19
de fevereiro
7º
Domingo após Epifania
Sl
119.33-40; Lv 19.1-2,9-18; 1Co 3.10-23; Mt 5.38-48
Texto para prédica:
Mateus 5.38-48
Tema:
Vingue-se: ofereça o outro
lado da face!
O desejo de vingança pode levar uma
pessoa a fazer coisas absurdas. Aquela
velha mágoa escondida se pudesse ser vingada, como seria?
Casos
absurdos como: Genghis Khan; Katie Collman; cartas de
Alan Ralsky “pai do spam”; o massacre da noite de São
Bartolomeu, retratam fatos absurdos que se faz por vingança.
Cientistas da University
College London monitoraram a atividade cerebral de um grupo de
voluntários enquanto estes observavam pessoas de quem gostavam e não gostavam
sendo fisicamente castigadas. Enquanto as mulheres pareciam sentir empatia por
todos os punidos, os homens mostravam sinais de prazer ao ver seus inimigos
sentindo dor.
Os ditos populares: “aqui se faz, aqui se
paga”; “deixa isso nas mãos de Deus”; “Deus fará justiça”; reflete o desejo que o ser humano tem de
vingança. É conhecida a expressão de Ramón Valdez (1923 -1988): “A vingança nunca
é plena, mata a alma e a envenena”.
A vingança mata a alma e envenena por ser uma
resposta impulsionada pela raiva, ódio, rancor e injustiça. A resposta vingativa está
relacionada a falta de perdão. A falta de perdão “mata e envenena a alma”.
Pessoas
vingativas canalizam todo o rancor para si mesmas.
Esse rancor causa problema psicossomático, transtorno de alimentação, depressão
e outros. Entre todos, o pior prejuízo é emocional.
O desejo de vingança
começa na infância, quando a criança quer chamar atenção da mãe ou da
professora. Pode chegar a ser patológica, quando
põe em risco a vida de alguém (ameaças verbais e não verbais). A mês precisa de
tratamento.
“A vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena”.
No sermão do monte, Jesus fala sobre o comportamento
extraordinário do cristão diante do desejo de vingança: “Volte o outro lado da face.”
Jesus convida a fazer parte de um grupo
diferente. O grupo daqueles que não querem a vingança, mas oferecem a outra
face ao agressor. Fazer parte desse grupo é um privilégio
divino. É o privilégio daqueles que vivem a vida na alegria do perdão.
No mundo desenvolveu aos poucos a
filosofia de que apenas os fortes sobrevivem. Esses supostos “fortes”, são aqueles que “não levam desaforo para casa”.
Ao falar aos seus discípulos, Jesus
lhes orienta como viver adequadamente no regime espiritual. No Reino
espiritual, Deus governa pela sua Palavra, objetivando a salvação.
Quando se constata que a “vingança” se tornou uma atitude normal, afinal, muitos veem na vingança um sinal
de que a “justiça,
principalmente a divina, foi feita”, se conclui que não
se sabe a diferença entre justiça e vingança. A justiça visa reconciliar; a vingança visa punir, retaliar.
Na época de Jesus havia confusão entre justiça e vingança.
A lei que havia sido dada por Deus através de Moisés enquanto o povo estava
rumo a terra prometida prescrevia: “olho
por olho, dente por dente”. No entanto, os fariseus e escribas,
enganados pela sua equivocada interpretação, chegaram a conclusão e ensinavam
que a “vingança” era perfeitamente permitida pela lei de Deus.
Toda uma geração havia sido contaminada
pela distorção da lei de Deus. Assim, ao invés de “amor
ao próximo”, o povo sentia “ódio
pelo malfeitor”. A vontade de Deus: “amor ao próximo” foi distorcido pela permissão
a vingança. Havia equívoco entre a vida no regime espiritual
e a vida no regime secular.
Aquela
velha mágoa escondida se pudesse ser vingada, como seria? Jesus disse: “...qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra;”. Essa é a melhor
vingança! O ódio é superado com amor.
Ao dizer “...qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra;” Jesus mostra que além de ser espiritual, é necessário viver como tal. Esse
é o comportamento cristão perante Deus e o mundo. Esse é o conselho de Jesus
para que os cristãos estejam com seus corações presos em Deus que deseja a
reconciliação. O regime secular se preocupa apenas com poder, punição e
vingança. O cristão vive no regime espiritual.
Muitos cristãos ocupam cargos públicos,
tais como: vereador, advogado, juiz. Esses estão investidos de autoridade pelo
próprio Deus. Quando estão exercendo seu ministério como autoridade secular
precisam e devem cumprir com seu ofício público. No entanto, o cristão leigo, sem a investidura de autoridade secular,
deve apenas esperar a execução daquele que está investido de autoridade, mas
sem o desejo de vingança. Lembre-se: a justiça visa
reconciliar, resgatar. E com o objetivo de resgatar o ser humano, o
Espírito Santo, inspirou Moisés a escrever o livro de Levítico. Esse livro trata da santificação
necessária para servir ao Deus santo. Pela
fé na obra em Jesus sou tornado santo e na fé em Jesus sirvo a esse Deus santo.
“Santo
sereis, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo” (Lv 19.2).
Levítico capítulo 19 é uma orientação à vida santificada.
A santificação é apresentada
no relacionamento com o próximo. O santificado, ou seja, aquele que foi e é
perdoado em Jesus, promove a honestidade, a solidariedade e a justiça entre as
pessoas.
Jesus no sermão do monte convida a todas
as pessoas a se apegarem nEle somente. Somente Ele foi e é perfeito. Sua obra
perfeita nos anima a viver o desafio divino. O ponto principal é que, quando não
consigo viver o desafio de Deus, a fé na obra de Jesus (sua morte na
cruz e ressurreição), me dá o perdão e desse perdão recebo forças para
continuar realizando o desafio colocado por Deus. A fé no sacrifício de Jesus
me torna perfeito aos olhos do Pai.
Jesus é a “justiça de Deus” - a reconciliação com o Pai.
Diante do pecado humano, Deus ofereceu a
outra face e veio ao nosso encontro através da obra salvadora de seu Filho
Jesus. Diante das nossas ofensas e pecados, Deus continua vindo ao nosso
encontro para nos perdoar e auxiliar na vida de perdão. Amém!
Rev. Edson Ronaldo
Tressmann
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