Texto:
Mateus 1.18 – 25
Tema:
Natal e a atuação do Espírito Santo!
Diariamente somos bombardeados por
anúncios. Anuncia-se pelo rádio, tv, redes sociais, som automotivo, panfletos.
Anúncios e mais anúncios.
São anúncios de promoções, ofertas,
descontos, de venda, troca e até de compra. Anúncios de nascimento, casamento,
inauguração, sepultamento.
A quarta vela da coroa de advento é a
vela do anúncio.
Muitos profetas foram enviados por Deus para anunciar a boa nova a
respeito de Cristo. Muitos ignoraram esse anúncio e quando o salvador nasceu, o
apostolo João registrou que: “Jesus veio para o
seu povo, mas seu povo o rejeitou” (Jo1.11). Pessoas exclamam: eu não acredito que perdi essa promoção! Esse evento! Essa
oportunidade de emprego! Isso aconteceu, pelo fato de ter ouvido o
anúncio, mas, pareceu sem importância e necessidade.
A igreja continua anunciando, mas, para
muitos, seu anúncio é sem importância e necessidade.
O primeiro natal foi cheio de anúncios!
Os anjos anunciaram aos pastores nas campinas. Os sábios anunciaram no palácio.
Simeão e Ana anunciaram no pátio do Templo. Mas, o anúncio parecia ser loucura.
Antes desses anúncios, foi preciso que o
anjo do Senhor anunciasse o futuro evento para José e Maria. Mas, qual foi o
anúncio do anjo a José e a Maria?
Não foi um anúncio humano! Foi o anúncio
de que o natal, concepção de Jesus é uma obra do Espírito Santo.
“O nascimento de Jesus Cristo foi assim: Maria, a sua mãe,
ia casar com José. Mas antes do casamento ela ficou grávida pelo Espírito Santo”
(Mt 1.18; Lc 1.27). “José, descendente de Davi, não tenha medo de receber
Maria como sua esposa, pois ela está grávida pelo Espírito Santo”
(Mt 1.20).
Dessa forma se
comprova que Jesus era “descendente de Davi” por meio de José (o artigo definido
του, grego enfatiza isso). Jesus é “filho de Deus” por meio do Espírito
Santo (A preposição “ek” comprova).
Esses relatos apresentados por Mateus e
Lucas tem por objetivo apresentar a concepção de Jesus para que não haja
contestação de que verdadeiramente a concepção de Jesus é obra do Espírito
Santo e que Jesus é descendente de Davi por José e assim, o real cumprimento da
promessa.
O evangelista Mateus afirma a “descendência de Davi e José” (vv. 6 - 16). O
anjo ao falar com José o chama de “filho de Davi”
(v. 20). No v. 21, a expressão “lhe, você”
é singular. E no v. 25 narra que “E ele deu-lhe
o nome de Jesus”. Esses fatos atestam que Jesus é um verdadeiro,
legal “descendente de Davi”.
As palavras do v.16 “E Jacó gerou a José, marido de Maria, da qual nasceu
Jesus, que se chama o Cristo” são espetaculares. Aqui não é dito que
Maria ou José tenha gerado Jesus. O termo “... da qual (genitivo feminino) nasceu Jesus”, reforça a ação do Espírito
Santo. Mateus dá todas as dicas que Jesus foi gerado, concebido pelo Espírito
Santo.
Se observarmos Lc 3.23 “Ora, tinha Jesus cerca de trinta anos ao começar o seu
ministério. Era, como se cuidava, filho de José, filho de Eli;...”.
A frase, “...como se cuidava,....”
expressa que Jesus não era filho biológico de José. Conforme Lc 1.35, é comprovado
que Jesus é filho de Deus: “...Descerá sobre ti
o Espírito Santo, e o poder do Altissimo te envolverá com a sua sombra; por
isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus”.
Talvez alguém pergunte: mas que
diferença isso faz?
Faz toda a diferença. Natal é um dia de
festa, a festa do filho de Deus que se fez homem e veio ao mundo pelo poder do
Espírito Santo.
O evangelista Mateus diz que essa
história não foi aceita ou crida por vontade humana. Mateus diz que um anjo
anunciou para José em sonho e Lucas diz que um anjo anunciou a Maria.
Para que ocorresse o primeiro natal o
poder e a ação do Espirito Santo foi essencial, o mesmo, se dá ainda hoje. Sem
o a ação do Espírito Santo, as pessoas não creem que natal é a celebração do
nascimento do filho de Deus. O diabo tem como seu aliado o mundo nessa
situação. O mundo desvirtuou o sentido e a razão do natal. Para muitos não há
natal sem presentes e ceia. Mas, a verdade é que não há natal sem Jesus.
E para que esse verdadeiro natal
continue sendo celebrado, é preciso que ele seja anunciado, mesmo que seja
entre muitos outros anúncios de natal.
Deus age na história para que suas
promessas sejam cumpridas (Gn 3.15; Is 7.14). Após a queda, Deus prometeu que
seu filho seria enviado nascendo de uma mulher e pelo poder do Espírito Santo,
Jesus foi concebido. Lucas registrou o anuncio do anjo para Maria: “...como será isto, pois não tenho relação com homem
algum...Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do altíssimo te envolverá
com a sua sombra; ...” (Lc 1.34-35).
O casamento judaico consistia em duas
fases. A primeira fase: noivado.
Homem e mulher, diante de testemunhas escolhidas, davam seu consentimento
formal para casar um com outro. Nessa troca de votos, se tornavam legalmente
casados e desde já era apropriado chamá-los de marido e mulher (assim a NVI o
faz). Segunda fase: morar juntos. Ocorria
um ano após o noivado. Nesse intervalo de tempo, a menina que ainda vivia com
seus pais ficou grávida pelo Espírito Santo.
Como crer num absurdo desses? Só pelo anuncio
dos anjos e pelo poder do Espírito Santo. A festa do natal ainda é uma obra do
Espírito Santo. Não cremos por nós mesmos. Cremos pelo poder do Espírito Santo.
O evangelista Mateus usa, pelo poder do
Espírito Santo, autor das Escrituras, o termo grego συνελθειν (Mt 1.18) reunir-se, juntar-se, indicando que a
concepção de Jesus foi uma intervenção do Espírito Santo antes da consumação
sexual com José (Gn 2.24).
O evangelista e pesquisador Lucas
destaca: “O Espírito Santo virá sobre ti e o
poder do Altíssimo te cobrirá” (Lc 1.35).
O significa esse cobrir?
O
termo – επισκιασει “toldar, cobrir, sombrear”.
No Novo Testamento o verbo “episkiazo”
aparece apenas 5 vezes. No entanto, as 5 ocorrências de “episkiazo” apresenta
Deus como a causa do sombreamento. Isso demonstra seu poder e glória. Vemos isso
em Lucas 1.35, falta a fígura
concreta de uma nuvem que lança sua sombra, mas há uma referência ao sujeito
divino de “episkiazo” – πνευμα αγιον – o próprio Espírito Santo.
Querido irmão e irmã em Jesus. Os
evangelistas Mateus e Lucas, orientados pelo Espírito Santo, escrevem a
respeito da concepção de Jesus não para narrar uma curiosidade humana, mas
registram um mistério insondável. Deus se fez homem pelo poder do Espírito
Santo. Observe que Maria tornou-se mãe de Cristo segundo a sua natureza humana
por meio do Espírito Santo. Ela foi a barriga de aluguel de Deus.
A concepção de Jesus mostra uma nova
criação que existe e continua na pessoa de Jesus. Aqui temos algo tão
esplendoroso, quanto temos em Gn 1.1.
Destaco a obra do Espírito Santo, para
evitar duas confusões: a confusão na doutrina da Pessoa de Cristo e, na
definição de humilhação de Cristo.
A graça moveu Deus a prover a salvação
para a humanidade perdida. Tanto que os anjos anunciaram aos pastores, por
ocasião do nascimento de Cristo, que o menino nascido em Belém era “Cristo, o Senhor” (Lc 2.11).
Jesus não foi feito Deus por ocasião do
seu batismo ou em sua ressurreição, nem foi deificado posteriormente por seus
seguidores. Jesus é Deus, desde sua concepção. Dessa forma, Jesus sempre foi e
será verdadeiro Deus.
Esse verdadeiro Deus continua sendo
anunciado e celebrado não só no natal, mas todos os dias do ano. E toda vez que
alguém crê, vemos a obra do Espírito Santo, que aponta para Cristo, continua
sendo realizada entre nós. Amém!
ERT - Edson Ronaldo TREssmann
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