17
de março de 2019
Segundo
Domingo na Quaresma
Salmo 4;
Jeremias 26.8-15; Filipenses 3.17-41; Lucas 13.31-35
Texto para prédica: Lucas 13.31-35
Tema:
Caminhando tranquilamente!
O que temos nesse trecho das
Escrituras é um diálogo entre Jesus e os fariseus.
Jesus estava no território
administrado por Herodes Antipas. Jesus estava em Macaira, sul da Pereia, lugar
onde Antipas mantinha uma casa e supostamente lugar esse em que João Batista
foi decapitado. Conforme narra Lucas (Lc 9.51), Jesus havia deixado a Galileia
e estava na sua caminhada rumo a Jerusalém.
Os fariseus pareciam preocupados com
Jesus e até parecem estar sendo amigos, mas, na verdade, eles estavam mal
intencionados.
É sabido que Herodes Antipas era
leviano, perdulário e sem caráter, mas, não parece que tenha tido nele o desejo
de matar Jesus. A morte de João Batista, também não foi sua intenção, e
conforme Lucas (Lc 9.7-9), foi algo que lhe incomodou por muito tempo. Na
verdade, Herodes, pelo que entendemos da pesquisa do evangelista Lucas, queria
muito conversar e ver algum milagre de Jesus (Lc 23.8).
Os fariseus querem que Jesus vá
rapidamente a Jerusalém para que junto com os herodianos e o Sinédrio, ponham
um fim na atuação de Jesus.
Talvez a multidão que o acompanhava,
ficaram até alegres com a preocupação dos fariseus. Mas, Jesus, os desmascara. Responde
a eles que continuará fazendo o que tem fazer até quando Deus lhe permitir,
afinal, a sua hora ainda não havia chegado. Jesus diz que continuará pelo tempo
necessário, até que sua incumbência tenha sido concluída.
Ao responder: “Hoje e amanhã eu estou expulsando demônios
e curando pessoas e no terceiro dia terminarei meu trabalho” (v. 32),
Jesus está enfatizando que não está preocupado com as ameaças, pois Deus lhe
conduzirá em segurança até Jerusalém, onde ele será morto. No entanto, isso
será quando Deus o determinar, e não quando os fariseus quiserem (Jo 11.9).
Jesus está dizendo aos fariseus que
toda sua caminhada está nos planos de Deus e que tudo será conforme a vontade
de Deus. E diante de todos, declara algo triste sobre Jerusalém. Essa cidade é
assassina de profetas. Com isso, Jesus poderia estar dizendo que mesmo que João
Batista tenha sido morto ali por Herodes Antipas, não seria o seu caso, pois,
com exceção de João Batista, Jerusalém é que é assassina de profetas.
Se os fariseus se mostram preocupados
com Jesus e com o que possivelmente Herodes Antipas poderia lhe fazer, Jesus,
se diz preocupado com Jerusalém (v.34). Jesus lamenta o fato de tantos outros
profetas terem tentado, e sem sucesso, não conseguiram proteger Jerusalém. Ele
mesmo seria morto pelo seu povo que veio proteger.
Ao responder: “Agora a casa de vocês ficará completamente
abandonada...” (v. 35), Jesus diz que de asas abertas sempre veio ao
encontro deles, profetas foram enviados, o filho de Deus foi enviado, mas, como
não quiseram, precisam agora proteger a si mesmos e a única coisa que lhes
restará será passar vergonha quando Cristo vier para julgar os vivos e os
mortos.
O que esse texto tem a nos ensinar hoje?
Primeira lição: nossa caminhada está direcionada
pelo Pai celeste.
Confiança nas coisas por vir. Somos
muito medrosos (Sl 112.7).
Imitamos os muçulmanos sendo
fatalistas e os estoicos, quando somos insensíveis. Não podemos negligenciar
coisas e nem deixar de nos preparar para o futuro, mas, é preciso confiar,
entregar nas mãos de Deus. Pois, por mais que nos programemos e planejemos, os
acontecimentos estão nas mãos de Deus.
Não vivemos hoje, não caminhamos
tranquilos, pelo fato de estarmos muito ansiosos com nossa saúde, família,
dinheiro e planos.
Nossos passos estão firmados no
Senhor (Sl 37.23). Todas as coisas cooperam para o bem dos filhos de Deus (Rm
8.28). Quando somos disciplinados, é para nosso bem (Hb 12.10). Até mesmo na
doença, há algum propósito sábio da parte de Deus (Jo 11.4). Não é sorte ou
acaso, é a mão de Deus nos guiando em nossa caminhada. Em Cristo, eu posso
confessar: andarei hoje e amanhã e a obra do Senhor será realizada.
Segunda lição: o amor
misericordioso de Deus.
Jesus conhecia a maldade de
Jerusalém, assassina de profetas. Mas, não deixa de dizer sobre seu desejo de
reunir a todos como uma galinha faz com seus pintinhos.
Por meio do profeta Ezequiel (Ez
33.11), Deus disse que não tem prazer nenhum na morte do perverso. Muitas vezes
ficamos horrorizados quando vemos um filho ofendendo pai e mãe; uma separação; um
congregado abandonando a igreja. No entanto, nada disso é comparado quando
ofendem a Cristo e ignoram seu desejo de amá-lo e abraça-lo.
Deus não quer a morte eterna de
nenhuma pessoa. Ele deseja arrependimento e que conheçam a verdade (2Pe 3.9;
1Tm 2.4).
Jesus quis e quer reunir os seus
filhos, mas, vós não quisestes. Deus quer! Deus continua e continuará querendo.
O problema é que as pessoas, sabendo que precisam desse abraço misericordioso
de Deus, não querem. Como disse Jesus: “Mas vocês não querem vir para mim a fim de ter vida”
(Jo 5.40).
Querido irmão e irmã em Jesus, por
mais graduado que seja, você não é mais sábio que a Bíblia. E por mais simples
que pareça ser, o convite de Jesus: “quantas vezes quis eu te abraçar” é mais sábio
e lógico que toda a sua sabedoria e lógica.
Jesus se apresenta como Salvador de
nossas vidas e almas. Se desejo é nos abraçar! Amém!
Bibliografia
RIENECKER, Fritz. Comentário Esperança. Evangelho de
Lucas. Ed.
Esperança, Curitiba, PR, 2005. Pp. 302 - 303
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por seguir esse blog. Com certeza será uma bênção em sua vida.