segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Não perca o foco!

 

14 de fevereiro 2021

Salmo 50.1-6; 2Reis 2.1-42; 2Coríntios 3.12-13; 4.1-6; Marcos 9.2-9

Texto: Mc 9.2

Tema: Não perca o foco!

 

...Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João e os levou, em particular, a sós, a um alto monte” (Mc 9.2).

A pergunta a se fazer é: qual era o monte?

O monte Hermon, carinhosamente chamado de “olhos de Israel”, por ser um ponto culminante do país. Está na fronteira entre Israel e Síria. Para a Síria antiga, era este monte o lugar santo da sua religião, o mais alto de todos os lugares altos de Baal. Para os israelitas, o monte era a grande baliza dos israelitas. Os hebreus conquistaram toda a terra, desde o rio Amom até o Monte Hermon (Dt 4.48, Siom). Das suas encostas que degelam o gelo no verão e faz encher o rio Jordão. Foi nessa cadeia montanhosa, Deus prometeu a Abrão que lhe daria a terra para seus descendentes. E ao transfigurar-se no monte Hermon, Jesus, o esplendor de toda a promessa nos permite ser descendentes de Abraão (Gl 3.29).

O evento da transfiguração no monte Hermon – Jesus é a reaproximação do homem com Deus. Jesus chama Pedro, Tiago e João e os leva, em particular para esse monte. E nesse monte, que era o esplendor tanto para o Líbano, quanto para Israel, Jesus diante do seus discípulos “... foi transfigurado diante deles; ...” (Mc 9.2; Mt 17.2).

A expressão transfigurado é escrita na forma passiva do verbo, indicando uma ação de Deus. A transfiguração é um evento que não conseguimos encontrar palavras para explicá-la. Uma festividade celebrada na igreja cristã desde o século V. Ocorre 40 dias antes da crucificação.

O evento da transfiguração indica como ponto alto a pessoa de Jesus. É um evento importante para os discípulos e para nós em pleno século XXI.

O momento era muito crítico – era momento de transição.

O ministério de Jesus na região da Galileia havia terminado e Jesus estava por iniciar sua caminhada em direção à Jerusalém rumo a crucificação. Diz aos seus: “quem quer ser meu seguidor, negue-se a si mesmo e tome a sua cruz” (Mc 8.34).

A escolha do monte Hermon para a transfiguração nesse momento de transição é extraordinário pelo fato do monte ser o símbolo de unidade (Sl 133). Em Jesus, estamos unidos. Ele é o esplendor de Deus.

Era necessário ir à Jerusalém. Era necessário tomar a cruz.

No Monte Sinai, o povo de Deus viu a presença gloriosa de Deus pelo brilho no rosto de Moisés. Agora, no monte Sinai, Pedro, Tiago e João enxergam a legítima e única glória e majestade provinda da divindade de Jesus. Deus agraciou Pedro, Tiago e João, permitindo-lhes enxergar um pedacinho do céu.

Discípulos que já haviam presenciado tantos milagres, agora, contemplam a glória de Deus revelada na transfiguração. Espetacular! Que graça!

Em pleno século 21, muitos são os montes para os quais pessoas estão indo. Indo para através do monte realizarem fatos extraordinários e meramente midiáticos. Dessa forma, muitos perdem de vista a glória de Deus em Jesus, pois deixam de voltar os seus olhos para o esplendor de Deus em Jesus.

Os discípulos, que por um momento podem ter sido desapontados com a declaração de “quem quer ser meu seguidor, negue-se a si mesmo e tome a sua cruz” (Mc 8.34), agora presenciam a manifestação da glória de Deus em Jesus e assim são animados a continuar na caminhada rumo a cruz, assim como Jesus estava por fazê-lo.

O inimigo (diabo), sempre à espreita (1Pe 5.8), quis colocar o dedo para estragar tudo. Na ocasião da transfiguração tentou através da proposta de Pedro: “... Se o senhor quiser, eu armarei três barracas neste lugar...” (Mc 9.5).

Pedro quis ficar no monte. Em outras Palavras, aqui é melhor Senhor. Para que ir até Jerusalém? Deus intervém e diz “...Este é o meu Filho amado; a ele ouvi” (Mc 9.7).

Deus estava dizendo para Pedro: não perca o foco! Jesus veio para ir até Jerusalém e lá ser crucificado para você ser salvo.

Será que perdemos o foco? Muitos continuam dentro de uma barraca no monte Sinai – estão presos na lei e suas supostas regulamentações provenientes das suas interpretações. O autor a carta aos hebreus escreveu: “Vocês não foram como o povo de Israel. Vocês não chegaram perto de alguma coisa que se pode tocar, como o monte Sinai com o seu fogo destruidor, a escuridão e as trevas, a tempestade, o barulho de trombeta e o som de uma voz. Quando os israelitas ouviram a voz, pediram que ela não dissesse mais nada, pois eles não podiam suportar a ordem que dizia: “Até um animal, se tocar o monte, deverá ser morto a pedradas.” O que estavam vendo era tão terrível, que Moisés disse: “Estou tremendo de medo!” Pelo contrário, vocês chegaram ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial com os seus milhares de anjos. Vocês chegaram à reunião alegre dos filhos mais velhos de Deus, isto é, daqueles que têm o nome deles escrito no céu. Vocês chegaram até Deus, que é o juiz de todos, e chegaram também aos espíritos dos que são corretos e que foram aperfeiçoados. Vocês chegaram até Jesus, que fez a nova aliança e que borrifou o sangue que fala de coisas muito melhores do que o sangue de Abel” (Hb 12.18-24).

Mantenha o foco! Não se perca e nem fique em cima dos montes. Àquele que é o esplendor de Deus, Jesus, desceu do monte para que seu esplendor fosse revelado no alto da cruz.

Nesse evento da transfiguração muitas pessoas se questionam sobre o por que Pedro, João e Tiago terem visto Moisés e Elias.

O Antigo Testamento destaca e ressalta Moisés e Elias como sendo os profetas mais importantes. E ambos presentes na transfiguração manifestava o cumprimento da promessa feita por Deus. Por boca de Moisés foi anunciado que: “O Senhor, teu Deus, te suscitará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim; a ele ouvirás” (Dt 18.15).

O profeta Elias (2Rs 2.11) foi levado vivo ao céu. Esse episódio deu origem a muitas crenças entre o povo de Israel, e uma delas era que os judeus esperavam a sua vinda antes do Dia do Senhor. Jesus é a chegada do grande dia do Senhor.

O evento da transfiguração é a confirmação de que Jesus é o profeta enviado por Deus. Por esse motivo, Deus diz para Pedro, Tiago e João: mantenham o foco: a ele (Jesus) ouvi. Ou melhor, esse é o profeta que levantei dentre vocês, ouça-o!

Muitos ouvem os homens que sobem em montes e descem com supostas revelações. Deixam de ouvir da boca de Jesus (Bíblia) a real e verdadeira revelação.

A transfiguração é um lembrete de que Deus cumpriu a sua promessa e já enviou seu profeta – Jesus. Ouça-o!

Na transfiguração, o ponto importante não é o evento em si, não é o que os discípulos conseguiram descrever apenas como sol e luz. A ênfase é a pessoa de Jesus.

Em pleno século 21, precisamos descer dos montes para podermos ir até a cruz, lugar esquecido e negligenciado por muitos.

Muitos estão começando a se impressionar com fatos, sinais, e se esquecer de que Cristo é o Salvador.

Pedro, Tiago e João reconheceram que era bom estar ali com Jesus, Moisés e Elias. O tempo poderia parar. Poderiam viver para sempre. E Deus os lembra de que Jesus é aquele que veio para cumprir a missão do Pai. Era necessário ir à Jerusalém. Era necessário tomar a cruz.

É necessário continuar carregando nossa cruz. É bom estar livre de problemas, mas, por mais que seja bom estar tranquilo, é necessário carregar a cruz por causa do evangelho e de Cristo. Nossa caminhada ainda não terminou. É preciso continuar. Por mais que a cruz esteja pesada, é preciso persistir e Jesus nos anima: “erguei-vos e não temais!” (Mt 17.7). Amém!

ERT

Edson Ronaldo TREssmann

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