25 de junho de 2017
3º Domingo após Pentecostes
Sl 91.1-10; Jr 20.7-13; Rm 6.12-23; Mt 10.5,21-33
Tema: Ministério da Misericórdia
Os versículos 16 ao 42 do evangelista Mateus é uma seção com muitos temas. Mas, todos
os temas conduzem a preparação dos discípulos para o futuro ministério: o ministério da misericórdia. Esse por sua vez só seria efetivado após a crucificação
e ressurreição de Jesus.
Jesus adverte sobre a oposição e
perseguição que os apóstolos e discípulos sofreriam por causa do nome de Jesus.
Há quem diga que os ensinamentos
resumidos no capítulo 10 por Mateus foram muitas lições dadas em vários dias.
Os versículos 9 a 15 são encontrados
em partes do evangelho de Marcos e Lucas. Ecos dos versículos 17 a 25 se encontram na parte
escatológica de Marcos 13 e Lucas 21. Os ensinos dos versículos 26 a 30 são encontrados dispersos no
evangelho de Lucas. Os versículos 40 a 42
são particulares do evangelho de Mateus.
Mateus
capítulo 10 caracteriza a comissão e a missão dos apóstolos. Jesus fala da natureza da missão
e a resposta dos que iriam receber a missão da misericórdia, graça e fé.
Alguns receberiam e outros rejeitariam. A maior
parte desse capítulo 10 aponta o lado negativo da missão, ou seja, a violência
e a oposição ao evangelho.
Jesus não engana ninguém diante do
chamado, da capacitação e do envio. De maneira muitos honesta, Jesus fala sobre
as consequências para aqueles que estão no reino, principalmente os apóstolos,
ou seja, os que aprenderam e receberam autoridade de Jesus para ensinar, curar
e expelir demônios.
Não espantem, mas a primeira é da própria igreja; segundo, do
governo desse mundo e terceiro, da família.
Como reagir? “quem ficar firme até o fim será salvo”.
Permaneça assim como é enviado, ou
seja, como ovelha. A ovelha é um animal dócil, frágil e sem defesas próprias e
precisa do grupo e do pastor.
Não se preocupe com os lobos que
atacam sem dó nem piedade os discípulos e apóstolos de Cristo. O não
preocupar-se está no fato de que Jesus é o bom pastor. E sendo ovelha do bom
pastor, mesmo
que eu ande por um vale escuro como a sombra da morte, não temerei, pois ele
está comigo. Essa foi a promessa do Senhor ressuscitado: “estarei convosco
todos os dias até a consumação dos séculos”.
Sempre houve, há e haverá àqueles que
emplacam maldades para destruir os mensageiros de Cristo. Mas, graças a Deus, não
são todos assim.
Não comentarei hoje sobre a
perseguição eclesiástica e política ao evangelho e pregadores do evangelho.
Quero destacar as palavras do versículo 21 que fala sobre a perseguição que há na
própria família.
A conversão dos primeiros gentios ao
cristianismo nos auxilia na compreensão dessas palavras de Jesus. Muitos dos ex
gentios tiveram que abandonar toda a tradição religiosa familiar e assim
passaram a ser odiados e detestados pela própria família.
Na transição entre a idade média e a
moderna, Lutero foi excomungado numa época em que poderia ter sido morto como
um cachorro de rua, isso por ter virado as costas a tudo aquilo que estava
contra a Palavra de Deus.
É natural, mesmo em pleno século 21,
pessoas que ao abandonar sua tradição religiosa, passam a ser odiados e
detestados pelo restante da família.
Jesus anunciou pelo apóstolo João em
Apocalipse: “quem
ficar firme até o fim será salvo” (Ap 2.10).
O conselho de Jesus sobre ser astuto
como as serpentes e manso como os pombos é para que os apóstolos diante da
perseguição saibam que é preciso refugiar-se. Jesus praticou esse critério (Mt
4.12; Lc 4.29-30). Observe que não há mérito nenhum na busca do martírio e da
perseguição. As pessoas não querem ser perseguidas, isso acontece tão somente por causa do evangelho.
Os versículos 26 a 33 é dirigido aos apóstolos que estavam temorosos diante da
inevitável perseguição por causa da fé em Jesus. Diante do temor, Jesus diz que
os homens tem medo dos homens pelo simples fato dos mesmos serem capazes de
tirar a vida. Assim, Jesus convida: “não tenham medo de ninguém...”, afinal, os
perseguidores só podem atingir o corpo.
A expressão “não os temais...” é a tradução
do verbo grego que está no tempo pretérito indefinido. Assim, ao dizer “não os temais...”,
Jesus estava dizendo: nem comecem a
sentir medo. Fiquem tranquilos!
No verso 28, o verbo “Não temam”
está no tempo presente. É o mesmo que dizer, vocês estão proibidos de continuar
a ter medo. Não há nada a temer.
Os perseguidores estão limitados em
seu poder, o máximo que podem é tirar a vida. Deus, ao contrário, tem em suas
mãos o destino do corpo e da alma (At 5.29).
Não tenham medo, pois, os
perseguidores só procuram destruir, mas, alguém superior a eles cuida e protege
(Mt 10. 29-31). Deus tem um
cuidado todo especial com seus mensageiros.
Jesus não quer que o medo humano cale
os apóstolos no testemunho sobre esse Deus amoroso e misericordioso. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann
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