29
de julho de 2018
10º
Domingo após Pentecostes
Sl
136.1-9; Gn 9.8-17; Ef 3.14-21; Mc 6.45-56
Tema:
Ajoelhados diante do Pai
As palavras de Efésios 3.14-21
apresentam a segunda oração de Paulo pelos Efésios nessa epistola.
Costumo dizer que pregar nada mais
é do que plagiar a Bíblia – por isso, arrisco
dizer que se não estivesse citando as Palavras que Paulo usou aqui e fizesse a
mesma oração, muitos de vocês duvidariam (palavras de um comentarista bíblico).
Você ousaria orar dizendo: que eu seja
tomado de toda a plenitude de Deus (Ef 3.19), ou seja, me permita conhecer
Cristo como ninguém pôde conhecer (Ef 3.19)? Paulo orou assim pelos cristãos da
Ásia Menor. E a boa notícia é que Deus é capaz de fazer muitos mais que
pedimos.
O apóstolo Paulo foi ousado na oração.
Escreve aos Efésios dizendo que num intervalo que deu na escrita da carta, orou
para que os cristãos tenham isso e isso.
Paulo pede coisas que nós não temos
coragem de pedir. Ou, até nos esquecemos de pedir. Na primeira série dessa
mensagem da carta de Paulo aos Efésios (carta circular, aos cristãos da Ásia
Menor), aprendemos sobre as bênçãos espirituais. Vocês lembram quais são? Ou, para aqueles que aqui não puderam
estar, vale a pena lembrar: as bênçãos
do Pai: nos escolheu, nos adotou, nos
aceitou; as bênçãos do Filho: nos redimiu, perdoou, revelou o plano de
salvação do Pai, nos fez sua herança; as bênçãos do Espírito Santo: nos colocou a marca de proprietário de
Jesus, nos dá a certeza da salvação.
Após enumerar essas bênçãos
espirituais (Ef 1.3-14), o apostolo Paulo mostra a riqueza da nossa herança (Ef
1.15-23). No capítulo 2.1-10, o apostolo aponta para a bênção da salvação pela
fé independente das obras da lei.
E agora, Efésios 3.14-21, Paulo nos
diz que parou por um momento de escrever a carta e se colocou de joelhos ante a
todas essas bênçãos e pede que Deus conceda essa compreensão aos cristãos.
“Por esta causa, me ponho de joelhos diante
do Pai,” (Ef 3.14).
Muitas vezes é bom parar com aquilo
que estamos fazendo e nos colocar de joelhos diante do Pai. É preciso
lembrar que um judeu ortodoxo orava de pé com as mãos para cima. O fato de
se ajoelhar indicava sentir-se humilhado, quebrantado, prestes a derramar seu
coração diante de Deus. Essa é justamente essa a atitude de Paulo diante do Pai
(v.14) de
quem toma o nome toda família (v. 15).
Paulo se põe de joelhos pois tudo o
que escreveu anteriormente inspirado pelo Espírito Santo (Ef 2.1-10) mostrando
que a graça de Deus que nos deu vida quando estávamos mortos. Paulo se pôs
de joelhos, pois a graça de Deus, uniu dois povos inimigos (Ef 2.12-22) numa só
família. Paulo se pôs de joelhos, pois (Ef 3.1-10) o mistério do evangelho que
estava oculto, Deus nos revelou.
O apostolo Paulo medita e escreve
sobre o plano da redenção. Por isso se põe de joelhos. E num momento, Paulo para
e ora pedindo que Deus conceda a graça para que os cristãos não sejam superficiais,
mas, que conheçam todas essas bênçãos e não sejam enganados por ninguém.
Paulo orou pelos cristãos da Ásia
Menor e deixou registrado o conteúdo da sua oração:
1
- “...sejam espiritualmente
fortes. ...” (Ef 3.16).
Depois de expor a graça de Deus, o
apostolo Paulo pede pela ação do Espírito de Deus para que os cristãos sejam
fortalecidos nessa graça. Em outras palavras, Paulo pede para que os cristãos
sejam espiritualmente fortes
(mente, coração, consciência, vontade).
Um cristão fortalecido na graça de
Deus enfrenta melhor as dificuldades dessa vida. Quando um cristão está fraco,
em sua fraqueza desanima facilmente.
O fortalecimento
é oferecido e dado pelo sopro do Espírito Santo pela sua Palavra e Santa Ceia. Quantas vezes um sermão foi como um bálsamo?
Quantas vezes ao cantar um hino nos
sentimos confortados e consolados? Quantas vezes ao participar da ceia fomos
animados?
Há muitos cristãos precisando dessa
oração, “...sejam
espiritualmente fortes. ...” (Ef 3.16), afinal de contas, estão
desanimados pela vida, pelos problemas no casamento, na vida financeira, ...
Paulo orou pelos cristãos da Ásia
Menor e deixou registrado o conteúdo da sua oração:
2
– “Cristo viva no
coração de vocês” (Ef
3.17)
Paulo pede aqui que Cristo habite
pela fé, mas sabemos que no cristão, Cristo já habita. Como pede para habitar no coração de vocês?
Só pela fé. Mas, o apostolo Paulo pede que Cristo habite plenamente, isto é, que
não haja nenhuma área da sua vida que Cristo não esteja. Que Cristo ocupe o
centro dos seus negócios, da sua vida amorosa, da sua vida ministerial, dos
seus planejamentos, da sua vida familiar, da política ... Por esse motivo, quanto
mais entendemos o evangelho, quanto mais fortes espiritualmente, mais abrimos
mão de nós mesmos e da nossas realizações.
Paulo orou pelos cristãos da Ásia
Menor e deixou registrado o conteúdo da sua oração:
3
– “tenham raízes e
alicerces no amor” (Ef 3.17)
Árvore se põe em pé por causa das
raízes e um edifício fica de pé pelo seu firme fundamento. E ao dizer que tenham
raízes e alicerces no amor, Paulo enfatiza um amor que se desprende de si
mesmo. E esse amor era para ser a raiz e o fundamento entre os Efésios, assim
como foi entre Deus e os cristãos.
Paulo orou pelos cristãos da Ásia
Menor e deixou registrado o conteúdo da sua oração:
4
– “possam
compreender o amor de Cristo em toda sua largura, comprimento, altura e
profundidade” (Ef 3.18)
Ao pedir compreensão, o apostolo
está pedindo para que os cristãos captem integralmente, ou melhor, se apropriem
definitivamente da magnifica obra de Jesus realizada na cruz. Por isso
a referência: “...o amor de Cristo em toda sua largura, comprimento, altura e
profundidade” (Ef 3.18).
Que oração extraordinária! Muitos
ainda hoje não captaram integralmente a obra de Cristo na cruz, pois vivem suas
vidas buscando agradar a Deus através de suas obras, pelas supostas
observâncias da lei.
Paulo está pedindo para que todo o
povo de Deus tenha em seu íntimo a certeza do amor de Deus em Jesus.
Paulo orou pelos cristãos da Ásia
Menor e deixou registrado o conteúdo da sua oração:
5
– “...venham
conhecer a Cristo ...” (Ef 3.19).
Paulo pede em oração para que os
cristãos conheçam o amor de Cristo que excede todo entendimento.
O que o apostolo Paulo fala aqui é
que uma coisa é ouvir a respeito do amor incompreensível de Deus na pregação,
outra coisa é dar crédito, outra é perscrutar esse amor. Por isso, Paulo pede
que “... Deus
encha completamente o ser de vocês com sua natureza” (Ef 3.19).
Humanamente não temos nenhuma
condição de avaliar o grande amor de Deus em Cristo por nós.
Ao orar: “...venham conhecer a Cristo ...”
(Ef 3.19), Paulo diz que saber é uma coisa – conhecer é outra. O apostolo Pedro
ao escrever sua primeira carta (1Pe 1.8) diz que conhecer o amor de Cristo dá
uma alegria que não há palavras para descrever.
Paulo orou pelos cristãos da Ásia
Menor e deixou registrado o conteúdo da sua oração:
6
– “...
que Deus
encha completamente o ser de vocês com sua natureza” (Ef 3.19).
Estar cheio da natureza de Deus
- o que Paulo pede aqui é tão extraordinário que nem sequer conseguimos pensar.
Mas, a luz da carta de Paulo aos Colossenses (Cl 1.19; 2.9) indicam que estar cheio da natureza
de Deus é estar cheio de Cristo. Ao estar cheio de Cristo, é saber e
viver tendo Cristo como o mais importante na igreja. O importante na igreja não
é o pastor, o líder tal, o membro tal. O importante na igreja é Cristo. Em Cristo
Deus habita em nós.
Paulo escrevia aos cristãos e após
ter orado escreveu a oração que fez pelos cristãos da Ásia Menor, e tendo
terminado a sua oração concluiu: “E agora, que a glória seja dada a Deus, o qual, por
meio do seu poder age em nós, pode fazer muito mais do que nós pedimos ou até pensamos!
Glória a Deus por meio da Igreja e por meio de Cristo Jesus, por todos
os tempos e para todo o sempre! Amém!” (Ef 3.20-21).
A Deus pertence toda a glória. E Deus
recebe toda a glória, quando o louvamos por aquilo que fez por nós em Cristo
Jesus. No início da carta (Ef 1.3), Paulo ressaltou: “Agradeçamos a Deus ...” ou “Bendito o Deus e
Pai”. Isso indica que Deus é bendito quando é louvado pelos seres
humanos quando esses recebem suas bênçãos.
Nesse momento você têm algo para se pôr de joelhos?
Tenho sim, pois além de tudo o que
Deus me concede em Cristo, Deus “pode fazer muito mais do que nós pedimos ou até pensamos!”
(Ef 3.20). Amém!
Edson Ronaldo Tressmann
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