19º
Domingo após Pentecostes - 19/10/14
Sl 96.1-9; Is 45.1-7; 1Ts 1.1-10; Mt
22.15-22
Tema: Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus
Em cada pergunta há
um objetivo! Saber onde reside tal pessoa, onde está localizada tal
avenida, etc.
Em
época de eleição observamos que o grande desejo dos candidatos em que o outro
caia em contradição. Cada pergunta tem em si uma armadilha, uma pegadinha,
sempre com o objetivo de se sobrepor ao concorrente.
Falando
em pergunta e resposta, Jesus também sempre foi questionado. E sobre a questão
dos impostos, Jesus respondeu: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.
O
contexto dessas palavras revela três tentativas dos adversários de Jesus, seja dos
fariseus, defensores das leis do judaísmo (elite separatista), dos herodianos,
partidários do rei Herodes, ou dos saduceus, (elite sacerdotal), que haviam planejado
uma armadilha para incriminar Jesus. O objetivo era que Jesus caísse em
contradição e se tornasse odiado pelo povo.
Se o
objetivo era que Jesus caísse em contradição, três perguntas foram feitas, lei
do levirato, ressurreição e imposto. Por ora ficaremos apenas com a questão do
imposto, pois é essa pergunta que Jesus está respondendo no texto em exposição,
Mt 22. 15-22.
No
versículo 15 o evangelista Mateus diz que o objetivo de três grupos distintos “...era conseguir
alguma prova contra Jesus...”. De acordo com o termo grego significa
“armar uma
cilada ou uma armadilha”. Esse é um detalhe bem peculiar de nossos
dias, oligarquias políticas extremamente diferentes unidas para continuar sua
dominação.
A
questão do imposto era e continua sendo muito importante. A pergunta feita a
Jesus dizia: “...é ou não é contra a nossa lei pagar impostos ao Imperador Romano?...” Se caso a resposta de Jesus fosse sim,
estaria indo contra os judeus nacionalistas aliado da cúpula romana. Se caso a
resposta fosse não, estaria se colocando contra os romanos, seria preso,
estaria sendo revolucionário.
No
Império Romano as moedas além de desempenhar função econômica, serviam como
instrumento político e de propaganda. Essa propaganda cultivava a imagem e
reputação do imperador. Na época era um dos poucos veículos de circulação de
propaganda em todo o Império. Na época de Jesus, por ocasião desse
questionamento feito a ele, a moeda imperial exibia a figura de Tibério e
trazia a inscrição: “Tibério César,
Filho Augusto do Divino Augusto, Sumo Sacerdote”.
Uma
moeda onde a propaganda mostrava o deus criado pelo homem. O Augustus, o
senhor. Um senhor que escraviza e suga do homem toda sua energia. Jesus, o que
segurou a moeda estava ali por ter sido enviado pelo Deus que criou o mundo e
sempre esteve interessado pelo mundo e pelo homem oprimido.
Jesus
não caiu na armadilha, sua resposta não foi sim e muito menos não.
Sua surpreendente e desconcertante resposta foi: “Dai a César o que é de César e a Deus o que
é de Deus”.
Jesus
responde a questão aos fariseus que abominavam a moeda por causa de sua
inscrição idolatra e uma imagem e aos hedorianos que detestavam a moeda em
favor das moedas cunhadas pelos Herodes a quem entendiam pertencer o direito de
cobrar impostos, chamando-os de hipócritas. Afinal, ambos os grupos tinham
moedas em suas sacolas, e julgavam necessário pagar impostos.
De quem é esta efígie e inscrição?
Será que essa efígie mostra quem é o vosso Deus? Os
Césares desse mundo nós não os conhecemos perfeitamente. Aliá, o ser humano é
como cebola, contém várias camadas com os quais a cada novo dia nos
surpreendemos. Os Césares de hoje parecem ser honestos, bons políticos, mas com
o passar do tempo vemos que são corruptos e não podemos confiar.
Quem é o vosso Deus? Pela Palavra de Deus descobrimos que o Deus verdadeiro que merece todo nosso louvor e honra é um
Deus de amor e misericórdia, pois enviou seu Filho para ocupar o nosso lugar na
cruz. Ele veio nos comprar com seu santo e precioso sangue.
“Dai a César o
que é de César e a Deus o que é de Deus” mostra que todos nós temos
uma vida como cidadão desse mundo e uma vida como cidadão dos céus. Não é uma
vida dupla. A vida de cidadão do céu influencia em nossa vida como cidadão
desse mundo.
O
verbo utilizado pelos questionadores de Jesus mostra que podemos escolher pagar
ou não pagar os impostos. Afinal, parece lógico poder sonegar, pois o governo
não nos retribui na mesma medida. Se eles desviam, vamos desviar nós mesmos e
para nós mesmos. É melhor que eu fique e gaste esse dinheiro do que pagar os
impostos e deixa-los roubar. Mas, ao dizer “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”
Jesus vai contra esse pensamento. Jesus ensina que o cidadão desse mundo vive
de maneira civil nesse mundo sem se esquecer da sua cidadania celestial.
Ao
responder: “Dai
a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, Jesus esclarece uma
enorme diferença entre a efígie (deus) impresso na moeda, daquele (Deus) que
lhe enviou. Há uma enorme diferença entre os deuses desse mundo e o Deus
verdadeiro. Enquanto os deuses desse mundo buscam escravizar com suas artes de
consumo. O Deus verdadeiro veio em seu Filho Jesus nos libertar para que
sejamos realmente livres. Para essa liberdade Ele pagou o preço. Amém!
Edson Ronaldo
Tressmann
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