quarta-feira, 16 de março de 2011

Acolhendo cristãos anônimos pela palavra e sacramento

A IGREJA COMUNICA A VIDA na Quaresma
20/03/11 – 2º Domingo na Quaresma
Sl 121; Gn 12. 1 – 9; Rm 4.1 – 8, 13 – 17; Jo 3. 1 – 17
COMUNICANDO A VIDA
Acolhendo cristãos anônimos pela palavra e sacramento
Introdução

            A IELB está preocupada em COMUNICAR a VIDA, e para isso quer acolher e integrar pessoas. E entre tantas pessoas que queremos acolher e integrar também se encontram os denominados cristãos anônimos que são aqueles que eu não conheço, que ainda são estranhos para mim. Acolher e Integrar os anônimos para que eles deixem de ser estranhos e desconhecidos.
            Acolhendo cristãos anônimos pela palavra e sacramento
            Existem ainda hoje cristãos semelhantes a Nicodemos. Cristãos que conhecem a lei, julgam e interpretam a lei, mas que lhes falta algo essencial, “nascer de novo, tornar-se novo homem.” Precisamos entender que no v.3 o “nascer de novo...”, ocorre, primeiramente o nascer de novo, depois ocorre o abandono. Primeiramente ocorre uma mudança no íntimo.
            Cristãos anônimos são aqueles que se apresentam dispostos a ajudar, mas sua verdadeira intenção é prejudicar. São também aqueles que se afastam pensando estar prejudicando ao outro, mas prejudicam a si mesmos.
            Cristo não muda, o apóstolo Tiago afirma: “toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes em quem não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tg 1.17). E esse Jesus Cristo veio mudar a nossa realidade, de pecadores perdidos, agora somos perdoados e estamos salvos. Em Cristo Jesus somos novas criaturas, pois afirma Pedro: “Pois vocês, pela viva e eterna Palavra de Deus, nasceram de novo como filhos de um Pai que é imortal e não de pais mortais” (1Pe 1.23). Deus que não muda, e que enviou Jesus, no qual nascemos de novo pela palavra e pelo batismo. A cada novo dia somos convidados a nos arrepender verdadeiramente de nossos pecados, como disse Jesus: “...Eu afirmo a vocês que Istoé verdade: se vocês não mudarem de vida e não ficarem iguais às crianças, nunca entrarão no Reino do céu” (Mt 18.3).
            E esse convite também estava sendo feito ao cristão anônimo Nicodemos. Cristão anônimo é todo aquele que faz obras confiando em si mesmo. Pensam que pelo seu viver do dia-a-dia, cumprindo rituais e leis, se abstendo de comidas e bebidas agradam a Deus. Milhares de pessoas são cristãos anônimos, pois não mudaram de mente pela Palavra, pelo batismo, mas colocaram máscaras em seus rostos e vivem hipocritamente.
            Ouçamos a promessa de Deus a todo o povo de Israel registrado pelo profeta Ezequiel: “borrifarei água limpa sobre vocês e os purificarei de todos os seus ídolos e de todas as coisas nojentas que vocês têm feito. Eu lhes darei um coração novo e porei em vocês um espírito novo. Tirarei de vocês o coração de pedra, desobediente, e lhes darei um coração bondoso, obediente. Porei o meu espírito dentro de vocês e farei com que obedeçam as minhas leis e cumpram todos os mandamentos que lhe dei” (Ez 36.25-27). No batismo nos tornamos novas criaturas, assim anuncia Tito: “ele nos salvou porque teve compaixão de nós, e não porque nós tivéssemos feito alguma coisa boa. Ele nos salvou por meio do Espírito Santo, que nos lavou, fazendo com que nascemos de novo e dando-nos uma vida nova” (Tt 3.5), e como novas criaturas, mesmo sendo ainda pecadores realizamos boas obras, pois não desejamos gloriar a nós mesmos, mas glorificamos a Deus nosso Senhor, pois a Bíblia diz: “...quem quiser se orgulhar, que se orgulhe daquilo que o Senhor faz” (1Co 1.31).
            Em Cristo, Deus fez e faz uma maravilhosa obra, nos salvou e salva, nos perdoou e perdoa, e nEle nos capacita a sempre realizarmos boas obras. No batismo nos tornamos novas criaturas, e como novas criaturas somos controlados pelo Espírito de Deus e praticamos coisas agradáveis a Deus.
            Em Cristo eu e você somos novas criaturas, Jesus provou o seu amor por nós, morrendo por nós, sendo nós ainda pecadores. E é assim que nós nos encontramos, pecadores, mas em Cristo, justos, santos, perdoados. Em nós há o velho homem, a velha natureza, que nos quer diariamente conduzir ao erro, mas quando batizados o novo homem passou a fazer parte de nós e com esse novo ser, com nova vida espiritual lutamos dia após dia contra o velho homem em arrependimento. Dia após dia somos convidados a renunciar o diabo e suas obras.       Somos novas criaturas por causa da obra de Jesus na cruz e a obra do Espírito Santo em nosso coração, “e assim receberão todo o direito de entrar no reino eterno do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2Pe 1.11).
Acolhendo cristãos anônimos pela Palavra e Sacramento.
            Quando não me arrependo, quando insisto em levar uma vida devassa, quando abandono a igreja, abandono a comunhão na santa ceia, quando não sirvo a Deus e a ninguém, também passo a fazer parte dos milhares de cristãos anônimos.
            Quando olhamos para Nicodemos que ao se aproximar de Jesus disse palavras bonitas: “Rabi, nós sabemos que o senhor é um mestre que Deus enviou, pois ninguém pode fazer esses milagres se Deus não estiver com ele” (v.2) e diante dessas palavras ouviu a resposta contundente de Jesus: “Eu afirmo ao senhor que isto é verdade: ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo” (v. 3), aprendemos sobre o nascer de novo. Arrepender-se, ou seja, mudar de atitude, abandonar o erro. Mas a questão é: abandonar o erro não para nos gloriar.
            Nicodemos reconhecia Jesus como um enviado de Deus, falava de fé, julgava a lei, mas não vivia de maneira correta a vontade de Deus. Para ele e muitos da sua época, a lei estava servindo como um meio de diferenciação entre as pessoas. Se julgava pela aparência, a lei havia perdido a sua principal finalidade: amar a Deus e ao próximo. A lei apontava para Cristo, o qual havia vindo, mas estava sendo rejeitado.
            Deus quer um novo homem, um novo espírito. Deus não deseja apenas o abandono do vicio e a simples prática de obras. Pois se deixar de fumar, beber, etc, e fazer atos generosos para se apresentar bem perante os outros, isso qualquer pessoa, inclusive um ateu pode fazer. Deus deseja algo que vá muito além disso, e esse é o pedido feito à Nicodemos – o ser novo homem.
            Como? O que é preciso fazer? Dúvidas. Dúvidas que nós também temos. Pois, em meio às tantas mensagens que ouvimos ficamos duvidosos – puxa vida eu não consigo; não sou como aquela pessoa que abandonou completamente seus vícios. Olhamos para nós – pior, para nossas realizações. E assim Jesus faz com muitos, o que fez com Nicodemos, fecha a porta do céu. Não é desejo de Jesus condenar ninguém, mas cada pecador é convidado ao arrependimento. Pelo batismo fomos lavados e regenerados, ouçamos o apóstolo Paulo: “Assim eu sei que o que acontece comigo é isto: quando quero fazer o que é bom, só consigo fazer o que é mau” (Rm 7.21). Afirmamos que a graça de Deus, o perdão dos pecados, a justiça diante de Deus e a salvação são obtidos exclusivamente através da confiança que o cristão deposita na Palavra escrita, no Batismo, na Santa Ceia e na Absolvição.
            Na carne sou guiado pelas coisas da carne, “Alguns de vocês eram assim. Mas foram lavados do pecado, separados para pertencer a Deus e aceitos por ele por meio do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito do nosso Deus” (1Co 6.11). Não somos mais da carne, somos do Espírito, guiados pelo Espírito e nesse Espírito faço mesmo como pecador, coisas boas perante Deus, pois a força não está em mim, mas em Deus que realiza em mim o seu querer. Como bem anunciou Paulo aos cristãos de Filipos: “porque Deus é quem efetua em vós, tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2.13).
            Precisamos aceitar a palavra de Deus e não nos cabe questionar, assim como fez Nicodemos: “Como pode acontecer isso?” (Jo 3.9). É contrário a minha razão. Preciso ser como uma criança que acredita naquilo que me é falado, e também me submeter a Palavra de Deus.
            Somos uma população de bilhões e tantos milhões são cristãos. Cristão que transformaram Jesus em Moisés, que transformaram o evangelho em obras de mérito, que transformaram a graça dada no batismo em copo d’água, lenço com suor, etc. Jesus quer pecadores ao seu redor, veio em busca da ovelha perdida, Jesus não está atrás de heróis da fé na prática de virtudes.
            Porquanto Deus enviou o seu filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele” (Jo 3.17).
            A lei julga os pecadores. A palavra “mundo” faz referência a humanidade afastada de Deus, aos pecadores perdidos, os malditos que compõe o mundo. E justamente para esses Jesus foi enviado. Apesar de termos quebrado todos os mandamentos de Deus, não nos desesperemos, pois em Cristo, Deus trouxe a salvação, o perdão.
            O ensinamento verdadeiro e que deve ser crido e aceito de todo o coração é este: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o pior” (1Tm 1.15). Jesus veio para cumprir a lei em nosso lugar, veio para nos Acolher e Integrar para que nós possamos usufruir desse cumprimento.
            O mundo, a quem Jesus veio, acha impossível e não acredita na Igreja Cristã que Comunica a vida, que transmite a salvação pela fé. Cristãos anônimos crêem que no julgamento serão interrogados por aquilo que realizaram nesse mundo. As pessoas não sabem o que é FÉ de acordo com a Bíblia.  A FÉ nos agarra em Cristo, naquilo que Cristo fez por nós.
Conclusão
            Acolhendo cristãos anônimos pela Palavra e Sacramento. Já que os conhecemos, como nova criatura, vou Acolhé-lo, pois habita em mim o Espírito de Deus pelo qual eu fui acolhido e integrado.
            Lembremos que os cristãos anônimos não necessitam do nosso julgamento, mas do amor, o qual já foi revelado a nós. Comuniquemos esse amor, para que muitos deixem de ser cristãos anônimos e se incluam nesse grande grupo, grupo de COMUNICADORES DA VIDA. Amém!
Pr Edson Ronaldo Tressmann

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