segunda-feira, 22 de junho de 2015

Esperança! Atitude no sofrimento!

28 de junho de 2015
5º Domingo após Pentecostes
Sl 30; Lm 3.22-33; 2Co 8.1-9, 13-15; Mc 5.21-43
Tema: Esperança! Atitude no sofrimento!

         Quantas pessoas derramam suas lágrimas solitárias. Sofrem em silêncio. Muitas vezes, não por opção, mas por não terem um ombro amigo onde chorar, ou alguém para compartilhar a sua dor.
         No facebook há um aplicativo onde a pessoa pode expor o que está fazendo ou sentindo. Entre os muitos sentimentos (alegre, sortudo, irritado, livre, perplexo, etc), há o solitário e o sem esperança.
  Quando alguém diz publicamente que está sem esperança, é porque está atravessando uma situação quase que insuportável.
         Como se lida com o sofrimento? Que tipo de oração se faz no sofrimento?
         Uns veem no sofrimento um meio de aproximação de Deus. Outros dizem que o sofrimento prova a não existência de Deus, que Deus não é onipotente, nem sequer bom.
         O povo de Israel, a cidade de Jerusalém, ficou sitiada por dois anos. Nesse período a comida se tornou escassa, a ponto de muitas mães comeram a carne de seus próprios filhos. Após esses dois anos, o exército da Babilônia entrou em Jerusalém. Os soldados mataram pessoas, capturaram os ricos, destruíram a cidade e o templo.
         Esse episódio assolador, fez com que o profeta Jeremias escrevesse um “canto fúnebre”, o livro de Lamentações. Nesse “canto fúnebreuma preciosa lição é justamente a resposta sobre o que fazer em meio ao sofrimento. Se naquela época houvesse facebook, toda a população de Jerusalém iria postar que estava sem esperança, arrasado, triste, solitário.
         A atitude de muitas pessoas diante do sofrimento é recuar. Recuar dos amigos, dos parentes, etc. Há muitos de recuam, abandonam a vida social e eclesiástica.
         O que fazer no sofrimento?
         Deus tem uma atitude bem diferente da dos seres humanos.
         No sofrimento, Deus está presente. Assim, lembre-se que todo aquele que sofre, sofre na presença de Deus. O profeta Jeremias não reclamou com Deus, não se voltou contra o povo, não se entregou a desesperança e a depressão. Ele sabia que estavam sofrendo na presença de Deus.   
         O profeta Jeremias em oração lembrou-se dos atos poderosos de Deus no passado. Assim, em meio àquela situação, alimentou-se de esperança. A esperança da certeza da presença de Deus.
         Assim como pelo aplicativo do facebook pessoas postam se sentindosem esperança”, há os que vivem uma vida real “sem esperança”.
         O profeta Jeremias traz a memória do povo de Deus vários eventos tristes que aconteceram com Israel (Lm 1.1-3.20). Esses eventos estão cheios de desesperança. Mas, após todo o cenário de desesperança que o povo estava vivendo, (Lm 3.21), o profeta muda o rumo da conversa. O profeta Jeremias começa a falar sobre uma mudança de atitude diante do sofrimento. “Quero trazer a memória o que me pode dar esperança” (Lm 3.21).
         A situação externa não havia mudado. A cidade continuava destruída, possivelmente ainda haviam corpos nos escombros e nas ruas, os que haviam sobrevivido continuavam exilados. Mas, o profeta Jeremias não perde o foco na tragédia, na angústia, no sofrimento. Ele volta seu olhar, sua lembrança naquilo que o fartará de esperança, no amor de Deus. Jeremias pensa e fala das misericórdias do Senhor.
         O profeta sabe que infelizmente muitos foram mortos e exilados, mas isso não valida o fato de muitos quererem dizer que Deus não é bom, afinal, a verdade é que “as misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, ...” (Lm 3.22) para sempre.
         Deus não permitiu que o seu povo fosse exterminado completamente, pois, tinha uma promessa feita à Abraão que precisava ser cumprida: “...em ti serão benditas todas as famílias da terra ...” (Gn 12.3). E justamente por esse motivo o profeta Jeremias disse que “grande é a fidelidade de Deus” (Lm 3.23). E sendo grande a fidelidade de Deus, há esperança mesmo em meio as piores situações de sofrimento.
         Devido a fidelidade de Deus, o profeta Jeremias confessa que mesmo que todos os bens materiais tenham sido destruídos, “a minha porção é o Senhor” (Lm 3.24), por isso havia esperança.
         Quem sofre, diz o profeta Jeremias, precisa constantemente lembrar-se de que “as misericórdias do Senhor não tem fim”, e que “Deus é a porção necessária e suficiente”. Com essa certeza, o povo estava sendo chamado a renovar sua esperança em meio a desesperança. Por pior que seja a devastação, Deus “usará de compaixão segundo a grandeza das suas misericórdias; porque não aflige, nem entristece de bom grado os filhos dos homens” (Lm 3.32-33).
         A atitude no sofrimento é olhar e ver que temos Deus que está na nossa presença. O apóstolo Paulo sabia dessa lição, por isso, escreveu: “Pensai nas coisas lá do alto, não que são aqui da terra” (Cl 3.2).
        A pior alternativa no sofrimento é fixar o olhar e prender o pensamento e a vida apenas nas coisas aqui da terra. No sofrimento é necessário acalmar o coração na certeza dada por Deus: “a minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2Co 12.9).
         O profeta Jeremias estava vivendo dias na presença daqueles que ficavam vegetando sem rumo e sem sentido numa cidade completamente destruída. Qual é a atitude do profeta? Ele fala sobre seus sentimentos a Deus e lembra de Deus, pois em situações bem piores, Deus foi o socorro e a proteção. E com certeza será assim nesse momento.
         Quando choro, sou levando a usar lenço. Quando lamento, sou levado a esperança nos bons momentos.
         É necessário lembrar, antes de terminar a pregação, que o ponto não está no tamanho da minha fé. Pois, a fé na esperança não é obra humana, mas milagre de Deus em nossas vidas. No sofrimento, é preciso me lembrar das manifestações da graça de Deus em minha vida. A primeira é que quando nasci, mesmo meus pais me chamando de anjo, “estava perdido e condenado”. Deus veio ao meu encontro pelo Batismo e me tornou seu filho redimido.
         A vida de um cristão não é uma vida de mar de rosas, se for, nada-se mais entre os espinhos. E nadando entre os espinhos, por mais dolorosos que sejam, “quero que isto chegue até o mais íntimo do meu ser e tome conta de mim totalmente” (Lm 3.21), “as misericórdias de Deus não tem fim; renovam-se a cada manhã” (Lm 3.22-23). Amém!

M.S.T. Rev. Edson Ronaldo Tressmann

cristo_para_todos@hotmail.com


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