Dia
28 de janeiro de 2018
4º
Domingo de Epifania
Sl
111; Dt 18.15-20; 1Co 8.1-13; Mc 1.21-28
Tema:
Quase lá! Falta pouco para chegar!
Quase lá! Falta pouco para chegar!
Essa
frase define bem o livro de Deuteronômio. O quase lá! O falta
pouco para chegar era apenas para o povo, pois, Moisés, o homem que
havia liderado o povo por quarenta anos, não entraria na terra, no entanto,
Deus lhe concedeu a graça de “...contemplar a terra com os olhos” (Dt 3.27).
Moisés, sabendo que não adentraria na
terra prometida, faz um longo discurso ao povo de Israel. Ele, como aquele que
havia duvidado, conclama o povo a prestar atenção a tudo o que Deus havia
ensinado durante a peregrinação no deserto.
Moisés
aponta para a missão de Israel na história e para a promessa futura.
Moisés insiste na fé em Deus, que se mostra generoso nos seus dons e fiel as
suas promessas.
A
promessa proclamada por Moisés (Dt 18.15-20) apresenta o verdadeiro profeta.
Um profeta, que com o passar dos anos, foi ansiosamente aguardado pelo povo. Vemos
que João Batista (Mt 11.2; Lc 7.19) enviou discípulos para perguntar se Jesus
de fato era aquele que estava por vir.
O apóstolo Pedro, após o dia de
Pentecoste, em um discurso no templo, ressaltou que milhares de anos antes
deles, Deus havia dito a Moisés: “O Senhor Deus vos suscitará dentre vossos irmãos um
profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser”
(At 3.22). Pedro falava sobre o envio do salvador Jesus Cristo.
Estevão, diante de Jônatas, sucessor de
Caifás, em seu julgamento, testemunha que a promessa dada por Deus através de
Moisés se referia a Cristo. Jesus Cristo é o verdadeiro e excelentíssimo
profeta.
Não sei dizer se o povo no deserto
entendeu essa referência. Mas, o fato é que Deus, estava ocupado em cumprir a
promessa feita no jardim do Éden após a queda em pecado (Gn 3.15).
Moisés, líder, profeta e guia, preparava
o povo para sua entrada na terra prometida. E na terra prometida, dentre seu
povo, Deus levantaria outro grande profeta, Jesus. Moisés estava dizendo ao
povo para que não ficassem presos a ele, mas que pensassem e se fixassem naquele
que viria. Pois, aquele que havia de vir era o profeta por excelência.
O
capítulo dezoito de Deuteronômio (uma cópia da lei e não segunda
lei) traz conselhos e instruções.
Esses conselhos e instruções eram
necessários, afinal, o povo estava por adentrar na terra prometida, que apesar
de manar leite e mel, era uma terra já contaminada pela adoração à outros
deuses. E em meio a esse povo, a esses deuses, o povo de Deus deveria esperar
somente em Deus, aquele que enviaria o verdadeiro profeta.
Faltava
muito pouco e o povo já estaria na terra prometida, mas, antes de entrarem na
terra prometida, era necessário ressaltar a confiança no verdadeiro e único
Deus.
O maior problema na terra prometida
seria a falta de confiança. Em meio a fertilidade, abandonar o Deus único e
verdadeiro seria fácil.
Atualmente há muitas caricaturas a
respeito de Jesus. Jesus tornou-se qualquer coisa, e deixou de ser salvador.
Torna-se cada vez mais necessário falar sobre o verdadeiro profeta Jesus. O próprio Cristo disse: “Acautelai-vos
dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por
dentro são lobos roubadores” (Mt 7.15).
É necessário e urgente continuar
apontando para o profeta. Enquanto que Moisés apontou para àquele que viria,
hoje, se aponta para àquele profeta que veio. Jesus ressaltou: “Porque virão
muitos em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo, e enganarão a muitos”
(Mt 24.5). O apóstolo João deixou registrado em sua primeira carta que “...já é a última
hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também, agora, muitos anticristos
têm surgido; pelo que conhecemos que é a última hora” (1Jo 2.18).
Quem é o anticristo?
O anticristo é aquele que usurpa o lugar
de Cristo. Os que usurpam e se opõe a Cristo, são aqueles que com suas doutrinas
e práticas, se separam dos outros cristãos, ou seja, “...Este é o anticristo, o que nega o Pai e
o Filho” (1Jo 2.22), “e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de
Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual
tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo” (1Jo 4.3),
“Porque
muitos enganadores têm saído pelo mundo fora, os quais não confessam Jesus
Cristo vindo em carne; assim é o enganador e o anticristo” (2Jo 7).
É tempo de Epifania, é tempo de manifestar
a verdadeira luz. E a verdadeira luz é o verdadeiro profeta Jesus.
Aos poucos tiraram a cruz dos altares.
Não que se deva adorar a cruz, no entanto, a cruz nos faz lembrar o sacrifício
do verdadeiro profeta. Além da cruz, tiraram qualquer lembrança de Jesus das
fachadas das igrejas. O que se
destaca em quase todas é seu slogan. Muitas igrejas ostentam a imagem
daquele que as mesmas tem como seu profeta, apóstolo e bispo. E Jesus, o
verdadeiro profeta nem é lembrado.
É necessário, é urgente, continuar
apontando para Jesus.
Quase lá! Falta pouco!
Pode-se dizer que a exemplo do povo de
Deus na fronteira da terra prometida, está cada cristão em pleno século XXI. Quase lá! Falta
pouco! Jesus voltará!
Moisés, quando estava preparando o povo
para adentrar a terra prometida, apontou para o profeta que viria. Na promessa
desse profeta que viria, o povo era convidado a permanecer.
No meio luterano dizemos quase que
constantemente “já
e ainda não”. Temos o céu, mas ainda não se está
céu. E por não se estar ainda no céu, é preciso ser constantemente
aconselhado e instruído a permanecer na fé no sacrifício realizado pelo
verdadeiro profeta Jesus.
Após proclamar a promessa dada por Deus,
Moisés anuncia que “...todo aquele que não ouvir as minhas palavras
(do profeta que viria, Jesus), que ele falar em meu nome, disso lhe pedirei contas”
(Dt 18.19).
Na terra prometida, a qual o povo estava
por tomar posse, era cheia de adivinhos e feiticeiros. Assim, seria necessário
ouvir tudo o que Deus iria dizer ao povo através dos profetas, até a chegada do
verdadeiro profeta Jesus.
Após a vinda de Jesus, muitos surgiram e
surgirão dizendo que é o Cristo. E todo aquele que está e permanece em Jesus, o
verdadeiro profeta, terá a vida eterna. Mas, aquele que se recusar em crer e
preferir dar atenção e ouvidos aos falsos profetas, Deus lhe pedirá contas.
Os filhos de Deus, àqueles que creem,
estão com os olhos fixos no céu em Jesus. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann
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