08 de setembro de 2024
Décimo
Sexto Domingo após Pentecostes
Salmo
146; Isaías 35.4-7; Tiago 2.1-10, 14-18; Marcos 7.24-37
Texto: Mc
7.34
Tema: Efatá
O profeta Isaías
anunciou: “Digam aos desanimados: “Não tenham
medo; animem-se, pois o nosso Deus está aqui.” Ele vem para nos salvar, ...Então
os cegos verão, e os surdos ouvirão; ...” (Is 35. 5). No relato do
evangelho é dito que “Algumas pessoas trouxeram
um homem que era surdo e quase não podia falar e pediram a Jesus que pusesse a
mão sobre ele. Jesus o tirou do meio da multidão e pôs os dedos nos ouvidos
dele. Em seguida cuspiu e colocou um pouco da saliva na língua do homem. Depois
olhou para o céu, deu um suspiro profundo e disse ao homem: - “Efatá!” (Isto
quer dizer: “Abra-se!”). E naquele momento os ouvidos do homem se abriram, a
sua língua se soltou, e ele começou a falar sem dificuldade” (Mc
7.32-35).
Só não é capaz de ouvir
quem realmente não quer: Jesus veio salvar o seu povo. Por isso, o evangelista
João foi enfático: “Jesus fez diante dos
discípulos muitos outros milagres que não estão escritos neste livro. Mas estes
foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Messias, o Filho de Deus. E
para que, crendo, tenham vida por meio dele” (Jo 20.30-31).
Jesus se comunica com
palavras e sinais com intuito das pessoas saberem quem é Jesus.
Jesus está “em caminho”.
Ele sai de Tiro, passa pela Sidônia com destino ao mar da Galileia. Nesse
caminho atravessa a Decápole. Caminhando por terras pagãs em meio a outras
religiosidades e costumes. A Boa Notícia do Reino de Deus (Cristo) precisa
chegar a todos os lugares.
Ao enumerar a região
gentia na qual estavam, aprendemos que Jesus estava treinando os doze para que
eles vissem a importância de alcançar os não alcançados, especialmente aqueles
fora de Israel.
As pessoas daquela
localidade levam para Jesus um homem que tinha duas limitações: era surdo e
falava com dificuldade.
No evangelho (Mc 7.35) é
narrado que os ouvidos do homem surdo foram curados, sua língua foi solta e ele
começou a falar corretamente.
Ouvir
e falar são aspectos essenciais da comunicação entre as pessoas e
as pessoas e Deus.
Ouvir bem
e falar bem é essencial para a comunicação que gera vida.
A comunicação restaura
relacionamentos rompidos e destruídos pela falta de comunicação.
Pela comunicação da sua
Palavra, Deus vivifica o ser humano.
O profeta Jeremias denuncia
a surdez voluntária do povo de Deus. O povo não quis escutar e fechou seus
ouvidos e seu coração para a voz de Deus. “Com
quem devo falar? E, mesmo que eu fale, quem vai me ouvir? Eles taparam os
ouvidos, pois não querem prestar atenção. Eles não querem ouvir a tua mensagem
e zombam do que dizes” (Jr 6.10).
As palavras do profeta
Isaías: “Digam aos desanimados: “Não tenham
medo; animem-se, pois o nosso Deus está aqui.
Ele vem
para nos salvar, ...Então os cegos verão, e os surdos ouvirão; ...”
(Is 35. 5) enfatizam que escutar e falar é um sinal
do Reino Messiânico (Is 35.5-6). E fazer escutar e falar seria um indicativo de
que o Reino Messiânico (Jesus) havia chegado.
A cura desse homem em
terra estrangeira mostra com ênfase que Jesus Cristo chegou e Cristo é para
todos.
Marcos já apresentou
outras curas antes do capítulo 7. A sogra de Pedro que sofria de febre. Doentes
possuídos por demônios. O leproso, o homem da mão ressequida, o paralitico, a
mulher com hemorragia.
As doenças eram tidas
como um castigo divino. Por essa razão, as pessoas se segregavam e vivam
isoladas. Ser curado era
como estar livre desse castigo divino. A chegada do Messias indica
exatamente isso: somos livres do castigo divino (condenação).
Quando João Marcos que
escreveu seu evangelho para Roma, destaca que Jesus usou saliva para curar
aquele homem, em nossa cultura é anti-higiênico. Todavia, na época, a saliva
tinha poder curativo. Essa simples informação foi a linguagem adotada por Marcos
com o objetivo de que as pessoas que estavam sendo perseguidas por Nero, ao ler
esse episódio compreendessem a mensagem do Evangelho. Jesus está próximo e
sempre pronto a socorrer.
Jesus usou uma palavra de
origem aramaica “Efatá” que de acordo com o texto significa abre-se.
Efatá
tem se tornado uma oração em muitos círculos evangélicos e católicos como que
uma súplica para que Deus abra as mentes e os corações para verdades
espirituais.
O autor a carta aos
Hebreus escreveu: “Se hoje vocês ouvirem a voz
de Deus, não sejam teimosos...”
(Hb 3.7). Jesus disse: “Se vocês têm ouvidos
para ouvir, então ouçam” (Mc 4.23). O profeta Isaías anunciou: “Se ouvirem e fizerem o que eu ordeno, vocês comerão do
melhor alimento, terão comidas gostosas. Escutem-me e venham a mim, prestem
atenção e terão vida nova. Eu farei uma aliança eterna com vocês e lhes darei
as bênçãos que prometi a Davi” (Is 55.2b-3).
A exortação de Jesus em
Apocalipse par as sete igrejas: “Quem tem
ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap 2.7).
Na primeira pregação na
Europa, eis que: “Uma daquelas mulheres que
estavam nos ouvindo era Lídia, uma vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira.
Ela adorava a Deus, e o Senhor abriu a mente dela para que compreendesse o que
Paulo dizia” (At 16.14).
Na carta circular, Paulo
disse orar o seguinte: “Peço que Deus abra a
mente de vocês para que vejam a luz dele e conheçam a esperança para a qual ele
os chamou. E também para que saibam como são maravilhosas as bênçãos que ele
prometeu ao seu povo” (Ef 1.18).
Pelo ouvir ainda ocorre o
Reino Messiânico entre nós. A Palavra nos dá Cristo. E Cristo é o Reino de Deus
entre nós.
O Espírito Santo nos
chama pelo Evangelho. Pelo Evangelho, Deus abre ouvidos que estão fechados. Por
isso é tão necessário trazer pessoas surdas da Palavra para Cristo.
O Efatá de Jesus,
o abrir ouvidos, têm como objetivo a salvação do pecador.
“Digam aos desanimados: “Não tenham medo; animem-se, pois
o nosso Deus está aqui. Ele vem para nos salvar, ...Então os cegos verão, e os
surdos ouvirão; ...” (Is 35. 5). Amém!
Edson
Ronaldo Tressmann
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