segunda-feira, 7 de maio de 2018

Agindo de comum acordo!

13 de maio de 2018
7º Domingo de Páscoa
Sl 1; At 1.12-26; 1Jo 5.9-15; Jo 17.11b-19
Tema: Agindo de comum acordo!

Durante a semana, a igreja cristã relembra e comemora a ascensão. O que é ascensão? Ocorreu 40 dias após a ressurreição, é a subida de Jesus ao céu. Em vários países, o dia da Festa da Ascensão é feriado.
O pesquisador, médico e evangelista Lucas, relaciona a subida de Jesus aos céus com a vinda do Espírito Santo (At 1.6-8). Por causa dessa relação, era muito comum celebrar a Ascensão e o Pentecostes numa única liturgia.
A separação entre as duas festas, contudo, já é mencionada a partir do século IV, como consta em um Lecionário Armeno e em dois sermões feitos pelo Papa Leão Magno.
Ascensão – ainda hoje, muitas pessoas, até mesmo dentro da igreja, negam a historicidade da ascensão. Lucas é o único evangelista que relata esse evento, os outros o omitem.
Qual motivo dessa omissão? Os autores do Novo Testamento quase não fazem distinção entre a ressurreição e a ascensão. Muitos até parecem indicar ser o mesmo evento, como se fosse dois lados de uma mesma moeda.
Por mais que houvesse e ainda há pessoas que negam a ascensão, a verdade é que a mesma é confirmada em todo Novo Testamento. Ainda que Lucas seja o único evangelista que descreve a ascensão, é incorreto concluir que a ascensão era desconhecida pelos outros.
João, o apóstolo, relata que quando Jesus ressuscitado apareceu a Maria Madalena, essa, confundiu a promessa feita por Jesus de que Ele ficaria permanentemente com os discípulos (Jo 16.22). E é exatamente por isso que Jesus diz à Maria Madalena que não se esqueça que sua presença se dará pelo Espírito Santo após sua subida aos céus (Jo 20.17).
Pedro é outro apóstolo que confirma a ascensão. Em seu sermão por ocasião da descida do Espírito Santo no dia de Pentecoste ressaltou que Jesus foi “exaltado a direita de Deus” (At 2.33). Em sua epistola aos peregrinos, o apostolo Pedro escreveu que “Jesus subiu ao céu e está sentado à direita de Deus, ...” (1Pe 3.22).
Em sua pesquisa histórica, Lucas no evangelho, relata a ascensão de maneira simples e sóbria. Não há nenhum exagero como aconteceu nas muitas lendas espalhadas entre o povo.
As testemunhas desse evento indicam que a ascensão é um fato real. Lucas conversou com essas testemunhas oculares desse fato, tanto que escreveu: “à vista deles ... dos seus olhos ... olhos fitos no céu enquanto subia”. Lucas também lembra que “anjos tiveram que se aproximar e fazê-los parar de olhar para as alturas”.
A ascensão marca o fim do ministério público de Jesus e início do ministério dos apóstolos que a partir de agora seria testemunhado por eles.
A ascensão marca a despedida oficial de Jesus. Os discípulos não deveriam aguardar outra aparição, pois, a mesma se dará novamente para julgar os vivos e os mortos.
A ascensão de Jesus marca o início da atuação do Espírito Santo por meio dos apóstolos.
A ascensão produziu o efeito esperado – os discípulos voltaram à Jerusalém e esperaram a descida do Espírito Santo.
Entre os muitos apontamentos que se poderia dar da ascensão, Lucas está ocupado tão somente com a postura dos anjos: “Eles ainda estavam olhando firme para o céu enquanto Jesus subia, quando dois homens vestidos de branco apareceram perto deles e disseram: — Homens da Galileia, por que vocês estão aí olhando para o céu? Esse Jesus que estava com vocês e que foi levado para o céu voltará do mesmo modo que vocês o viram subir(At 1.10-11).
Os anjos recebem uma atenção especial em toda a Bíblia, em Lucas muito mais (Lc 1.26; 2.9-10, 13-15; 22.43; 24.4, 23). Já que os anjos estiveram presentes e atuantes em momentos tão especiais e cruciais da história da salvação, não poderiam deixar de estar presentes na ascensão.
Por que estais olhando para as alturas?” (At 1.11).
A vida segue, a missão segue. Jesus voltará, mas antes que volte é necessário continuar atuando no Reino de Deus. Até que Jesus venha é necessário ser testemunha pelo poder do Espírito Santo. Voltem à Jerusalém e aguardem o Espírito Santo.
Os discípulos voltaram à Jerusalém (At 1.12). Uma caminhada de quinze minutos. Os dez dias entre a ascensão e o pentecostes, foram dias de louvor contínuo no templo e oração contínua em casa (Lc 24.53).
O que desperta a atenção é que mesmo sendo pessoas tão diferentes, todos “perseveravam unânimes...” (At 1.14). Não eram só os apóstolos que eram perseverantes, mas também “eram cento e vinte pessoas” (At 1.15).
A palavra unânimes é a tradução de homothymadón. Palavra preferida de Lucas. Ele a emprega dez vezes, sendo que no restante do Novo Testamento ocorre apenas uma única vez, usada por Paulo em Rm 15.5-6.
A palavra homothymadón pode significar que os discípulos (os onze, os 120) se reuniam no mesmo lugar ou estavam ocupados da mesma coisa.
A julgar por Atos 4.24 e 15.25, Lucas ao usar a palavra homothymadón desejava descrever que havia concordância quanto ao que estavam orando, ou seja, oravam com a mesma mente, propósito e impulso.
O advérbio homothymadón é de grande significância ainda hoje para a igreja. É necessário, importante e fundamental que a igreja esteja “de comum acordo”.
De nada adianta orar, louvar e aprender, se caso não for de comum acordo. Amém!
Edson Ronaldo TREsmann

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