segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Alegria em Jesus não é uma falsa ilusão! (Fp 4.4 e Lc 7. 23)

 Terceiro Domingo no Advento

Gaudete

15 de dezembro de 2024

Salmo 85; Sofonias 3.14-20; Filipenses 4.4-7; Lucas 7.18-35

Texto: Fp 4.4 e Lc 7. 23

Tema: Alegria em Jesus não é uma falsa ilusão!

 

A expressão “gaudete” está no imperativo plural do verbo latino “gaudere”, que significa “alegrar-se”. “Gaudete” é traduzido por “alegrai-vos”.

Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: alegrai-vos! O Senhor está perto” (Fp 4.4ss).

Você está feliz? O que te deixa feliz? Qual presente te deixaria feliz?

A alegria do mundo procede das coisas exteriores. Alegria essa bem diferente da alegria cristã. A alegria do cristão é fruto de estar unido a Cristo.

Paulo está preso, e mesmo sem saber se seguirá preso, se será condenado a morte ou liberto, escreve para que os filipenses fiquem alegres! Como é possível?

Paulo mostra que a alegria não depende de circunstâncias externas, mas do estar enraizada, ou seja, num relacionamento com Cristo. Devido ao relacionamento com Cristo, sempre houve, há e haverá uma perspectiva positiva, mesmo em tempos difíceis e cheios de negatividade.

A alegria descrita por Paulo advém do reconhecimento dos propósitos de Deus nas provações que ele estava enfrentando. Além do reconhecimento, o apostolo também compreendia que tudo contribuía para difusão e impacto do evangelho. A partir disso, Paulo enfatiza que as provações dos filipenses os aproximam de Cristo. Assim sendo, alegrem-se em Cristo, pois ele está próximo de vocês (Fp 4.4).

A carta aos Filipenses é considerada como sendo a carta da alegria. A “alegria” flui desde o início até o fim da carta (Fp 1.3; 1.4; 1.18; 1.25; 1.26; 2.2; 2.17; 2.18; 2.28; 4.1; 4.4; 4.10).

Paulo estava preso, além disso, seu trabalho estava sob ataque de rivais. Algumas pessoas que professavam pregar o evangelho, apenas queriam prejudicar Paulo, bem como a difusão do evangelho.

Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: alegrai-vos! O Senhor está perto” (Fp 4.4).

O Senhor Jesus Cristo está próximo, perto, junto, não significa que o cristão está livre de dificuldades. O estar próximo significa que não há dificuldade capaz de separar o que crê do amor de Deus. Por isso, Jesus disse para João Batista: “felizes são as pessoas que não duvidam de mim!” (Lc 7.23).

João Batista, sem compreender o modo de Deus agir, sofrendo na prisão ouviu pelo recado de Jesus de que Jesus era o Messias anunciado e prometido pelos profetas. Ou melhor, Jesus dizia para João Batista: você não se enganou em seu ministério.

Muitas vezes, as evidências racionais e os argumentos humanos levam a dúvidas. Paulo aconselha: Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: alegrai-vos! O Senhor está perto” (Fp 4.4) e Jesus diz: “felizes são as pessoas que não duvidam de mim!” (Lc 7.23).

Temos dificuldades para crer. Em especial quando enfrentamos dificuldades que geram tristezas e insegurança!

Dúvidas causam sofrimento e angústia. Dúvidas surgem nas mais diferentes situações. Há quem vive enganado, pensando que terá dias melhores ao seguir a Cristo. Como ovelhas sendo guiadas para casa muitas vezes atravessamos o vale da sombra da morte (Sl 23.4), todavia, o Senhor está perto. E nesse Senhor, Paulo diz: “Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: alegrai-vos! O Senhor está perto” (Fp 4.4) e Jesus enfatiza: “felizes são as pessoas que não duvidam de mim!” (Lc 7.23). Amém.

Edson Ronaldo Tressmann

segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

O Senhor continua vindo para salvar as nações. Arrependa-se! (Ml 3.7)

 Segundo Domingo no Advento

Populus Zion

08 de dezembro de 2024

Salmo 66.1-12; Malaquias 3.1-7b; Filipenses 1.2-11; Lucas 3.1-20

Texto: Malaquias 3.7

Tema: O Senhor continua vindo para salvar as nações. Arrependa-se!

 

O segundo domingo no Advento é tradicionalmente conhecido como Populus Zion. O motivo desse nome deve-se ao fato de ser as primeiras palavras latinas do Introito histórico atribuídas a este domingo.

Populus Zion significa “Povo de Sião” (Populus Zion, ecce Dominus veniet ad salvandas gentes =Povo de Sião, eis que o Senhor virá salvar as nações”).

O Senhor virá salvar as nações!

Quando o profeta Malaquias pregou ao povo de Deus, já havia se passado 100 anos desde o final do exilio babilônico. O povo ao invés de estar eufórico e cheio de esperança messiânica, continuava rebelde como seus antepassados. Apesar do Templo estar reconstruído, as coisas não andavam bem. Os israelitas eram infiéis, corruptos, injustos e a desigualdade social só aumentava.

O livro do Profeta Malaquias traz uma série de disputas entre o povo e Deus, Deus e o povo. Nas seis disputas narradas no livro, Deus faz afirmações e reinvindicações. E Israel ou discorda ou questiona. E como sempre, Deus oferece a última palavra.

A primeira disputa destaca Deus dizendo o quanto ama seu povo e o povo questionando como Deus os tem amado se as coisas não iam bem.

Na segunda disputa, Deus diz que o povo o tem desprezado. E o povo questiona como tem se dado esse desprezo. Deus responde dizendo que o povo profana o templo com ofertas vergonhosas e animais doentes.

A terceira disputa é Deus dizendo que o povo se virou contra Deus e as suas esposas. Quando o povo quer saber como isso tem sido, Deus indica a idolatria e o divórcio.

Na quarta disputa o povo diz que Deus os negligenciou e questiona: onde está o Deus justo? (Ml 2.17). A resposta de Deus é que enviará o mensageiro que preparará o caminho para o Senhor passar. Dentro dessa conversa eis que ocorre a quinta disputa, onde Deus chama seu povo de volta (Ml 3.7). E o povo pergunta: como voltar? Comecem pelo dízimo.

Devido a negligência no dízimo, o Templo está caindo em desuso. Ouça o que está escrito em Neemias referindo-se a essa época: “...os músicos do Templo e outros levitas haviam saído de Jerusalém e voltado para as suas fazendas porque o povo não estava dando o suficiente para o sustento deles. Então repreendi as autoridades por deixarem que o Templo ficasse abandonado...” (Ne 13.10-11). Um retrato realístico dos nossos tempos.

Assim como o mensageiro João Batista foi enviado, muitos são enviados para preparar o caminho de volta para Deus.

Infelizmente, muitas pessoas não aceitam a reprovação de Deus e querem, como foi na época do profeta Malaquias, discutir com Deus. Falam como se não entendessem o que Deus está falando ou como se Deus não soubesse com quem está lidando. Tanto naquela época, bem como em nossos dias, muitos julgam não ser necessário arrepender-se. Agem como agia o povo na época do profeta Malaquias: “Como é que vamos voltar?” (Ml 3.7).

É realmente necessário se arrepender?

Peço licença para contar para vocês a fábula de La Fontaine: o cordeiro e o lobo.

Um cordeiro estava bebendo água num riacho, onde o terreno era inclinado, e a correnteza era forte. Quando o cordeiro levantou a cabeça, avistou um lobo que também estava bebendo água naquele riacho.

- Como é que você tem a coragem de sujar a água que eu bebo - disse o lobo. O lobo estava alguns dias sem comer e procurava algum animal apetitoso para matar a fome.

- Senhor - respondeu o cordeiro - não precisa ficar com raiva e eu não estou sujando nada. Posso ir beber água uns vinte passos mais abaixo.

- Você agita a água – disse o lobo em tom ameaçador. E outra coisa, fiquei sabendo que você falou mal de mim um ano atrás.

- Não pode - respondeu o cordeiro.  – um ano atrás eu não era nascido.

O lobo pensou um pouco e disse: - Se não foi você foi seu irmão, o que dá no mesmo.

- Eu não tenho irmão - disse o cordeiro - sou filho único.

- Alguém que você conhece, algum outro cordeiro, um pastor ou um dos cães que cuidam do rebanho, e é preciso que eu me vingue. Então ali, dentro do riacho, no fundo da floresta, o lobo saltou sobre o cordeiro, agarrou-o com os dentes e o levou para comer num lugar mais sossegado.

Nessa fábula aprendemos que o mais forte sempre quer possuir razão e motivo para devorar o mais fraco.

Sempre se quer ter razões e motivos para fazer o que se está fazendo. “Como é que vamos voltar?” (Ml 3.7). Eu não preciso. Quem precisa é o outro!

Arrepender-se é mudar de mente! Mudar de rumo! Mudar de direção!

A missão de João Batista era proclamar o arrependimento, ou seja, aplainar o caminho. O caminho plano indica que o rei está chegando e as estradas para o rei passar precisam estar trafegáveis. Sem que as estradas sejam arrumadas, o rei não deixará seu palácio para visitar seu povo. E ao visitar seu povo, Deus, o rei dos reis deseja salvar.

O Senhor continua vindo para salvar as nações. O rei que virá para julgar, primeiro quer que seu povo se arrependa e assim viva e ao receber o rei, o receba com alegria. Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

Alegria em Jesus não é uma falsa ilusão! (Fp 4.4 e Lc 7. 23)

  Terceiro Domingo no Advento Gaudete 15 de dezembro de 2024 Salmo 85; Sofonias 3.14-20; Filipenses 4.4-7; Lucas 7.18-35 Texto: F...