29
de janeiro 2017
4º
Domingo após Epifania
Sl 15; Mq 6.1-8; 1Co 1.18-31; Mt 5.1-12
Tema:
Felizes os espiritualmente pobres com a mensagem da cruz!
Em certo sentido, a igreja cristã é uma
empresa, mas, não na forma humana e sim divina.
Como empresa divina a missão da igreja,
o que representa sua existência é a mensagem que proclama. E essa mensagem tem
como conteúdo a cruz.
Quando se fala sobre a cruz como
conteúdo central, sobre o que de fato representa a missão e razão existencial
da igreja cristã, depara-se com um paradoxo. Paradoxo com o qual o apóstolo
Paulo também se deparou. Afinal, a mensagem da cruz, sinônimo de maldição para
os judeus, passou a ser escândalo e loucura.
Nos dias atuais, para muitos, a mensagem
da cruz se tornou sinônimo de catolicismo. Tanto que, muitas são as pessoas que
se recusam usar um crucifixo, quer seja na ornamentação do corpo ou até mesmo
na parede do altar do templo.
Quando o apóstolo Paulo escreve aos
coríntios sobre a mensagem da cruz ser loucura e escândalo, é necessário
lembrar que essa mensagem era tida como louca e escandalosa pelo próprio Paulo,
antigamente Saulo (At 26.10; Fp 3.4-7)
A igreja cristã que tem como missão e
característica a mensagem da cruz enfrenta uma crise. Não a crise econômica,
mas, a crise que representa o seu maior desafio, a proclamação da mensagem da
cruz. Afinal, a mensagem da cruz continua sendo loucura e escândalo para
muitos.
A mensagem da cruz que era escândalo
para os judeus que identificavam a morte na cruz como maldição, continua sendo
ainda hoje para muitos que não a suportam a cruz por se dizerem livres de
qualquer coisa que os identifique com o catolicismo. Imaginam esses que a cruz
é um símbolo católico e não levam em consideração o fato de que a cruz é a
mensagem central da empresa divina, a igreja.
Ao mesmo tempo em que a mensagem da cruz
é escândalo, é também loucura. Loucura para os que se perdem. Os que se perdem,
não se perdem por não adorarem a cruz. Se perdem por se recusarem a crer na
obra realizada por Jesus na cruz.
No sermão do monte, Jesus em suas
primeiras palavras anunciadas em seu ministério de pregação, falou sobre os “...que são espiritualmente
pobres,...”. Os “... espiritualmente pobres,...” (v.3) são todos aqueles que não colocam a sua confiança, consolo e segurança
nos bens materiais e nem prendem nesse mundo o seu coração. Os “espiritualmente
pobres” são aqueles que se reconhecem perdidos e sabem que sua
salvação está somente na obra realizada por Jesus na cruz.
Ao anunciar a mensagem de que “felizes são os
espiritualmente pobres...” Jesus enfatiza que na “mensagem da cruz,” na obra realizada na
cruz, está todo fundamento da vida cristã. É uma mensagem contra a falsa
segurança.
Convém lembrar que a “mensagem da cruz” é vital e essencial,
pois “é o poder de Deus” para salvação. Sendo “poder de Deus,” todos aqueles que se reconhecem pecadores e
merecedores da condenação, os “pobres
espiritualmente,” não sofrem de orgulho pessoal ou farisaico.
O que salva o pecador é o “poder de Deus” que atua pelo evangelho.
A mensagem da cruz, que faz parte da missão e caraterística da empresa divina,
não é motivação para o ego humano.
Na cruz, Deus se fez louco para pagar o
preço devido pelos sócios de sua empresa. Essa mensagem que advém da cruz é o
poder de Deus para santificar as pessoas, mesmo aqueles coríntios que viviam em
meio a muita podridão. O evangelho continua sendo o poder de Deus para salvar o
pecador, mesmo aquele que vive em meio a podridão do século XXI.
A mensagem da cruz precisa continuar
sendo proclamada. Ela é o poder pelo qual Deus continua agindo nesse mundo. A
mensagem da cruz é doce e amável para os discípulos e crentes na obra de Jesus.
No entanto, é uma mensagem aborrecedora e insuportável para muitos daqueles que
se julgam capazes de se salvar através de suas supostas realizações.
A mensagem da cruz é uma mensagem atual
para os espiritualmente pobres.
Quando Jesus iniciou seu ministério de
pregação, muitos entendiam que a riqueza apresentava a pessoa aceita por Deus.
Ao proferir que “Felizes as pessoas que sabem que são espiritualmente pobres, pois o
Reino do céu é delas,” Jesus instrui que os pobres e
miseráveis são amados por Deus. Os pobres não são rejeitados nem abandonados
por Deus devido a sua condição social. A graça de Deus não se apresenta nas
riquezas desse mundo, mas, na mensagem da cruz.
A empresa divina, tem perdido sua
missão e a caraterística divina por ser controlada por homens de negócio que
pensam e agem humanamente nas coisas terrenas. E por causa das coisas terrenas,
a mensagem
da cruz, que “não vende, nem traz
lucros humanos” é rechaçada.
O diabo, maior concorrente da empresa
divina, tem muitas armadilhas para obscurecer a mensagem da cruz. E a maior
dessas armadilhas é manter viva e atual a mensagem de que Deus mostra sua
aceitação para com o pecador quando o mesmo é rico nesse mundo.
Não é a riqueza desse mundo que mostra
o amor de Deus pelo ser humano. A amostra do amor de Deus pelo ser humano está
resumida na mensagem da cruz. Amém!
Rev. M.S.T. Edson Ronaldo
Tressmann
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por seguir esse blog. Com certeza será uma bênção em sua vida.