e fartou de bens a alma faminta” (Sl 107,9).
No verdadeiro Jesus, o verdadeiro perdão, a verdadeira vida.
Para onde olhar e ficar curado? Para a cruz, a cruz de Jesus. Não que ela seja um símbolo mágico. A cruz é símbolo de derrota, de vergonha, de humilhação, de dor, de morte. No entanto, para nós é símbolo de cura, de alivio, de exaltação. Pois assim como um povo em meio ao deserto que deveria olhar para o alto da haste e ser curado, assim nós em nossa caminhada, precisamos olhar para a cruz da dor, do sofrimento, da morte de Jesus e sermos curado, como dito pelo apóstolo João: “E de modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nele crê tenha a vida eterna” (Jo 3.14-15).
Ao olhar para a cruz de Jesus recebemos a cura dos nossos pecados. Os pecados que nos conduziam a eterna condenação. Em Cristo, a nossa rocha eterna e o nosso abrigo, somos conduzidos a eterna salvação. Jesus sofreu a morte para que nós tivéssemos vida. A cruz é o símbolo, é o sinal, é a indicação de que Deus está bem perto de nós, junto na caminhada nesse deserto da vida. E nessa caminhada vem ao nosso encontro na pregação da palavra, no batismo e no sacramento do altar. No verdadeiro Jesus, o verdadeiro perdão, a verdadeira vida.
Na sua caminhada, qual Jesus você conhece? Qual Jesus está sendo apresentado?
Nesse deserto, nesse mundo, há os que estão cansados, e o cansaço se deve ao engano feito por companhias que os conduziram e conduzem a desertos secos de vida, secos de amor, secos de verdade. Assim, continuam sem olhar para àquele que é a VIDA, o AMOR, a VERDADE. É necessário que nesse deserto, continuemos apontando para a cruz, pois na cruz, em Jesus o salvador está à cura, o perdão dos pecados. Amém.
Pr Edson Ronaldo Tressmann
44 – 3462 – 2796
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