terça-feira, 29 de março de 2011

VERDADE OU MENTIRA?

A IGREJA
COMUNICA A VIDA na verdade da Ressurreição
Abril – 2011
03/04/11 – 4º Domingo na Quaresma
Sl 142; Is 42.14 - 21; Ef 5.8 - 14; Jo 9.1 – 41 ou 9.1-7,13-17,34-39
VERDADE OU MENTIRA?
Introduzindo o assunto
            Popularmente, abril é conhecido como mês da mentira. Todos os anos no dia 01/04, as pessoas brincam e se divertem com supostas pegadinhas. Diversão num campo perigoso, mentira.
            Qual é a conseqüência de uma mentira? Pelo que observamos, as conseqüências são as mais frustrantes possíveis. E a mentira não existe apenas entre aqueles que desejam brincar e se divertir.
Desenvolvendo o assunto
            Quando se faz a pergunta sobre as conseqüências da mentira, imaginamos as mais variadas possíveis. No entanto, essa mesma pergunta é feita, mas numa perspectiva diferente: Qual é a conseqüência de uma mentira bíblica?
            Alguns versículos bíblicos tirados de seus contextos acabam distorcendo um precioso ensino, e aquilo que é realmente verdade, se transforma em meia verdade, ou até mesmo numa grande mentira. Infelizmente muitos lêem um versículo bíblico sem observar o contexto e assim as conseqüências deixam de ser apenas terrenas e passam a ser espirituais. Vejamos alguns exemplos bastante simples:
            Deus não existe: “...Não há Deus...” (Sl 14.1)
            Deus esqueceu do seu povo: “...O Senhor me desamparou, o Senhor se esqueceu de mim.” (Is 49.14)
            Jesus foi alcoólatra: “Veio o Filho do homem que come e bebe, e dizem: Eis ai um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores!...” (Mt 11.19).
            Quantas mentiras podem ser afirmadas sem se levar em consideração o texto bíblico em todo o seu contexto. A Palavra de Deus precisa ser lida, estudada como um todo. Cada texto possui seu contexto amplo e imediato.
            Chamo a atenção ao contexto, justamente, por que o v. 31 do texto de João capítulo 9, pode causar um grande estrago na vida de muitas pessoas. Diz o texto: “Sabemos que Deus não atende a pecadores; mas, pelo contrário, se alguém teme a Deus e pratica sua vontade, a este atende” (Jo 9.31).
            Sabemos que Deus não atende a pecadores;...” Essas palavras só podem ser entendidas, quando respondemos a pergunta: quem as disse? Porque foram ditas?
            Primeiramente olhemos um pouco para o contexto mais amplo. Nesse sentido a leitura de Isaías 42. 14 – 21, nos ajuda a entender o evangelho dia dia, pois o profeta anuncia a promessa de Deus, de que iria guiá-los, pois eram um povo cego, e segue-se a repreensão ao antigo Israel à sua cegueira espiritual. Jesus é a luz do mundo, a luz para um mundo cego e perdido na escuridão.
            Dentro de um contexto mais próximo ao texto, observemos que:
            - esse é o sexto sinal narrado pelo evangelista João;
            - Jesus deu a visão a um cego de nascença, num dia de sábado.
            - é durante a terceira viagem de Jesus a Jerusalém;
            - o local da realização é fora do templo (8:59);
            - esse texto está escrito num estilo expositivo, como se fosse um sumário, cheio de ironia;
            Desatentamente pode-se deixar tudo isso de lado. Mas, ao se fazer isso, corre-se o risco de perder verdadeiramente o que o texto quer ensinar. E assim podemos transformar coisas verdadeiras em mentirosas, ou coisas mentirosas em verdades.
            Olhemos mais atentamente o texto.
            Diz o texto que Jesus “viu”. Jesus viu a quem? O homem. Esse homem era cego de nascença. Jesus “” as pessoas por completo. Ele olha para o ser. Nós, ao contrário, assim como os discípulos, olhamos para o problema. Geralmente se diz: “Você viu o problema daquela pessoa.” E diante do problema, ficamos paralisados em nossos comentários e nos possíveis culpados.
            Jesus ao ver o homem como um todo, observou-o como pessoa e também sua necessidade. E diante daquela situação, Jesus toma a iniciativa. Mais uma vez relembremos Gênesis. Deus toma a iniciativa diante do homem pecador, Gn 3.15.
            Os discípulos de Jesus, no entanto, diante da situação desse homem cego, começam a discutir sobre quem verdadeiramente era culpado por esse homem estar assim.
            Jesus corrigiu seus discípulos, centrando-se sobre a finalidade, a “causa final”. Jesus em resposta aos discípulos disse: “sou a luz do mundo”. A luz que brilha nas trevas e ilumina a todos, (Jo 1. 4 – 9).
            O cego ouviu atentamente a voz de Jesus e voltou a ver. No ano de 2011, a IELB, está falando exatamente sobre Jesus o Bom Pastor. Esse Bom Pastor Jesus veio e está em busca de suas ovelhas. Ovelhas são caracterizadas pelo OUVIR. Ouçamos as promessas de Jesus, principalmente quando estamos sendo ensurdecidos pelas mentiras dos homens, que ao distorcerem a Palavra de Deus, anunciam que quem sofre é por ser pecador, quem sofre é por estar pagando pelos seus pecados, etc.
            Após essa cena inicial, precisamos mais uma vez relembrarmos o contexto:
            - O resto da narrativa consiste em conversas; a) - primeiro é entre o homem e seus vizinhos e conhecidos (9:8-12). O ex-cego testemunhou o que aconteceu. Ele é a testemunha pública de Jesus.
            Aquele homem que não era aceito pelas pessoas da sua época por ser problemático, dá um excelente testemunho. Aquele homem que era julgado e até condenado por supostos erros seus ou de seus pais não se calou. Aquele homem marginalizado pela sociedade só sabia uma única coisa sobre Jesus: “Era um homem chamado Jesus”.
            Nos vv. 13 – 17, o homem que foi encontrado pela luz, por Jesus, testemunha perante os fariseus. E ali, perante os homens conhecedores das Escrituras, sabedores da lei de Deus, acabam entrando em choque e, uma disputa acontece, a disputa sobre quem é Deus. E diante daquele homem que apenas conhecia Jesus como homem, agora o confessa como “um profeta” (9.17).
            Não é possível que isso aconteceu? Os fariseus duvidando de tudo, entrevistaram os pais do homem que se dizia cego. No entanto, por medo (7:13; 12:42, 16:2) os pais não afirmam nada. E numa segunda entrevista ao homem cego, com hostilidade, os fariseus afirmam que Jesus era um pecador (9.24). E diante dessa afirmação, o próprio ex-cego, afirma que “...se é pecador, não sei; uma coisa sei: eu era cego e agora vejo” (9.25). E adiante na resposta em afirmação de que Jesus é Deus, o ex-cego afirma: “Sabemos que Deus não atende a pecadores; mas, pelo contrário, se alguém teme a Deus e pratica sua vontade, a este atende” (9.31).
            Um ex-cego, encontrado pela luz, testemunha perante seus vizinhos, perante todos os chefes e lideres religiosos sem medo. Sempre fora julgado por ter cometido pecados, foi acusado de estar corrompendo a ordem pública e se manifestando por um homem que ninguém sabia quem era. Que exemplo esse homem que passou a ver nos dá. Ser testemunha da Luz, de Jesus, perante pessoas que supostamente vêem, mas que estão cegas no seu falso entendimento, egoísmo, etc.
            O homem que havia sido encontrado pela LUZ, afirma que Jesus é de Deus. E a grande ironia do texto, os fariseus, adotam uma posição que foi inicialmente levantada pelos discípulos de Jesus (v. 2). Eles acusam o homem de ter nascido no pecado. Eles rejeitam o testemunho do homem e o expulsam do templo.
            Mais uma vez voltando ao contexto:
            - Jesus, porém, encontra-o fora do templo e lhe pergunta: “Você acredita no Filho do Homem?” O homem pergunta: “Quem é ele?” Jesus se identifica como aquele que viu e ouviu.
            Deus em Cristo vem ao encontro do pecador e o transforma. Deus continua vindo ao encontro do pecador pela Palavra e Sacramentos (batismo e santa ceia) para transformar a vida do homem. Para que o homem passe a ver aquilo que não lhe é possível ver apenas pelo simples conhecer. Atualmente querem que primeiro se transforme o pecador, para depois ter contato com Deus, mas a transformação só acontece no encontro com Deus. A teologia dos fariseus, era uma teologia de reclusão. E a teologia de Deus é de inclusão. Deus veio buscar e salvar o perdido. Veio ao encontro do homem pecador. E ao encontro do pecador, continua vindo.
            A fé vem pelo ouvir – o cego ouviu Jesus. O homem agora “dá glória a Deus” (v. 24), confessando que ele “acredita”, chamando Jesus de “Senhor”, e passa a adorá-lo (v. 38). Através da Palavra, o homem agora vê espiritualmente e não apenas fisicamente.
            Jesus o bom Pastor dá a vida pelas ovelhas (Jo 10.11) – esse é o versículo tema da IELB em 2011. Jesus não veio “para julgar o mundo, mas para salvar o mundo”. Como ele fez isso?é necessário que façamos as obras daquele que me enviou,...”, ou seja, submeteu a escuridão do mundo como o sacrifício expiatório para o mundo (9:4). No terceiro dia Deus o ressuscitou dentre os mortos, para que agora a sua luz brilhe em todas as terras onde suas palavras são recontadas e testemunhadas, onde se dá o novo nascimento através da água e do Espírito, onde seu corpo e sangue são recebidos na fé.
Conclusão
            Qual é a conseqüência de uma mentira bíblica? Alguns versículos bíblicos tirados de seus contextos acabam distorcendo um precioso ensino, e aquilo que é realmente verdade, se transforma em meia verdade, ou até mesmo numa grande mentira. Cuidemos com aquilo que ouvimos, e que Deus sempre nos envie pregadores fiéis da sua Palavra, que olhem a palavra como um todo e nos apontem verdadeiramente para o Jesus vencedor, acolher e integrador dos pecadores no seu reino. Amém!
Pr Edson Ronaldo Tressmann
Querência do Norte - PR
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