segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Equilíbrio, essa é a prática da vida cristã.

01/02/15
4º Domingo após Epifania
Sl 111; Dt 18.15-20; 1Co 8.1-13; Mc 1.21-28
Tema: Equilíbrio, essa é a prática da vida cristã.

         Novamente é mês de Fevereiro. A maioria de pessoas já está se ocupando com o carnaval. As pessoas querem curtir a festa da carne, afinal, após o carnaval será 40 dias de reclusão por ocasião da quaresma. Muitos pensam que esse período é prisão imposta e criticam a igreja cristã pelo absurdo que em si se tornou a quaresma.
         Muitos cristãos tem enorme dificuldade em se posicionar diante do carnaval. Além de não terem posicionamentos diante do carnaval, para muitos falta um posicionamento claro quanto a temas simples, como: o que comer? O que beber? Em qual festa ir?... 
         O apóstolo Paulo na carta aos Coríntios responde a inúmeras questões sobre os mais variados assuntos. No capítulo 8 da sua primeira carta aos Coríntios destaca o assunto carne oferecida a ídolos.
         Os treze versículos retratam como a fé em Jesus nos tornam pessoas livres em relação aos alimentos, a bebida. A fé em Jesus nos torna livre para ação em amor que visa o bem estar do próximo. Todo seu posicionamento pode ser resumido nas palavras escritas aos Colossenses: “Portanto, que ninguém faça para vocês leis sobre o que devem comer ou beber, ou sobre dias santos, e a Festa da Lua Nova, e o sábado” (Cl 2.16).
         Todo aquele que crê em Jesus como seu único e suficiente salvador, sem necessidade de ídolos ou de leis, superstições, é capaz de compreender três coisas fundamentais: 1 – coisas boas – faça-as mesmo que o céu caia; 2 – coisas más – não as façais mesmo que os vizinhos zombem; 3 – coisas nem boas, nem más: faça-as ou não, depende da consciência do mais fraco na fé.
         No capítulo 8 de Coríntios, o apóstolo Paulo tratou de um problema nascido nas circunstâncias dos tempos em que os coríntios viviam. Muitos alimentos vendidos publicamente nos mercados da cidade de Corinto já haviam sido anteriormente oferecido a ídolos. Esses alimentos poderiam ser consumidos pelos cristãos? Sim e Não. Sim por causa da liberdade cristã. Não em detrimento da consciência do mais fraco na fé (Rm 14.1-12). A fé é o que determina nossa atitude perante a vida e todas as suas esferas nas quais são vividas.
         A questão dos alimentos oferecidos a ídolos continua sendo polêmica, assim como tantos outros assuntos: carnaval - posso ou não participar? O que posso comer e beber? 
         As pessoas buscam respostas a essas questões na antropologia, na filosofia, nas ciências sociais, etc. No entanto, todo cristão deveria buscar e resposta e viver a resposta a essas questões na prática da liberdade cristã. O problema é que muitos cristãos já não sabem o que é santificação. O que é santificação? Santificação nada mais é que viver na fé e na certeza de que se é perdoado. Santificados são os que vivem na graça de Deus.
         Santificação não é um meio de vida vivida por decisão de uma pessoa. Santificação não é apenas deixar de fazer, dizer, comer, beber, etc. A santificação do ser humano acontece e se realiza por obra de Deus. Deus em Jesus nos santifica. A fé em Jesus, o dom do Espírito Santo, é que nos torna santos. Assim, santificado é todo aquele que vive na graça de Deus.
         Havia muitas dessas pessoas de fé. Havia muitos santos em Corinto, mas infelizmente seu conhecimento da verdade os tornava soberbos.
         Ao dizer, conforme pronunciavam os coríntios: “todos nós temos conhecimento”, o apóstolo Paulo condenava a atitude dos coríntios pelos mesmos se julgarem superiores aos outros por serem conhecedores da verdade. A crítica não é quanto ao fato de conhecer a verdade, mas, que a verdade que seria um fator de aproximação os estava separando e excluindo mutuamente.
         O conhecimento da verdade é dado pelo Espírito Santo através da Palavra de Deus. Essa verdade a respeito de Jesus como Salvador nos liberta (Jo 8.32),  conforme disse o apóstolo Paulo aos coríntios: “...onde o Espírito do Senhor está presente, aí existe liberdade” (2Co 3.17). Essa liberdade no Espírito, que provêm do conhecimento da verdade é que permite responder a questão do que comer e beber; se posso ou não ir ao carnaval, se posso ou não comer carne sacrificada a ídolos.
         O apóstolo Paulo ensina sobre a liberdade cristã. Gosto de classificar a liberdade cristã como sendo uma vida de equilíbrio. Mesmo que determinadas coisas, (sendo santificado por Deus pela fé em Jesus), posso fazer, acabo não fazendo por causa do meu próximo. O equilíbrio na vida cristã santificada na graça de Deus pode belissimamente ser resumidas com as palavras do apóstolo Paulo: “...cuidado para que essa liberdade (essa vida equilibrada de sim e não) não faça com que os fracos na fé caiam em pecado” (1Co 8.9).
         Todos os santos, àqueles que vivem uma vida santificada, ou seja, uma vida na graça, no amor e no perdão de Deus em Jesus sabe que por amor não se isolam dos outros, e por amor não usam sua liberdade sem pensar nas consequências da mesma. O cristão vive na fronteira da liberdade.
         Deus abençoe a nossa vida santificada na graça e no amor de Deus. Amém!


Pr M.S.T. Edson Ronaldo Tressmann


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