terça-feira, 23 de julho de 2019

Pai Nosso!


Salmo 138; Gênesis 18.20-33; Colossenses 2.6-15; Lucas 11.1-13
Texto: Lucas 11.1-13
Tema: Pai Nosso!

Um pedido: “Senhor, nos ensine a orar, ...” (Lc 11.1).
Esse pedido foi feito após Jesus ter orado e por saber que João Batista também havia ensinado aos seus discípulos.
A primeira questão é que esse discípulo, sem nome, pois Lucas não o apresenta, pede para ser ensinado na pratica da oração. Talvez seu pedido tenha sido feito porque observava que Jesus sempre orava. Conheceu João Batista e soube que ele também era um homem de oração e ensinou seus discípulos a orarem.
Para aquele discípulo, em sua observação, havia algo de especial na oração e desejava aprender sobre esse algo especial, por isso pede a Jesus que o ensine a orar.
Jesus respondeu que ao orarem, deveriam orar da seguinte maneira. E assim, nos deixou o Pai Nosso (Lc 11.2-4). A oração do Pai Nosso aparece duas vezes na Bíblia (Mt 6.9-15 e Lc 11.2-4).
Você ora, ou apenas recita as palavras do Pai Nosso?
Lutero escreveu certa vez que na oração do Pai Nosso “não estamos sugerindo um programa para Deus, mas nos incluindo no plano de Deus”. Ou seja, quando Jesus ensinou a oração do Pai Nosso, nos mostrou que Deus nos concede o que de fato e de verdade necessitamos. Estar incluso no plano de Deus significa dizer que, tudo o que pedimos na oração não nasce dos nossos desejos egoístas, mas, da real necessidade que Deus nos indica ter e precisar ser atendida.
Na oração do Pai Nosso suplicamos por bens espirituais, materiais e livramento do mal.
Essas três coisas são necessárias e urgentes, pois Jesus nos disse para pedir por eles constantemente. As pessoas têm anseio por oradores e orações poderosas. Há as famosas orações do monte, da madrugada, da fogueira santa. No entanto, quando àquele discípulo pediu para que Jesus o ensinasse a orar, Jesus apenas ressaltou que ao orar peça para Deus, que é Pai (Lc 11.2), e um Pai misericordioso (Lc 11.5-13) e vocês não precisam pedir mais do que apenas aquilo que é necessário e urgente: bens materiais (Palavra, vida cristã, Espirito Santo, fé, pregação e pregadores); bens espirituais (todo necessário para o corpo e a vida); livramento do mal (proteção diária, vida de perdão, libertação das tentações).
Observe que ao ensinar a oração aos seus discípulos, a primeira palavra é Pai (Lc 11.2) e nos versos 11-13 há uma ênfase sobre Deus como Pai. Além disso, ao contar a história do amigo inoportuno, Jesus ressalta que esse Pai é um Deus misericordioso.
Se seguir o pós oração conforme registrado em Mateus (Mt 6), veremos que esse Deus não deseja que a oração seja um momento de show, ou auto promoção pessoal, mas, um momento íntimo com nosso Pai.
O desejo de Deus, que é um Pai misericordioso e que sabe das nossas reais necessidades e urgências, é que peçamos que a vontade de Deus seja feita aqui na terra, ou, que ele tenha a primazia no nosso viver diário, por isso pedimos por sua Palavra, Pregação da Palavra e Pregadores, Espírito Santo, Fé e uma vida Consagrada. Na oração do Pai pedimos a esse Deus que é um Pai misericordioso que supra as nossas necessidades materiais necessárias e não a nossa ganância. Esse Pai misericordioso e amoroso nos concede o perdão para não vivermos sofrendo com a culpa do ontem e que consigamos olhar para o futuro certo do seu cuidado.
Orar o Pai Nosso não é recitá-lo tão somente, mas é falar de coração com um Pai que conhece nossas reais necessidades.
Jesus quer que oremos ao nosso Pai, e que nossas orações sejam constantes (Lc 11.9-13).
Jesus destaca que para esse Pai misericordioso, podemos continuar pedindo, podemos continuar buscando, e continuar batendo a sua porta. Parafraseando o próprio Jesus, podemos dizer que a oração é o mesmo que “permanecer em Jesus” (Jo 15.1).
Quando Jesus inicia seu ensino sobre oração dizendo: Pai Nosso, destaca que “a oração é um ato raro que ninguém pratica senão os cristãos” (filhos e filhas de Deus e que “a oração é um exercício especial da fé” (praticado e exercido por àqueles que creem em Deus).
Lutero escreveu que “não podemos encontrar cristão sem oração, assim como não podemos encontrar ser humano sem pulsação, ...”. No entanto, devido a nossa natureza pecaminosa, Martinho Lutero escreveu que “sinto, às vezes, que fiquei frio ou perdi a vontade de rezar por causa do trabalho ou de pensamentos estranhos”.
O que têm nos atrapalhado orar? Cansaço físico, pensamentos estranhos, desejos mundanos? Ou será que esquecemos quem é nosso Deus?
Martinho Lutero em um de seus escritos ressaltou que “é certo que podem surgir tarefas diferentes, tão boas ou até melhores do que a oração... Principalmente se houver necessidade ... Precisamos cuidar para não nos desabituarmos da oração, ...ficando desse modo relaxados e preguiçosos, frios e enfastiados em relação a oração
Pois, o que atualmente existe e persiste, tanto na esfera espiritual quanto na civil, naturalmente é preservado pela oração ... Por isso é bom que a oração seja a primeira atividade da manhã e última noite”.
Deus nos conhece. Ele é nosso Pai. Deus nos ama, é o Pai que enviou seu Filho para realizar uma obra que nós não somos capazes de realizar: cumprir a lei. Sua morte e ressurreição nos garantem a herança celestial e por causa de Jesus, chamamos e temos a Deus como Pai.
Esse Deus, o nosso Pai, ao ensinar a orar ressalta nossas reais necessidades e nos garante dar todas essas coisas, inclusive o Espirito Santo, que no Antigo Testamento era sinal de bênção a pessoas especiais.
Diante do pedido: “Senhor, nos ensine a orar, ...” (Lc 11.1), Jesus destaca que somos filhos amados por um Pai misericordioso que quer que peçamos e ele nos garante dar o necessário e até bênçãos que nem sequer imaginamos. Amém!

Edson Ronaldo Tressmann

Bibliografia
RIENECKER, Fritz. Evangelho de Lucas: Comentário Esperança. Editora Evangélica Esperança, Curitiba, PR, 2005.

RYLE, J.C. Meditações no Evangelho de Lucas. Editora Fiel da Missão Evangélica Literária, São José dos Campos, SP, 2002.

Martinho Lutero. Obras Selecionadas. Vol. 5. São Leopoldo e Porto Alegre, RS, Sinodal e Concórdia, 1995.

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