segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Na maior negligência humana - vivendo a verdadeira fé em Cristo!

12 de fevereiro
6º Domingo após Epifania
Sl 119.1-8; Dt 30.15-20; 1Co 3.1-9; Mt 5.21-37
Tema: Na maior negligência humana - vivendo a verdadeira fé em Cristo!

O trabalho de educação cristã é árduo e difícil. A dificuldade está no simples detalhe de que nem todos, igreja, sociedade e família estão unidos!
Muitas escolas iniciam o ano letivo nessa semana. O sonho de qualquer escola é que a família se envolva na vida escolar do filho. O sonho da sociedade é que a escola, a igreja e a família eduque melhor as crianças. O sonho das famílias é que a sociedade desenvolva programas educacionais atrativos para que as crianças se ocupem e os pais tenham tempo para trabalhar. O sonho da igreja, desde o desencadeamento da Reforma Protestante é que a família, igreja e sociedade estejam de mãos dadas na educação.
No entanto, cada qual, quer seja, igreja, sociedade ou família, transferem a responsabilidade para o outro e assim nenhuma das partes assume sua função essencial dentro da engrenagem para que se tenha verdadeiros cidadãos civis, políticos e cristãos.
Negligenciar uma criança, um jovem, não é um crime menor do que o de estuprar uma adolescente” (Lutero).
Em dois de seus escritos, 1524 e 1530, Lutero se ocupou com o tema educação. Entre tantos conselhos, destaco que “quando a escola progride, tudo progride”.
Mas, porque será que a escola não está progredindo? E em consequência, a sociedade?
O apóstolo Paulo na sua carta aos Coríntios diz que não pôde ensinar além do que ensinou aos Coríntios. Mesmo que os Coríntios tivessem sidos levados a fé, mesmo que estivessem em Cristo, eram apenas crianças nas coisas relacionadas a fé. Como “crianças na fé”, a mensagem cristã não podia ser além de leite. Não era possível prosseguir além do bê-á-bá.
Queridos pais!
Nas escolas, muitos filhos ao invés de aprenderem a disciplina propriamente dita, precisam aprender noções básicas de higiene, ou comportamento. O tempo que poderia ser aproveitado no real e verdadeiro ensino escolar, precisa ser gasto para ensinar o bê-á-bá de casa. 
Não estranhem, mas, o mesmo acontece com muitos dos alunos de catecismo. Eles precisam ser ensinados a orar o Pai Nosso, a confessar a fé com as palavras do Credo. A única expectativa de muitos pais ao matricular o filho no catecismo é que agora o mesmo irá aprender a orar. O pior é que muitos pais nem isso incentivam.
Todos são responsáveis, mas, se não houver uma parceria entre as famílias, a igreja e a sociedade, sinto muito, mas, os resultados serão muito poucos.
Como pastor e pregador convido as famílias cristãs a uma parceria!
O apóstolo Paulo escreveu: “se não é possível ir além do leite, do básico, é porque temos um problema”. E segundo o apóstolo Paulo o problema entre os coríntios persistia por um simples fato: eram “carnais”.
Será que não se pode ir além do leite por sermos carnais?
Ao iniciar sua carta aos coríntios o apostolo Paulo reconheceu aqueles cristãos como sendo “a igreja de Deus” e “santos em Cristo” (1Co 1.2). Também somos “a igreja de Deus” e “santos em Cristo”. Ainda, a exemplo da congregação de Corinto, há entre nós muitos dons. No entanto, apesar de ser “igreja de Deus”, “santos em Cristo” e “milionários em dons”, infelizmente, a exemplo do coríntios, ostentamos a velha natureza.
O povo de Deus prestes a entrar na terra prometida, ouve a sentença divina: “Escolham entre o bem e o mal” (Dt 30.15).
Era um momento crucial na história do povo que após quarenta anos estava por tomar posse da terra que havia sido prometida a Abraão, Isaque, Jacó. Lendo os episódios narrados pelos profetas é fácil saber qual foi a escolha do povo.
Se a escola progride, tudo progride! Se a família progride, tudo progride! Se a sociedade progride, tudo progride! Mas, se cada qual quiser progredir por si mesmo, nada irá progredir.
Os coríntios não podiam ser ensinados além do bê-á-bá não por serem pecadores, afinal, todos são pecadores, mas, porque os mesmos viviam como pecadores. Na sua vida religiosa, mostravam todo amor para com Deus e no dia-a-dia, esqueciam-se do próximo.
Dentro e fora da igreja não havia progresso! O ciúme e as discórdias destruíam a “igreja de Deus, os santos em Cristo...”. O apóstolo Paulo escreve aos coríntios para lhes dizer que o ciúme e a discórdia os apresentavam como carnais.
Não adianta fazer o que os coríntios estavam fazendo, ou seja, não adianta se esconder atrás dos dons, se o maior de todos, a fé, não se revela em amor ao próximo.
Os coríntios tinham uma vida eclesial excelente, mas, consideravam somente as coisas humanas. Buscavam sabedoria, mas a viviam em ciúmes e discórdias.
Todos são iguais no trabalho que prestam a Deus. Quem exerce seu ministério na sociedade, o precisa fazer da melhor maneira. Assim é com aquele que exerce seu ministério na escola e na igreja.
A sociedade em geral irá colher progresso se cada qual realizar o seu trabalho conforme o “Senhor lhe concedeu”. Ninguém pode fugir da sua responsabilidade. Não somos melhores ou piores devido ao nosso serviço, nossa importância está no fato de termos recebido de Deus um serviço para fazer. O resultado, o crescimento vem de Deus.
A sociedade, a escola e a família, precisam da ação de Deus. Essa ação é a mais necessária e importante. Deus age através da sua Palavra e Sacramentos. Deus é o grande trabalhador na igreja, na sociedade e na família. Mas, infelizmente, muitos diante da escolha entre o bem e o mal, optaram pelo mal e estão colhendo seus frutos.
Só em Deus, vivendo a verdadeira fé em Cristo, na certeza do perdão diário é que como ferramentas nas mãos de Deus iremos realizar adequadamente nosso trabalho (1Co 3.10) e assim, a escola, a sociedade e a família irão progredir! Amém.

Rev. M.S.T. Edson Ronaldo Tressmann

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