24 de julho de 2016
10º Domingo após Pentecostes
Sl 138; Gn 18. 20-33; Cl 2.6-15; Lc 11.1-13
Tema: Para caminhar
tranquilamente a vida cristã!
Na
carta aos colossenses o apóstolo Paulo visa mostrar e alertar os perigos que
espreitavam a fé ainda recente dos cristãos da cidade de Colossos.
Os
colossenses corriam risco de voltar as suas antigas crenças religiosas, bem
como aos seus antigos costumes pagãos (Cl 2.8). O perigo não era só por serem
novatos na fé, mas principalmente por causa da cultura local, da pressão social
e da insistência dos judaizantes acerca do cumprimento da lei mosaica Cl
2.11-13).
O
apóstolo Paulo diz aos colossenses que eles haviam recebido Cristo Jesus por
meio do Evangelho. Agora estavam sendo convidados a continuar sua marcha cristã
nesse Evangelho, consequentemente em Jesus Cristo.
“Ora, como
recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele” (Cl 2.6).
Só
inicia e caminha uma vida cristã aquele que é alcançado pela graça de Deus. E
essa graça de Deus foi oferecida e recebida pelos Colossenses.
Paulo,
o apóstolo, fala que assim como se recebeu Cristo Jesus, assim, é necessário continuar
a caminhada.
“Andai”
denota ação
e progresso. Para
que essa ação e progresso tenha sucesso, o versículo 7 lista quatro aspectos: radicados em
Cristo; edificados em Cristo, confirmados na fé em Cristo, gratidão.
Ao
saber que a fé dos colossenses corria perigo por causa das filosofias correntes
na época. Diante disso, o apóstolo Paulo indica aos seus irmãos na fé que a
caminhada cristã só será possível quando radicado em Cristo.
Ao
dizer “radicados
em Cristo” o apóstolo Paulo usa a figura de uma árvore que tira sua
força e substância do solo onde suas raízes estão fincadas. As raízes não são
vistas, e essas, à medida que se aprofundam no solo vão ficando cada vez mais
fortes. No entanto, vale ressaltar que a firmeza da árvore e a qualidade de
seus frutos não dependem apenas da raiz, mas, da vitalidade do solo.
Ao
dizer, “nele
radicados...” o apóstolo Paulo mostra aos colossenses que sem a
vitalidade de Cristo, nada serão.
O
mesmo acontece conosco em pleno século XXI. Já disse em outra oportunidade que o
grande mal desse século é o crescimento desenfreado do “cristianismo sem igreja”, ou
seja, os “supostos”
cristãos que dizem não frequentar uma igreja, mas, leem a Bíblia e oram em
casa.
“nele
radicados...” – é maravilhoso que se leia a Bíblia em casa, mas, como se lê a
Bíblia? Cuidado, afinal, pode-se estar sendo enganado pela nossa vã
filosofia e nosso conhecimento mentiroso (Cl 2.8) sobre alguns textos. Qualquer
teólogo despende muito tempo na preparação de um sermão e estudo bíblico e
mesmo assim, dia após dia, encontra-se mergulhado em dúvidas. Sendo assim, imagine
um “suposto
cristão sem igreja”. Como será a leitura, interpretação da Bíblia por parte de
um cristão sem igreja? É preciso fazer a pergunta de Filipe: “Compreendes o
que vens lendo?” (At 8.30). A resposta precisa ser a do eunuco: “Como poderei
entender, se alguém não me explicar?” (At 8.31).
Estar radicado em
Cristo é ouvir, estudar e
meditar na Palavra de Deus. Lembre-se, “...a fé vem pela pregação, e a pregação,
pela Palavra de Cristo” (Rm 10.17).
Estar radicado em
Cristo é também “...perseverar
unânimes no Templo, partindo o pão...” (At 2.46). Participar da
Santa Ceia.
“nele
radicados...” é alimentar-se de Cristo através dos meios da graça aos
quais nos deixou. Jesus disse: “Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e
eu, nele, esse dá muito fruto: porque sem mim nada podeis fazer” (Jo
15.5).
Ao
saber que a fé dos colossenses estava correndo perigo devido as filosofias
correntes na época e do conhecimento mentiroso, o apóstolo Paulo indica aos
seus irmãos na fé que a caminhada cristã só é possível quando se continua
edificado em Cristo.
Se
o agricultor sabe da importância da vitalidade do solo para que a árvore
produza bons frutos. O apóstolo Paulo, até por ser um missionário urbano,
conduz os colossenses a pensarem num edifício.
Toda
a segurança de um edifício está na sua fundação. O importante é a base sobre a
qual os tijolos que formam o edifício foram colocados.
Ao
conhecerem Cristo os colossenses haviam sido edificados sobre Cristo. No
entanto, o perigo que corriam devido as filosofias da época, motivou o apóstolo
Paulo a trazê-los de volta ao fundamento. Afinal, sem fundamento, o edifício,
por mais belo que seja, cai. Aos cristãos da Ásia Menor o apóstolo Paulo
escreveu: “...sois
da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas,
sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo edifício, bem
ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós
juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito”
(Ef 2.19-22).
Ao
saber que a fé dos colossenses estava correndo perigo, devido as filosofias
correntes na época e do conhecimento mentiroso, o apóstolo Paulo indica aos
seus irmãos na fé que a caminhada cristã só é possível quando, radicado e edificado em
Cristo.
A
fé é que sustenta a árvore e o edifício contra os ventos e tempestades da vida.
“O justo
viverá por fé” (Rm 1.17) não só na eternidade, mas também nessa
vida.
Assim
como os colossenses, nós também corremos perigo. As muitas filosofias, os
muitos conhecimentos mentirosos, estão conduzindo a vida de muitos cristãos.
Por esse motivo, é necessário prestar atenção na nossa caminhada cristã, e
continuar nossa caminhada radicados em Cristo, edificados em Cristo e confirmados na fé. Só assim se continua “crescendo em
ações de graças” (Cl 2.7). Essa é a única maneira de iniciar e
prosseguir na caminhada cristã, por meio de Jesus Cristo. Amém!
M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann
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