03
de junho de 2018
2º
Domingo após Pentecoste – Próprio 4
Sl
81.1-10; Dt 5.12-15; 2Co 4.5-12; Mc 2.23 - 28
Tema:
Pastores proclamam Cristo como Senhor e servem a igreja!
Texto:
2Co 4.5-12
Com exceção de
2Co 8 e 9, o tema geral da segunda carta aos Coríntios deve ser: autoridade
apostólica de Paulo.
Os coríntios não
queria mais dar ouvidos as instruções de Paulo. Estavam questionado e não
aceitando a sua autoridade.
2Corintios é a
carta mais pessoal que Paulo escreveu. As circunstâncias o obrigou a falar
repetidamente da sua pessoa, sua atuação e sofrimento. É um discurso de defesa,
mas a carta não deve ser lida dessa maneira (2Co 12.19).
O apostolo
Paulo, sempre preocupado com o evangelho, a igreja e as pessoas, sabe que não é
sua pessoa que está em jogo. Mas, ao se defender, o faz para o bem da igreja de
Corinto. É preciso fazer com que sua autoridade e mensagem sejam reconhecidas.
Algo muito sério
aconteceu em Corinto que atingiu Paulo profundamente. Foi esse acontecimento
que tornou difícil a ida à Corinto. Paulo fala de um homem que “causou tristeza” e “cometeu injustiça”, e de outro que foi “entristecido” e “sofreu
agravo” (2Co 2.5;7.12).
Por ora Paulo
desistiu da visita a Corinto e escreveu a carta (2Co 2.4). Essa carta foi
levado por Tito. Tito não foi negociar e discutir, mas participar de uma
decisão que precisava ser tomada rapidamente. Paulo quis encontrar Tito em
Trôade. No entanto, Tito não veio e Paulo interrompeu sua evangelização e foi
para a Macedônia encontrar-se com Tito (2Co 2.12). Ao encontrar-se com Tito, o
mesmo lhe deu boas noticias de Corinto. A situação havia sido resolvida e na
carta escreve sobre sua alegria pelos Coríntios (2Co 7.5-16). E diante das notícias
escreveu essa carta, possivelmente a terceira.
O que merece
destaque é o fato de apesar dos problemas, apesar de algumas pessoas causarem
muita aflição ao apostolo Paulo, ele trata aquelas pessoas de Corinto como “igreja
de Deus”.
A segunda carta
de Corinto mostra o quanto Paulo lutou pela igreja. 2Co 4.1-12 e 6.1-10 nos dão
valiosas contribuições para a teologia prática. Paulo mostra o quão grande é a
esperança dos que creem e a força que emana dessa esperança na atualidade (2Co
4.16-5.10).
Paulo escreve o
que significa ser um mensageiro de Cristo.
Pastores proclamam Cristo como Senhor e servem
a igreja!
Paulo só falou
sobre ele devido as circunstâncias, mas nunca proclamou a respeito de si mesmo.
Em Corinto,
muitos se recusaram a aceitar o evangelho, para estes, o evangelho permanecia
encoberto (2Co 4.4). Para o apostolo Paulo o problema não era o evangelho, nem
os apóstolos, mas os ouvintes. Observe o seguinte exemplo: Mesmo em dias
nublados o sol continua brilhando, mesmo que não o vejamos. O evangelho brilha,
o problema é que muitos não o veem. O diabo não deixa ver a luz do evangelho
lançando ilusões diante das pessoas e faz isso pelos falsos pregadores e também
pelos problemas dentro da igreja.
Tenho observado
nessa minha curta carreira de pregador que muitos pregadores ao longo dos anos
tem construído monumentos a si mesmos, muitos pregadores tem promovido a si
mesmo, tanto que em muitas fachadas de igrejas, ostenta-se a foto do líder e
Jesus, mesmo que numa simples imagem, tem sido ofuscado.
Infelizmente,
alguns pregadores tem buscado fã clube, buscam ser servidos. No entanto, a
Palavra de Deus anuncia que o mensageiro é servo e não uma celebridade. Todo
pregador é servo da igreja e não serve-se da igreja. O pregador serve a igreja
com aquilo que possui e que não vem dele mesmo. O pregador é servo da igreja
não para uma auto promoção, ou busca de glória. O pregador serve por servir Jesus
Cristo.
O resultado da
pregação não está na locução do pregador, afinal é Deus quem faz brilhar a luz
do evangelho (2Co 4.6), assim não há nada para se engrandecer, ou vangloriar a
si mesmo. Os falsos pregadores pregam a si mesmo, e enquanto continuarem
proclamando seus feitos e atos, a luz do evangelho não irá brilhar sobre as
pessoas.
A luz do
evangelho a qual Paulo destaca é a luz que o atingiu na estrada para Damasco
(At 9.3,4). É preciso lembrar que o apostolo Paulo não exalta a sua conversão,
ou aceitação de Jesus, mas o valor da sua conversão.
O apostolo Paulo
ao escrever aos Corintios, lhes transmite a mensagem do evangelho que nocauteia
o culto à personalidade. O importante nunca é o obreiro, mas a obra. Você já
observou a construção de prédios e casas. As placas informam o novo do arquiteto.
No entanto, o arquiteto só será procurado se a obra ficar bonita, segura, ... O
mesmo é com o evangelho e a igreja, pessoas estão deixando de procurar o
verdadeiro dono da obra, Jesus, porque outros querem ser os arquitetos da obra.
Para ilustrar a
importância da obra e não do obreiro, Paulo usa a metáfora muito conhecida na
época sobre o vaso e o valioso tesouro que estava guardado dentro dele.
Corinto era famosa
por sua cerâmica, pelos vasos de barro. Havia também pequenas lamparinas de
barro, que eram baratas e muito frágeis. Vaso era muito comum e estava presente
em cada casa do Oriente antigo. Eram baratos e quebravam com facilidade. Por
isso, o valioso era o que estava dentro do vaso e não a peça em si.
Por mais que
Paulo parecesse aos Corintios fraco demais devido aos seus sofrimentos,
tribulações, abatimento, o importante era o que ele oferecia, ou seja a verdade
do evangelho. Essa verdade do evangelho, a luz de Cristo, era a esperança e a
força que o fazia suportar todas as situações (2Co 4.16-5.10). Paulo reconhecia
sua fragilidade, assim como a de um vaso, mas sabia que era guardado pelo mesmo
tesouro que possuía.
Paulo sabia com
qual finalidade a luz do evangelho brilhou sobre ele (At 9.15) e que somos
vasos para que Deus nos use (2Tm 2.21). Tanto que Paulo afirma que os
pregadores do evangelho são vasos de barro, frágeis, para que saibam que na sua
vulnerabilidade, é o poder de Deus que os sustenta.
Não há
ministério sem dor. A vida ministerial não é estar numa estufa espiritual onde
nada atinge o pregador ou o cristão. O pregador do evangelho não tem como propósito
ser aplaudido. O pregador do evangelho carrega as marcas de Jesus.
Paulo foi
perseguido em Damasco, rejeitado em Jerusalém, esquecido em Tarso, apedrejado
em Listra, açoitado em Filipos, escorraçado em Tessalônica em Beréia, chamado
de tagarela em Atenas e impostor em Corinto. Paulo enfrentou feras em Éfeso,
preso em Jerusalém, acusado em Cesaréia, naufragou no caminho à Roma, picado
por cobra em Malta. Sofreu prisões, açoites, apedrejamento, fome, frio, pressão
de todos os lados. No entanto, todas essas fraquezas, toda essa fragilidade,
não ofuscava o valor do tesouro que possuía.
Toda essa
fragilidade e vulnerabilidade atinge Paulo e os seus companheiros e pregadores
com um só objetivo: para que a mensagem de Cristo chegue as pessoas e assim
sejam salvas. Tudo o que aconteceu também em Corinto, aconteceu para que encontrassem
a vida em Jesus o verdadeiro tesouro.
Por esse motivo,
Paulo escreveu: “Pois nós não anunciamos a nós mesmos;
nós anunciamos Jesus Cristo como o Senhor e a nós como servos de vocês, por causa de Jesus” (2Co
4.5). Amém!
Rev. Edson Ronaldo Tressmann
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