quinta-feira, 10 de março de 2011

Apresentando um verdadeiro cristão

A IGREJA COMUNICA A VIDA na Quaresma
13/03/11 – 1º Domingo na Quaresma
Sl 32.1 – 7; Gn 3.1 – 21; Rm 5.12 – 19; Mt 4.1 - 11
COMUNICANDO A VIDA
Apresentando ao mundo um verdadeiro cristão
Introdução
         O que fazer para que cristãos abandonem suas práticas pecaminosas e realizem boas obras? Essa é a pergunta da grande maioria da liderança na Igreja. O que fazer? Como fazer?
            Eu não sei a resposta de como fazer. Mas sei o que não podemos fazer para alcançarmos isso. Não podemos de maneira nenhuma exigir, ameaçar, ou fazer promessas com a lei. Precisamos apresentar ao mundo e a igreja um verdadeiro cristão. Como ele é? Quem ele é?
Desenvolvimento
            Neste culto queremos tomar como base dois textos bíblicos: Gn 3.1-21 e Sl 32.1-7, pois nosso desejo é apresentar ao mundo um verdadeiro cristão.  Será que o verdadeiro cristão não possui nenhum vicio? Será que o verdadeiro cristão pratica incessantemente boas obras que impactam a todos?
COMUNICANDO A VIDA
Apresentando ao mundo um verdadeiro cristão
            No período da Quaresma muitas pessoas se deixam levar por lendas e superstições. E justamente em meio a isso, é necessário que a Igreja Cristã tome como objetivo comunicar a vida. E para que possamos comunicar corretamente a vida, é imprescindível apresentar o verdadeiro cristão.
            Iniciemos em Gn 3.1-21.
            “...É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? (Gn 3.1).
            Com essas palavras o diabo conquistou a seu favor Eva. O diabo despertou aquilo que era verdadeiramente proibido ao homem e a mulher, comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. A proibição apresentava aquilo que não podia ser feito, pois suas conseqüências seriam terríveis. No entanto, despertados para desejar ardentemente aquilo que era proibido, causou a grande tragédia, da qual nós ainda hoje temos resquícios, o qual ainda está em nós, faz parte do nosso dia-a-dia.
            Hoje ainda somos atraídos pelas coisas proibidas. Se as coisas não fossem proibidas, elas não nos chamariam a atenção, como chamam. A proibição desperta em nós o desejo e o pensamento de rebelar-se. Diante de algo proibido é comum a frase: “Como pode querer nos negar isso?” e seguem as mais variadas desculpas. Um exemplo é quando a pesca está fechada. É proibido pescar, mas.... afinal “é só pra comer uns peixinhos.
            Precisamos criar consciência de quão pecadores nós somos. E como estamos expostos ao pecado. Nós conhecemos os 10 mandamentos, mas não compreendemos seu sentido espiritual. Estando o pecado dormente em nosso coração muitos estão vivendo suas vidas em crimes grosseiros. Para isso, para despertar nosso coração dessa dormência Deus nos deu a lei, a pregação da lei. Diz Paulo: o qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica (2Co 3.6). Ao ministro, a liderança não vale usar a lei para mudança, pois a palavra “letra”, não significa usar a lei para tornar alguém ativo, realizador de boas obras, piedoso. A lei não muda nosso coração, mas sim, o evangelho.
            O homem e a mulher após a queda sentiram as conseqüências de seu pecado. Perceberam que estavam nus, e ainda se esconderam de Deus com quem tinham perfeita comunhão. A lei, proferida pelo próprio Deus através da pergunta: “Onde estás?”, ou seja, qual é a tua situação longe de mim? Fez o homem observar o seu erro. No entanto, não foi a lei que o animou e consolou. Pelo contrário, a lei, o desespero o fez colocar a culpa na mulher e no próprio Deus.
            Deus sabia que diante do pecado, a situação da raça humana era deplorável.  Sendo assim, Ele não fez exigências pela lei, a lei levou-os a reconhecerem seus erros, na verdade, o próprio Deus, apresentou ali no paraíso, como já havia feito, sua misericórdia. No versículo 15 de Gn 3 prometeu: Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar (Gn 3.15). Qual é o significado dessas palavras? O Messias, o Redentor, o Salvador, não virá com propósito de nos dizer o que devemos fazer ou que obras devemos mostrar para escapar do terrível domínio das trevas, do pecado e da morte. Esses feitos o Messias não vai deixar para nós cumprirmos, mas ele mesmo realizará tudo. Ele ferirá a cabeça da serpente significa nada mais, nada menos de que ele destruirá o reino do diabo.
            Esse primeiro evangelho em Gênesis, ainda no paraíso, agora diante do homem pecador, perdido, afastado de Deus, foi a fonte de consolo dos crentes no A.T. Para eles era importante saber que alguém estava por vir não simplesmente para lhes dizer o que fazer e deixar de fazer para alcançarem o céu, mas para devolver, levar de volta ao céu. Não há mais nada a fazer do que me apropriar daquilo que Deus em Cristo me oferece e dá. Por isso as Escrituras afirmam: “Creia”, ou seja, “Declare seu o que Cristo adquiriu”.
            Muitos outros textos do A.T. poderiam ser citados, mas quero citar apenas Jr 31.31-34. Deus faz uma nova aliança. Essa não é aquela do monte Sinai. O Messias não diz: “É preciso que vocês sejam pessoas com tal caráter; seu modo de viver deve ser desta ou daquela maneira; você precisa fazer esta ou aquela obra”.
            O ser humano no ato criador de Deus já teve escrito em seu coração a lei. Essa lei não tinha por objetivo tornar o homem santo, pois foram criados santos e justos à vista de Deus. A lei, no entanto, foi escrita em seus corações por uma única e simples razão, para saberem o que era agradável a Deus. A vontade humana estava em harmonia com a vontade de Deus. Com a queda em pecado, com a desobediência essa situação foi alterada. Com a saída da escravidão do Egito, Deus repetiu a lei e restabeleceu com os judeus, uma aliança baseada na lei. E por meio do profeta Jeremias Deus está COMUNICANDO a VIDA.
            A aliança baseada na lei não havia melhorado a situação deles, pois Deus precisou forçá-los a uma submissão à sua vontade. E obediência forçada, não é verdadeira obediência. E assim Deus aponta para um novo plano de ação totalmente diferente. Mas claro, já no A.T., este plano estava vigorando. Mesmo que a aliança baseada na lei era anunciada, os profetas sempre anunciaram o evangelho e sempre anunciaram o Messias, aquele que firmou nova aliança.
            Em que consiste a nova aliança?  Deus assegura ao povo que não precisa mais ser coagido ou impulsionado pela lei que diz: “faça isso! Não faça isso!”, pois isso não adianta. Nós não temos capacidade para cumprir a lei, somos carnais, e as manifestações do Espírito não se originam da ação da lei. Deus diz: “perdoarei as suas iniqüidades e dos seus pecados jamais me lembrarei.” Por isso a lei está escrita em nosso coração. O que a lei não pode fazer, o evangelho traz a realidade, através da mensagem do perdão dos pecados. Não podemos substituir o evangelho pela lei. Pessoas estão morrendo, pois se encontram agarradas na lei e se esquecem do evangelho salvador. E o evangelho está presente na santa ceia, pois é dito: “Tomai, bebei, este é o sangue da nova aliança...” E este corpo e sangue, dados no pão e no vinho são oferecidos a você pecador arrependido, é oferecido a você que diante da lei reconhece seus erros. Pois, o evangelho, o perdão que aqui você recebe é a força e motivação para seguir sua vida cristã nesse mundo.
            Apropriando-se do texto do Salmo ouvimos: “Sendo assim, todo homem piedoso te fará súplicas em tempo de poder encontrar-te. Com efeito, quando transbordarem muitas águas, não o atingirão” (Sl 32.6).
            Todo homem piedoso te fará suplicas – se olharmos atentamente esse salmo, escrito por Davi, veremos que ele fala do perdão. Relembremos o episódio de Davi e Bate-Seba e em seguida com Natã. Pecados que exigiam a morte em praça publica. Deus perdoou, passou por cima deles, os esqueceu. Isso o animou, consolou. Escreveu o Sl 51 e o 32.
            Diante do perdão o diabo, todos os dias coloca em nós o fardo da culpa e atinge a nossa consciência. Após o episódio do encontro de Natã com Davi, observamos os tristes episódios naquela família. De um lado, Davi era levado a se questionar e duvidar do perdão. Diante do homem cego, os discípulos também queriam saber quem havia pecado, o homem ou seus pais.
            Também nós, a cada novo dia, a cada nova situação, somos tentados a nos questionar sobre o perdão. Tantas vezes ficamos em dúvida. Principalmente quando nos apresentam um cristão sem vícios, cheio de boas ações, descrição na qual nós tantas vezes não nos encaixamos.
            Apesar de nossos sentimentos amargos, somos aceitos por Deus em Cristo Jesus. verdadeiros cristãos que não conseguem se controlar e ficam irritados com facilidade. Outros tantos não controlam seu temperamento, ainda há aqueles com dificuldade para perdoar. Só que, justamente são muitos desses irritadinhos, destemperados e que não conseguem perdoar que dobram seus joelhos e suplicam dia após dia pelo perdão e forças para vencerem esses seus defeitos.
            Que bom seria se todos nós fossemos como Jó, pois dizem que Jó é exemplo de paciência. Mas, nem todos são assim. Há cristãos impacientes, muitos chegam a explodir de raiva, e falam muitas coisas, até o que não devia. Mas, quando voltam a si ficam com vergonha de si mesmo. Há também aquele cristão que vez ou outra comete um pecado grosseiro.
            E o que fazer para mudar essa situação tão aparente nas igrejas?  A igreja vai continuar COMUNICANDO a VIDA, através da Palavra de Deus. Pois pouco a pouco a Palavra convence do erro, e o pecador humildemente suplica por perdão.
            O cristão tem medo da morte, aliás, a morte traz medo. Muitos cristãos também são orgulhoso. E esse dentro todos os vícios é o pior. Pois é pecado contra o primeiro mandamento. Os discípulos discutiam sobre quem deles era o maior no reino. A mãe de dois deles pediu que um fosse colocado a direita e outro a esquerda. Segundo Lucas, eles ficaram envergonhados, pois ficaram sabendo que essa conduta era vergonhosa. Tiveram vontade de se esconder.
            Nem todo cristão está em oração fervorosa. Se requer muita luta e disposição para orar com fervor e ter confiança de que Deus vai atender. Quantas vezes nos sentimos envergonhados, quando no meio de uma oração percebemos que estamos falando apenas por falar.
            Há pessoas, e muitos pregadores que querem dar um show de santidade, evitam certo tipo de conversa, erguem seus olhos piamente aos céus, recitam diversos textos bíblicos, nas horas de lazer lêem a Bíblia. Tudo isso apenas para impressionar. Mas, vale lembrar que nem todos os cristãos são assim.
            Cristãos não são aqueles que realizam grandes coisas para que os outros vejam. Um cristão verdadeiro é aquele que se agarra no perdão de Deus em Cristo, é só relembrarmos Hb 11.
            O diabo, dia após dia nos tenta com tribulações, isso para que os cristãos caiam, principalmente do perdão. Ele deseja que duvidemos e questionemos sobre o perdão. Vocês estão perdoados em Cristo. E nesse perdão somos animados a viver uma vida de filho redimido. E que nesse perdão possamos cantar com toda a igreja cristã: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável. Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito. Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário” (Sl 51. 10-12).
Conclusão
            Deus nos abençoe a podermos apresentar ao mundo, que nós, mesmo cheios de falhas somos perdoados em Cristo e que nesse perdão somos alimentados, consolados e animados a viver uma vida melhor a cada novo dia. Amém!
Pr Edson Ronaldo Tressmann
Querência do Norte - PR

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