Último Domingo do ano da Igreja
24
de novembro de 2024
Salmo
93; Daniel 7.9-10;13-14; Apocalipse 1.4b-20; Marcos 13.24-37
Texto:
Apocalipse 1.4-20
Tema: A
carta do amor de Jesus para sua igreja em meio aos eventos que ocorrem enquanto
atua nesse mundo.
Quanto
tempo faz que você não recebe uma carta? Aliás, você já recebeu alguma carta?
Primeira coisa que
é preciso para escrever uma carta é ter destinatário. Após isso, se escreve uma
saudação. Com o destinatário e a saudação passa-se a escrever a mensagem a
despedida ao final da carta.
Apesar de muitas
pessoas terem em Apocalipse um livro de revelações assustadoras, esse livro, o último
da Bíblia é uma carta amorosa de Jesus para sua igreja.
O autor dessa
epistola, “... da parte de Deus, aquele que é,
que era e que há de vir ...e da parte dos sete espíritos...” (Ap
1.4; Ex 3.14; Ap 4.5), é o Deus que se revelou para Moisés no Monte Sinai, onde
o chamou para libertar o povo de Deus da escravidão do Egito (Ex 3.14). Os “sete espíritos” é a maneira como Salomão e o profeta
Zacarias se referiam ao Espírito Santo (Pv 9.1; Zc 3.9).
O Pai, o Espírito
Santo e também Jesus, destinaram essa carta para a igreja como um todo.
Apesar dessa carta
ser destinada originalmente para as igrejas da Ásia (atual Turquia), o número “sete” é uma referência a toda igreja no
mundo inteiro. O endereçamento da carta é específico: “às sete igrejas que estão na província da Ásia”
(Ap 1.4).
Para toda as
igrejas, Jesus revela os mistérios de Deus, que atinge a história da igreja
aqui na terra até o último dia.
Quem
são essas igrejas?
Apocalipse 1.11
descreve por nome: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia.
Éfeso
- João que estava preso por causa do evangelho, morou por quase 30 anos.
Conhecia os membros, os problemas, as fraquezas, vitórias e derrotas. Éfeso é
destacada como uma igreja apostólica.
Esmirna –
uma igreja que estava sofrendo, mas, com a graça de Deus estava vencendo os
sofrimentos. Não é repreendida.
Pérgamo –
uma igreja numa cidade rica. Presenciou a morte de um mártir que preferiu morrer
e não abandonar sua fé em Cristo (Ap 2.13).
Tiatira –
a igreja onde ocorreu a primeira conversão ao cristianismo em solo europeu. A igreja
da cidade de Lídia (At 16.11-15). Essa igreja se tornou corrupta e idolatra.
Sardes –
uma igreja que enfrentou muitas pressões, tensões e tentações. Os poucos fiéis
precisavam de encorajamento espiritual.
Filadélfia –
modelo de uma congregação com pouca força, porém muita fidelidade.
Laodiceia –
uma igreja muito rica financeiramente, porém pobre espiritualmente e a beira de
se perder completamente.
Observem que o
retrato dessas sete igrejas é o retrato vívido da igreja em todo o mundo. Por essa
razão é tão peculiar a constância na leitura e meditação dessa carta. A
epistola do amor de Jesus para com sua igreja em meio aos eventos que ocorrem
enquanto a igreja atua nesse mundo.
Primeiro:
olhem, não sejam
distraídos (v.7);
Segundo:
permaneça debaixo da
cruz (v.9);
Terceiro:
a igreja ainda é uma
luz para o mundo (v.13);
Apocalipse é o livro
mais evangélico de toda a Bíblia. Infelizmente, muitos tem uma conclusão
contrária a essa bela epistola. Ela apresenta Jesus, o vencedor e sustentador
da igreja. Jesus é a testemunha fiel; o primeiro Filho que foi ressuscitado e
que governa os reis do mundo inteiro. Jesus Cristo nos ama e pela sua morte na
cruz nos livrou de todos os pecados.
O tema central da
carta de Jesus para a igreja é: a volta de Jesus Cristo e sua consequência.
olhem, não sejam distraídos
(v.7)
Olhem! A
traduções que traduziram o olhem por eis. Quando ocorre a expressão eis,
olhem – significa que coisas extraordinárias serão relatadas. É um
artificio de linguagem para chamar a atenção para aquilo que será lido e ouvido.
É o famoso “ei, presta atenção”.
Quem
precisa prestar atenção?
Àqueles que ainda
não creem.
Ouça o alerta de
que esses que não creem “todos chorarão”
(Ap 1.7). A expressão chorar significa bater no peito em sinal de desespero (Mt
24.30). “E certamente será assim. Amém”
(Ap 1.7), ou seja, não haverá mudança.
Diante disso, permaneça
no seu estado de feliz. “Feliz quem lê este
livro, e felizes aqueles que ouvem as palavras desta mensagem profética e
obedecem ao que está escrito neste livro! Pois está perto o tempo em que todas
essas coisas acontecerão” (Ap 1.3).
A igreja não
precisa temer, pois, Deus diz: “Eu sou o Alfa e
o Ômega, diz o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que é, que era e que há de vir”
(Ap 1.8).
Deus é PantoKrator
– Pás (tudo, todo) Kratos (poderoso, poder). Deus têm autoridade absoluta em
todos os eventos e acontecimentos.
O convite da carta
de Jesus é para que os seus leitores e ouvintes permaneçam fiéis a Palavra
quanto a mensagem da salvação.
O grande assédio para
o cristão é que abandone a obra de Cristo e se agarre em suas próprias
realizações. Ouvimos na semana passada a exortação do autor a carta aos
Hebreus: “Não deixemos de congregar-nos”,
ou melhor, não abandonemos a garantia de Deus quanto a nossa Salvação que é Jesus
Cristo.
permaneça debaixo da cruz
(v.9);
Era uma época em
que o Imperador devia ser adorado. Como o apostolo João e outros cristãos não o
adoraram, acabaram sendo presos. Houve quem fosse morto.
Mesmo preso em Patmos,
João escreve que os cristãos precisavam “aguentar
o sofrimento” (Ap 1.9).
Esse aguentar o
sofrimento é descrito pela palavra paciência (Hypomone). Hypo – debaixo;
Meno – ficar.
A igreja a exemplo
de seu cabeça, carrega uma cruz. E dessa cruz, somos exortados a permanecer
embaixo. É um carregar a cruz.
De onde João
estava, na ilha de Patmos, conseguia visualizar todas as sete igrejas. E alguém
que estava carregando a cruz, escrevia, permaneçam debaixo da cruz.
a igreja ainda é uma luz para o mundo
(v.13);
Vendo as igrejas, João
recebe a visão dos sete candelabros de ouro. Ouro era o metal mais precioso na
época. Esses sete candelabros é a igreja.
A igreja é um
candelabro para esse mundo. Ela brilha e irradia luz para as pessoas.
A igreja é uma luz
acessa em meio a escuridão desse mundo.
E no meio dessa
igreja está Jesus Cristo, o vencedor.
Observe que ao ver
os candelabros (igreja), o ponto da visão é que “no
meio deles estava um ser parecido com um homem” (Ap 1.13).
João estava tendo uma
réplica da visão do profeta Daniel (Dn 10.5-6), onde Jesus Cristo era revelado
como aquele que está no meio da igreja. Jesus Cristo é o centro da igreja e age
em favor da igreja. Esse Jesus que tinha “uma
faixa de ouro em volta do peito” (Ap 1.13), está a serviço da igreja
(Ap 15.6).
João descreve a
cabeça de Jesus, seus cabelos, olhos, pés e voz, assim como o profeta Daniel
descreveu o ancião de dias (Dn 7.9,13).
João descreve
Jesus por sua santidade e pureza absoluta (cabelos brancos, Ap 1.14). Jesus é
poderoso e onisciente (olhos brilhantes, Ap 14). Seus olhos como fogo significa
dizer que nada pode se esconder de Jesus (Ap 1.14; Dn 10.5,6). Jesus tem uma
voz irresistível, ninguém irá silenciar (Ap 1.15; Ez 1.24; 43.2; Ap 14.2; 19.6,
Dn 10.6), ou seja, Jesus virá para julgar os vivos e os mortos.
Esse Jesus tem
algo em suas mãos. Você sabe o que é?
“sete estrelas” (Ap 1.16). Essas sete
estrelas “são os anjos” (Ap
1.20).
O que Jesus tem em
suas mãos são os pastores (Dn 12.3), de forma mais suscinta o ministério. Pela igreja
e o ministério Jesus age nesse mundo para salvar.
A igreja e o ministério
pertencem a Jesus. A missão da igreja é emergente.
Edson
Ronaldo Tressmann
Bibliografia
ROTTMANN.
Johannes. Vem, Senhor Jesus - Apocalipse de S. João. Ed.
Concórdia. Porto Alegre, RS, 1993.
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