15
de janeiro 2017
2º
Domingo após Epifania
Sl 40.1-11; Is 49.1-7; 1Co 1.1-9; Jo 1.29-42
Tema: Graça e Paz - aos santos e sua igreja!
As mais variadas
músicas mostram o pensamento e a prática de vida de muitas pessoas. Cazuza em
1988 lançou a música: Brasil, mostre a tua cara. Era a distante década de 80,
mas, parecendo atual, protestava contra os escanda-los políticos, as
desigualdades sociais e às injustiças. Anos antes, em 1978, a música cantada
por Legião Urbana, “Que país é esse?” já questionava a sociedade
brasileira.
Já passaram
algumas décadas dessas e de outras canções. E todas as músicas, mesmo em pleno
ano de 2017, trazem embutidas questões sociais, políticas e religiosas.
Se ainda se
pergunta assim como Renato Russo: Que país é esse? a resposta pode ser: “um país que está perdendo nível cultural, pois, a julgar
pelas músicas, não consegue mais decorar duas ou três frases, e se repete
apenas o “pppppppp”
durante minutos”.
Se o Brasil
continua mostrando a sua cara, fica-se impressionado com a face apresentada e
por vezes com a face oculta do Brasil ou dos Brasis.
Os sermões são
proferidos para um público alvo: cristãos que se dispõe a acordar no domingo
pela manhã e ir ao Templo ou trocar o futebol e o churrasco do sábado à noite
pelas horas de louvor e adoração. Para esses é necessário perguntar: vocês desejam
ter suas faces reveladas à outros?
O apóstolo Paulo
juntamente com Sóstenes, mostra a todos a face dos congregados da congregação de
Corinto. A verdade era que muitos moradores da cidade de Corinto estavam
buscando se “corintizar” ou seja, levar uma vida de prazeres
desenfreados.
A “cara”
dos cristãos de Corinto não era muito bonita. Era uma “cara” marcada pelas diferenças sociais,
pessoas egoístas e egocêntricas. Alguns faziam
tudo o que queriam, afinal, para esses tudo era lícito. A mensagem da cruz de Cristo
havia perdido a importância.
Na congregação havia
as panelinhas. Muitos cristãos em Corinto não tinham problemas doutrinários,
mas, problemas quanto a sua prática eclesiástica. A Congregação dos Coríntios
suportava entre eles pessoas que viviam vidas desregradas sexualmente. Havia
aqueles que não suportavam o apóstolo Paulo, pois o mesmo repreendia
severamente os pecados.
Ainda há congregação com essa “cara”? Qual é a “cara” da nossa congregação? Refletir sobre essas
questões é importante e necessário, afinal, se o pastor apontar a “cara”
da congregação, será odiado por muitos e acusado por outros de falta de ética.
O apóstolo Paulo na sua carta aos
Coríntios fala sobre a união com Jesus Cristo e o poder que o evangelho de
Cristo exerce sobre a pessoa. A verdade é que o
evangelho muda a nossa “cara”. O evangelho, o poder de Deus, continua sendo
proclamado para continuar mudando as “caras” das pessoas, afinal, cada qual é pecador e
precisa diariamente do evangelho para gradativamente ir mudando a sua “cara”.
Não pensem que
foi fácil para o apóstolo Paulo mostrar a “cara” dos cristãos de Corinto e através da
proclamação do evangelho dizer-lhes que “não adianta apenas
vergonha na cara, é necessário uma vida diária na fé, na obra realizada por
Cristo na cruz para que possam ver Deus cara a cara na eternidade”.
Os cristãos de
Corinto, por estarem se “corintianizando” não julgavam muitas de suas ações
como escandalosas e que envergonhavam o evangelho. Para mostrar a verdadeira “cara” dos
Coríntios, Paulo enumera que não é qualquer um que lhes está escrevendo, mas, o
“apóstolo de
Jesus Cristo”.
Já que a maioria
dos cristãos eram gregos, a palavra “apóstolo” indicava que quem escrevia, o fazia
em nome de um emissário e não por conta própria. De acordo com o direito
estatal e internacional da época, o “emissário autorizado” falava e agia com autoridade
máxima. Havia todo um país por trás da atuação do mesmo. Sendo Paulo, “apóstolo”,
“emissário
enviado da parte de Deus”, falava e agia com autoridade suprema.
Sem aceitar a
autoridade do apóstolo Paulo, de nada adiantaria descobrir sobre como é a “cara” dos coríntios e a nossa. Deus em
sua palavra mostra a minha “cara”. Deus, através do evangelho muda a nossa “cara”.
Para saber a “cara” dos
cristãos de Corinto é necessário ler a carta enviada pelo apóstolo Paulo na
íntegra. Para saber a “cara” da nossa congregação é só perguntar aos seus
congregados. Cada qual irá falar determinada característica e assim, se
conseguirá visualizar a “cara” que a congregação tem.
Analisando a “cara” da
congregação, pode-se repetir o conselho popular: “tome vergonha na cara”. No entanto,
para que a nossa “cara” seja transformada é necessário a constante pregação do
evangelho. E o evangelho transmitido pelo apóstolo Paulo é que mesmo que a “cara” da
congregação de Corinto e a nossa não seja bonita, pelo poder do Espírito Santo
ainda somos a “igreja
de Deus...”
Ao escrever “igreja de Deus
que está em Corinto” o apóstolo Paulo enumera que, apesar da “cara corintiana que
envergonha a todos”, Deus realizou um grande milagre. Existe uma igreja! A igreja
persiste!
O fato da igreja
existir e persistir em Corinto e também entre nós, não se deve ao fato de
sermos pessoas boas, mas, ao fato de que Deus ama seus filhos.
Apesar da nossa
“cara”
não justificar o fato de sermos a “igreja de Deus”, Deus pelo poder do evangelho
nos “chama
para ser santos”.
Os “santos”
são aqueles que pertencem a Deus por ter Jesus Cristo pago o preço. Os “santos”
não são pessoas especialmente devotas e perfeitas no âmbito da igreja. Os “santos”
são aqueles que pertencem a Deus. Esses “santos”
recebem a saudação: “Graça e paz”.
Essa saudação só
foi possível porque os Coríntios tiveram sua “cara” transformada pelo evangelho. A
graça, “charis”, “chairen” é desejo de bem
estar e felicidade. Bem estar e felicidade possibilitado pelo evangelho.
Apesar de nossa
“cara”
apenas trazer “vergonha”,
até fazendo com que outros se afastem e nem se interessem pela igreja, Deus
continua se manifestando ao mundo, numa verdadeira epifania através de seus “santos e sua
igreja”. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann
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