segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Somos fortes para resistir à tentação?

28/02/16
3º Domingo na Quaresma
Sl 85; Ez 33.7-20; 1Co 10.1-13; Lc 13.1-9
Tema: Somos fortes para resistir à tentação?

         Ano passado (2015) num sermão intitulado equilíbrio – essa é a postura de uma vida cristã (1Co 8.1-13), lembro- me que fiz algumas questões: carnaval – posso ou não posso participar? Também questionei sobre: O que comer? O que beber? Conforme o texto previsto para 2016, (1Co 10) é possível continuar abordando essas questões.
         Um princípio bíblico com o qual fico extasiado é o conceito de que a Bíblia interpreta a si mesma. Há muitos que ridicularizam esse princípio.
         A julgar pelo texto bíblico em questão (1Co 10.1-13) vemos uma belíssima interpretação das passagens do Antigo Testamento (Ex 13; 14; 17; Nm 11; 14; 16; 17; 21; 25;).
         O apóstolo Paulo entende que as experiências vividas pelo povo de Israel servem de exemplo, de advertência às gerações futuras, inclusive aos coríntios. Completo enfatizando que as mesmas servem para os cristãos em pleno século XXI.
         O apóstolo Paulo lembra que “todos” estiveram sob a nuvem (Ex 13.21); “todos” atravessaram o mar (Ex 14.21), “todos” comeram o maná (Ex 16.4,14-18), “todos” beberam da mesma rocha (Ex 17.6).
         Todos estiveram na mesma situação. Deus assistiu a todos da mesma maneira. Na verdade, “todos” estamos sob a mesma situação (Rm 3.23).
         O texto do apóstolo Paulo aos Coríntios mostra que não se pode tentar achar uma correspondência simbólica para todos os eventos bíblicos do antigo testamento. O que o apóstolo Paulo quer mostrar é que a história, os fatos reais que o povo de Deus viveu serve de advertência à comunidade cristã dos dias atuais.
         Quando se interpreta as páginas das Escrituras Sagradas, muitos detalhes precisam ser analisados. No entanto, um detalhe não pode passar despercebido. Detalhe esse caracterizado como chave hermenêutica, com o nome de tipologia. Com isso, se diz que eventos e personagens do antigo testamento prefiguraram ou anteciparam acontecimentos que iriam suceder no novo testamento.
         A história é vista de maneira cíclica, ou seja, tudo o que aconteceu torna a acontecer novamente.
         Assim, ao analisar o texto de 1Co 10.1-13 facilmente conclui-se que a expressão “todos nós” refere-se ao fato de que “ainda hoje” passamos pelas mesmas tentações que o povo de Deus enfrentou na sua caminhada pelo deserto.
         Devido a sujeição às tentações, o apóstolo Paulo usa o imperativo “não” nos vv. 6-10. Ele escreve: não cobicemos as coisas más (.v.6); não sejamos idólatras (v. 7); não pratiquemos a imoralidade (v.8); não coloquemos o Senhor a prova (v.9); não murmuremos (v.10).
         Todas essas tentações estiveram presentes na vida do povo de Deus. Em muitas vezes, caíram na tentação e praticaram muitas dessas coisas (vv.8-10). Ao contrário desse povo, foi “Jesus que pode ajudar os que são tentados, pois ele mesmo foi tentado e sofreu” (Hb 2.18), “...mas não pecou...” (Hb 4.15).
         Nas tentações, nas provações e no sofrimento ninguém permanecerá em pé por si mesmo. Por isso, Paulo usa o exemplo dos cristãos que caminharam no deserto rumo a terra prometida. É preciso que cada qual saiba e confie que assim como Deus esteve presente no caminhar pelo deserto, tanto pela nuvem, quanto pela rocha, Ele, em seu amor e misericórdia continua presente em nossas vidas durante a nossa caminhada.
         Somos fortes o suficiente para resistir à tentação? Eu não sou viciado, posso deixar de fumar, beber quando eu quiser. Será? 

         A verdade é que somos fracos. Muitos daqueles que estiveram sob a nuvem, passaram pelo mar, e que haviam sido batizados, caíram em tentação e não viveram de acordo com a vontade de Deus. Não representaram quem eram e a quem pertenciam na nova terra.
         O apóstolo Paulo destacou que que todos caminharam sob a nuvem, passaram pelo mar e foram batizados, e assim, todos estavam sob a graça de Deus, mas, apesar disso não chegaram todos ao alvo. Mesmo sob a graça de Deus, “Deus não ficou contente com a maioria deles...” (1Co 10.5). Porque? Caíram na tentação de confiar em si mesmos.
         Mesmo que o cristão viva sob a graça de Deus, o mesmo continua sendo livre e responsável pelos seus atos. Por isso, cuidado, afinal, nossa liberdade e nossas decisões podem nos levar a perdição. Por isso, o apóstolo Paulo usa o imperativo “não” nos vv. 6-10: não cobicemos as coisas más (.v.6); não sejamos idólatras (v. 7); não pratiquemos a imoralidade (v.8); não coloquemos o Senhor a prova (v.9); não murmuremos (v.10).
     Todos aqueles que foram salvos da escravidão do Egito, que foram guiados pela nuvem, que passaram pelo mar e que foram batizados, caíram. Será que nós também não podemos cair? Com certeza. Como resistir? Bem, o apóstolo Paulo aponta para a fidelidade de Deus (1Co 10.13). Ou seja, “confiem em Deus”. O nosso Deus “continua a amar até mil gerações daqueles que o amam e obedecem aos seus mandamentos” (Dt 7.9). Conhecendo a fidelidade de Deus, o apóstolo Pedro aconselha: “entreguem-se aos cuidados do Criador, ...” (1Pe 4.19).
         O objetivo do diabo é destruir os filhos de Deus, principalmente a relação entre os filhos e seu Pai. Deus, ao contrário, nos quer perto e junto dEle. Todos nós necessitamos da condução de Deus pela sua Palavra. Precisamos da condução de Jesus, precisamos do alimento da água viva que é Cristo, dado pelo Batismo, Santa Ceia e Pregação da Palavra. Amém!



Pr. Edson Ronaldo Tressmann

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