segunda-feira, 11 de março de 2019

Caminhando tranquilamente


17 de março de 2019
Segundo Domingo na Quaresma
Salmo 4; Jeremias 26.8-15; Filipenses 3.17-41; Lucas 13.31-35
Texto para prédica: Lucas 13.31-35
Tema: Caminhando tranquilamente!

O que temos nesse trecho das Escrituras é um diálogo entre Jesus e os fariseus.
Jesus estava no território administrado por Herodes Antipas. Jesus estava em Macaira, sul da Pereia, lugar onde Antipas mantinha uma casa e supostamente lugar esse em que João Batista foi decapitado. Conforme narra Lucas (Lc 9.51), Jesus havia deixado a Galileia e estava na sua caminhada rumo a Jerusalém.
Os fariseus pareciam preocupados com Jesus e até parecem estar sendo amigos, mas, na verdade, eles estavam mal intencionados.
É sabido que Herodes Antipas era leviano, perdulário e sem caráter, mas, não parece que tenha tido nele o desejo de matar Jesus. A morte de João Batista, também não foi sua intenção, e conforme Lucas (Lc 9.7-9), foi algo que lhe incomodou por muito tempo. Na verdade, Herodes, pelo que entendemos da pesquisa do evangelista Lucas, queria muito conversar e ver algum milagre de Jesus (Lc 23.8).
Os fariseus querem que Jesus vá rapidamente a Jerusalém para que junto com os herodianos e o Sinédrio, ponham um fim na atuação de Jesus.
Talvez a multidão que o acompanhava, ficaram até alegres com a preocupação dos fariseus. Mas, Jesus, os desmascara. Responde a eles que continuará fazendo o que tem fazer até quando Deus lhe permitir, afinal, a sua hora ainda não havia chegado. Jesus diz que continuará pelo tempo necessário, até que sua incumbência tenha sido concluída.
Ao responder: “Hoje e amanhã eu estou expulsando demônios e curando pessoas e no terceiro dia terminarei meu trabalho” (v. 32), Jesus está enfatizando que não está preocupado com as ameaças, pois Deus lhe conduzirá em segurança até Jerusalém, onde ele será morto. No entanto, isso será quando Deus o determinar, e não quando os fariseus quiserem (Jo 11.9).
Jesus está dizendo aos fariseus que toda sua caminhada está nos planos de Deus e que tudo será conforme a vontade de Deus. E diante de todos, declara algo triste sobre Jerusalém. Essa cidade é assassina de profetas. Com isso, Jesus poderia estar dizendo que mesmo que João Batista tenha sido morto ali por Herodes Antipas, não seria o seu caso, pois, com exceção de João Batista, Jerusalém é que é assassina de profetas.
Se os fariseus se mostram preocupados com Jesus e com o que possivelmente Herodes Antipas poderia lhe fazer, Jesus, se diz preocupado com Jerusalém (v.34). Jesus lamenta o fato de tantos outros profetas terem tentado, e sem sucesso, não conseguiram proteger Jerusalém. Ele mesmo seria morto pelo seu povo que veio proteger.
Ao responder: “Agora a casa de vocês ficará completamente abandonada...” (v. 35), Jesus diz que de asas abertas sempre veio ao encontro deles, profetas foram enviados, o filho de Deus foi enviado, mas, como não quiseram, precisam agora proteger a si mesmos e a única coisa que lhes restará será passar vergonha quando Cristo vier para julgar os vivos e os mortos.
O que esse texto tem a nos ensinar hoje?
Primeira lição: nossa caminhada está direcionada pelo Pai celeste.
Confiança nas coisas por vir. Somos muito medrosos (Sl 112.7).
Imitamos os muçulmanos sendo fatalistas e os estoicos, quando somos insensíveis. Não podemos negligenciar coisas e nem deixar de nos preparar para o futuro, mas, é preciso confiar, entregar nas mãos de Deus. Pois, por mais que nos programemos e planejemos, os acontecimentos estão nas mãos de Deus.
Não vivemos hoje, não caminhamos tranquilos, pelo fato de estarmos muito ansiosos com nossa saúde, família, dinheiro e planos.
Nossos passos estão firmados no Senhor (Sl 37.23). Todas as coisas cooperam para o bem dos filhos de Deus (Rm 8.28). Quando somos disciplinados, é para nosso bem (Hb 12.10). Até mesmo na doença, há algum propósito sábio da parte de Deus (Jo 11.4). Não é sorte ou acaso, é a mão de Deus nos guiando em nossa caminhada. Em Cristo, eu posso confessar: andarei hoje e amanhã e a obra do Senhor será realizada.
Segunda lição: o amor misericordioso de Deus.
Jesus conhecia a maldade de Jerusalém, assassina de profetas. Mas, não deixa de dizer sobre seu desejo de reunir a todos como uma galinha faz com seus pintinhos.
Por meio do profeta Ezequiel (Ez 33.11), Deus disse que não tem prazer nenhum na morte do perverso. Muitas vezes ficamos horrorizados quando vemos um filho ofendendo pai e mãe; uma separação; um congregado abandonando a igreja. No entanto, nada disso é comparado quando ofendem a Cristo e ignoram seu desejo de amá-lo e abraça-lo.
Deus não quer a morte eterna de nenhuma pessoa. Ele deseja arrependimento e que conheçam a verdade (2Pe 3.9; 1Tm 2.4).
Jesus quis e quer reunir os seus filhos, mas, vós não quisestes. Deus quer! Deus continua e continuará querendo. O problema é que as pessoas, sabendo que precisam desse abraço misericordioso de Deus, não querem. Como disse Jesus: “Mas vocês não querem vir para mim a fim de ter vida” (Jo 5.40).
Querido irmão e irmã em Jesus, por mais graduado que seja, você não é mais sábio que a Bíblia. E por mais simples que pareça ser, o convite de Jesus: “quantas vezes quis eu te abraçar” é mais sábio e lógico que toda a sua sabedoria e lógica.
Jesus se apresenta como Salvador de nossas vidas e almas. Se desejo é nos abraçar! Amém!
 Edson Ronaldo Tressmann

Bibliografia
RIENECKER, Fritz. Comentário Esperança. Evangelho de Lucas. Ed. Esperança, Curitiba, PR, 2005. Pp. 302 - 303


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