terça-feira, 13 de julho de 2021

Os sem Deus em Deus por Cristo!

 18 de julho de 2021

Salmo 23; Jeremias 23.1-6; Efésios 2.11-22; Marcos 6.30-44

Texto: Efésios 2.11-22

Tema: Os sem Deus em Deus por Cristo!

 

...os não judeus ... estavam separados de Cristo ... não pertenciam ao povo escolhido de Deus...” (Ef 2.11-12).

 

As palavras dos versos 11 e 12 nos fazem refletir profundamente sobre nós se caso Deus não tivesse nos enviado seu Filho. Afinal, eu não sou judeu, assim, sou gentio, dessa forma, não sendo judeu, estaria separado de Cristo e não pertenceria ao povo de Deus.

Sem o evangelho da salvação em Cristo, as pessoas estão mortas e são escravas de satanás e da própria carne. Os 10 primeiros versos do capítulo 2 dessa carta de Paulo aos cristãos da Ásia Menor, o apóstolo escreve como Deus veio buscar e dar vida a todos em Cristo. No capítulo 2 da carta de Paulo aos Efésios, em especial nos 10 versículos iniciais, o apostolo descreve a bênção da salvação pela fé sem as obras da lei. Uma salvação dada por graça pela graça de Deus.

Ouça novamente as palavras e pense na sua situação sem Cristo, sem a graça, sem o evangelho: “...os não judeus ... estavam separados de Cristo ... não pertenciam ao povo escolhido de Deus...” (Ef 2.11-12).

O não judeu (gentio) era alguém estranho àquele que Deus havia escolhido para ser seu povo. O não judeu (gentio) era àquele que não fazia parte do povo de Deus. Se continuasse sendo assim, eu estaria separado de Cristo e não pertenceria ao povo escolhido de Deus. Graças a graça de Deus, o apostolo Paulo, na carta aos cristãos da Ásia Menor passo, a saber, que não importa qual seja minha nacionalidade ou raça, sou povo de Deus (Ef 2.11-22). Em Cristo, Deus só tem um povo. Não há mais distinção entre grego e judeu.

Deus escolheu Abrão (Gn 12.3) e dele fez seu povo escolhido. A partir do neto de Abrão, Jacó, Deus deu a nação o nome de Israel. Deus poderia ter escolhido outra pessoa, outra nação, outra raça. A Índia já se projetava como uma nação grandiosa. A China já tinha seu começo. Deus poderia ter escolhido os filisteus, um povo guerreiro e forte. No entanto, escolheu um povo pequeno e insignificante, liderado por patriarcas que conduziam seus rebanhos na terra de ninguém. Para seu povo, Deus fez promessas, uma aliança. Para o seu povo, Deus entregou sua lei e providenciou por meio deles o tabernáculo, o templo e o culto. Assim, o mundo religioso passou a ser dividido em dois grupos. O judeu (escolhido de Deus) e o não judeu (sem Deus).

Ser judeu era sinônimo de ser povo de Deus. Parecia que não ser judeu era estar predestinado à condenação e a uma vida sem Deus.

Para deixar clara a separação entre judeu e não judeu, a lei marcava a distinção. Elementos na lei dietária não permitia um judeu se assentar com qualquer um a mesa. A circuncisão identificava a qual Deus o circunciso pertencia. O calendário religioso com seus dias e festas destacava o diferencial desse povo como sendo o único que conhecia o Deus verdadeiro. Deus se revelou somente à eles.

Mas será que Deus visava a separação e condenação dos outros povos?

A lei, a circuncisão, o calendário, os dias santos, as festas, tinham como objetivo incutir a noção de santidade e separação do pecado e do mundo e como eles seriam uma luz a brilhar para outras nações. Infelizmente o povo de Deus se tornou soberbo e afastou-se dos gentios e assim, deixaram de brilhar como uma luz para tirá-los da escuridão.

A lei ensina a diferença entre o certo e errado. As datas e as festas mostram que Deus é dono do tempo. A lei era a didática para ensinar sobre quem era Deus.

Israel era separado dos outros povos e a separação tinha como objetivo manter a verdade em Israel. Afinal, se houvesse mistura, haveria mistura de crenças e isso geraria sincretismo. Mas, tendo isso como objetivo, o povo judeu julgou-se superior a ponto de isolar-se a ponto de separar-se por completo de tudo e de todos. Tudo se tornou errado, pecaminoso, tudo tornou motivo para afastar-se, pois, tudo era impuro e profano.

Assim, nos dias de Jesus, vemos o quanto os judeus estavam exacerbados quanto a separação dos outros povos. Vangloriavam-se da lei e menosprezavam os outros povos.

A vinda de Jesus Cristo mudou essa situação e o apostolo Paulo ensina isso aos cristãos da Àsia Menor. A igreja, o novo Israel, era composta por judeus e não judeus.

As palavras do apostolo Paulo: “...os não judeus ... estavam separados de Cristo ... não pertenciam ao povo escolhido de Deus...” (Ef 2.11-12), mostra que os não judeus eram desprezados; separados da aliança e sem esperança; não tinham conhecimento de Deus.

As palavras do apostolo Paulo: “...os não judeus ... estavam separados de Cristo ... não pertenciam ao povo escolhido de Deus...” (Ef 2.11-12), mostra que das promessas de Deus, os nãos judeus estavam fora. Os não judeus estavam iludidos e sem esperança.

Os não judeus viviam num mundo sem Deus. Não criam no verdadeiro Deus. As palavras: “...os não judeus ... estavam separados de Cristo ... não pertenciam ao povo escolhido de Deus...” (Ef 2.11-12) descrevem a profunda solidão de quem está sem Deus no mundo.

Paulo descreve a terrível situação dos não judeus. Ou seja, estavam sem Deus. De nada importava a sabedoria, a riqueza, a filosofia, a cultura, sem Deus, isso é nada.

Jesus Cristo é a intromissão de Deus na história com o objetivo de salvar. Jesus não se intromete para paralisar nosso divertimento, ou paralisar nossa vida. Pelo contrário, Cristo é a intromissão de Deus para reverter a situação catastrófica de uma vida sem Deus.

Em Jesus Cristo, Deus mudou a situação de toda humanidade.

A separação de um povo para si foi o meio usado por Deus para restaurar a amizade entre Deus e o ser humano. Em Jesus Cristo, aqueles que eram ignorados pelo povo de Deus, foram agregados ao povo de Deus (Ef 2.13). Os povos, em suas diferenças culturais e étnicas, em Cristo são um só (Ef 2.14). Em Cristo, o muro (a lei), que separava os não judeus dos judeus, foi derrubado. Se a lei separa Deus das pessoas, Cristo derrubou esse muro, cumprindo a lei em nosso lugar. Cristo aboliu na sua carne. Ao ser crucificado, a lei estava sendo pregada na cruz. Ela foi consumada e a sua condenação agora estava desfeita (Ef 2.15).

Se somente os judeus tinham acesso a Deus, em Cristo, Deus está acessível a todos (Ef 2.18). Essa é a paz que precisa ser evangelizada! (Ef 2.17).

A igreja, o povo de Deus, não pode incorrer no equívoco judeu e se isolar a ponto de não mais ser uma luz para o mundo. Pela igreja, Deus está acessível a todos, ao seu familiar, seu vizinho, amigo.

A igreja é a pátria dentro da pátria, é uma nação dentro da nação, são os separados para ajuntar, são os membros de uma grande família, é um edifício onde Deus habita. Isso não nos pode levar a excluir o outro, mas, ser a esperança do outro, o futuro do próximo e o Cristo que estende a mão. Deus tem um plano: um só povo, uma só nação.

A igreja não está e nem deve se dividir. Já estamos isolados por nossas placas denominacionais. E se nos isolarmos dentro da nossa denominação, deixaremos de ir ao encontro do outro a quem Deus deseja edificar em Cristo, habitar pelo Espírito.

Custou caro o fato de você ser igreja. “...os não judeus ... estavam separados de Cristo ... não pertenciam ao povo escolhido de Deus...” (Ef 2.11-12). Não fosse Cristo, sua obra, estaria sem Jesus e não pertenceria ao povo de Deus.

Deus em Cristo nos fez e faz igreja! Nessa comunhão, como um só povo, louvamos ao nosso Deus. Não sendo judeu, estávamos sem Deus, agora, por graça e misericórdia de Deus, temos Deus em Jesus Cristo. Amém!

ERT

Edson Ronaldo TREssmann

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