Dia
03 de fevereiro de 2019
Quarto
Domingo após Epifania
Salmo 72.1-6;
Jeremias 1.4-10; 1Corintios 12.31 – 13.13; Lucas 4.31-44
Texto para prédica: Lucas 4.31 – 44
Tema: Um dia com Jesus!
Você já acompanhou ou participou de uma daqueles promoções
em ver, abraçar e jantar com seu artista, ou atleta favorito?
Pois bem, hoje, teremos uma dessas
oportunidades. Iremos acompanhar Jesus três dias. Hoje, será o primeiro desses
dias.
Diz o texto (Lucas 4.31-44) que Jesus
estava em Cafarnaum. Após pregar em Nazaré, as pessoas enfurecidas tentaram
jogar Jesus do alto do monte precipício, que faz parte da cadeia montanhosa do
Monte Tabor. Diz uma lenda local que abriu-se uma caverna para esconder Jesus
da multidão furiosa. Outra lenda diz que Jesus saltou e caiu a 9 km de
distância, por isso, para os árabes esse é o monte do salto. O fato é que após
ser expulso de Nazaré, Jesus se dirige a Cafarnaum, região da Galiléia.
Cafarnaum teve pouca importância na
história de Israel. O nome semita significa povoação de Nahum. Explicitamente essa cidade
não é mencionada nas páginas do A.T. No entanto, o evangelista Mateus apresenta
Cafarnaum unida ao cumprimento de uma promessa messiânica (Mt 4.15-16 – Is
9.1-2). Essa pequena cidade foi o centro do ministério de Jesus.
Cafarnaum era uma rota comercial
entre Damasco e o Egito. Era a fronteira entre duas cidades governadas pelos
filhos de Herodes, Antipas e Filipe. Isso mostra que era um lugar instável.
Cafarnaum era o lugar mais desprezado
da terra judaica. E Jesus, que havia acabado de ser rejeitado em Nazaré, foi
para Cafarnaum, na região da Galileia (v.31).
O que chama atenção é que Lucas diz
que Jesus ensinava nos sábados (v.32). Talvez alguém possa concluir rapidamente
que é no sábado que se deve reunir em torno da Palavra de Deus. No entanto,
essa indicação, mostra que em Cafarnaum haviam judeus, e como tal, observavam o
sábado.
Sabemos que em Cafarnaum havia uma
sinagoga e que Jesus estava ali ensinando (v.33). Qual era a importância da sinagoga?
Na sinagoga as crianças decoravam e
aprendiam sobre os livros da lei, em especial Deuteronômio. As sinagogas são as
grandes responsáveis pela preservação das Escrituras.
Quando as Escrituras apresentam Jesus
na Sinagoga, isso mostra sua conexão com os patriarcas, os juízes, Davi e os
profetas. Jesus é o cumprimento da promessa.
Em Cafarnaum havia judeus, sinagoga,
e havia pessoas aptas ao ensino. No entanto, todos se maravilharam da maneira
de Jesus ensinar, isso, porque a sua palavra era com autoridade. O que é essa
autoridade?
Lucas tem preferência em destacar a
autoridade e o poder de Jesus. O objetivo de Lucas é mostrar Jesus como profeta de Deus. Por
ter sido enviado por Deus, as pessoas o reconheciam com essa autoridade. Lucas
busca enumerar os episódios para destacar o lado profeta de Jesus.
Na sinagoga havia um homem possesso
(v. 33). A questão é: ele entrou possesso ou, foi uma possessão naquele local?
Uma pergunta sem resposta. Mas, precisamos destacar que a Bíblia relata muitos
desses surtos esporádicos. Astutamente, o diabo, querendo desvirtuar a obra de
Jesus, colocando um aspecto negativo sobre a messianidade de Cristo. Seu
objetivo era tirar o foco da proclamação.
Jesus não queria ser recebido e nem
reconhecido por causa dos sinais e milagres, mas como o profeta enviado por
Deus.
No verso 34, o diabo faz uma
afirmação: “O
que você quer de nós? Veio para nos destruir?”
O que isso significa? O diabo sabia que a obra de Jesus o venceria e que o
preço acertado pelo ser humano, seria pago. Por isso, seu objetivo era
distorcer e negativar a obra de Jesus.
O diabo sabe o que representa a obra
de Jesus. A obra de Jesus é o divisor d’águas. Sua obra marca a destruição do
diabo, do inferno e da morte. Esses não tem poder eterno sobre a vida dos que
creem e estão em Cristo.
O diabo pergunta o que ele já sabe: “Jesus é o
destruidor das obras das trevas”.
Jesus, e posteriormente os apóstolos
não aceitavam o testemunho do diabo (At 16.17). Acredito que aqui é possível
destacar as palavras de Jesus: “Não é toda pessoa que me chama de “Senhor, Senhor” que
entrará no Reino do céu, mas somente quem faz a vontade do meu Pai, que está no
céu” (Mt 7.21). Só onde o Espírito Santo predomina, o ser humano
submete sua força livremente e voluntariamente ao serviço e obra de Deus.
Pela reação dos ouvintes (v.36),
pode-se concluir que nunca houve nenhum milagre idêntico em Cafarnaum.
Eles já haviam ficado admirados com a
pregação (v.32) e agora ainda mais com a expulsão do demônio (v.36).
Já conversamos a poucos meses sobre a
cura da sogra de Pedro, então me dirijo ao final do texto nesse momento.
Versos 42 – 44.
Quem já morou sabe que não é fácil conviver
na casa da sogra, por isso a expressão: quem casa quer casa.
Muitas pessoas se aglomeraram em
frente da casa da sogra de Pedro. A sogra deve ter chamado Pedro de lado e ter
falado, olha, saia daqui, não quero ter que limpar constantemente a sujeira.
Acabo de limpar, chega mais uma pessoa.
Bem, Jesus já havia saído da casa.
Mas, as pessoas o procuravam. E conforme o evangelista João Marcos, Pedro foi
pressionado a busca-lo (Mc 1.36).
Quando encontraram Jesus, as pessoas
não queriam que ele fosse embora de Cafarnaum. Aqui acontece o contrário do que
aconteceu em Nazaré. Os de Nazaré quiseram jogar Jesus de um penhasco, aqui, os
moradores de Cafarnaum insistem para que Jesus fique e não vá embora.
Mas Jesus, sabedor de sua missão, diz
que seu objetivo é proclamar a boa notícia do Reino de Deus. Um reino diferente
daquele do Império Romano. O reino de Deus, era de amor e misericórdia.
Jesus é o profeta de Deus.
Enviado para uma região
marginalizada, sem esperança, sem perspectiva e cheia de inquietações.
Um dia com Jesus, e é possível
observar sua missão profética. Ocupado com a proclamação e mesmo quando as
pessoas insistem que o mesmo fique por ali, ele responde a todos que é
importante e necessário e que ele precisa anunciar, proclamar essa boa notícia
do Reino de Deus a outras pessoas e em outros lugares.
Um dia com Jesus e aprendemos sobre a
nossa missão profética. Uma missão de proclamação. Proclamação da boa notícia
do Reino de Deus.
Como igreja – corpo de Cristo, temos
uma nobre tarefa, proclamar a boa notícia do Reino de Deus.
O próprio Lucas ao escrever o livro
de Atos dos Apóstolos, testifica que “Esta é a palavra que Deus enviou aos filhos de Israel,
anunciando-lhes o evangelho da paz, por meio de Jesus Cristo. Este é o Senhor
de todos” (At 10. 36).
Somente o evangelho do Reino de Deus
dá esperança a um povo oprimido. Somente o evangelho do Reino de Deus dá
perspectiva, e eterna, a um povo que vive sem expectativa nesse mundo
corrompido pelo pecado.
Então igreja – mesmo que insistam que
fiquemos paralisados, afinal, o que estamos fazendo está bom, respondamos não,
minha tarefa é fazer mais e mais, pois ainda há muitos outros que precisam
ouvir a boa notícia do Reino de Deus. Amém!
Edson Ronaldo
Tressmann