20º
Domingo após Pentecostes
Sl 1; Lv 19.1-2,15-18; 1Ts 2.1-13;
Mt 22.34-46
Tema: “Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma e com toda a mente... Ame os outros como você ama a você mesmo”
Vivemos
numa época em que o amor parece estar muito distante de nós. Todo sistema
midiático, rádio, tv, jornal, internet, bombardeiam nossa vida com notícias que
nos levam a conclusão de que não existe mais amor entre as pessoas. Ficamos
trancados dentro de nossas casas, dentro do nosso trabalho, com poucos momentos de
lazer, afinal, ninguém é de confiança, para onde quer que se vá não há em quem confiar.
Cada culto é especial, mas quão maravilhoso é
estarmos nesse culto, (ou termos acessado esse blog), pois temos a
oportunidade, através dos textos bíblicos, de nos lembrar o que é o amor e
resgatar o que entre a raça humana está quase em extinção.
Nossa felicidade está na proporção em que amamos! Viver no amor é viver com sabedoria. Jesus amou e ensina a viver no
amor, não apenas para com os amigos, mas principalmente para com aqueles que
nos odeiam. Desarme-se do ódio pelo amor. Pelo amor desarme uma pessoa que vem
ao seu encontro com ataques fortuitos, abraçando-a, respeitando-a. O amor
precisa ser o árbitro das nossas ações, o direcionamento do nosso olhar. Ou
como dito por Paulo aos coríntios, que o amor seja o óculos pelo qual olhamos
para o outro.
Os
fariseus, saduceus e herodianos haviam planejado desmascarar Jesus colocando-o
em contradição. Nesse intuito fizeram algumas questões para Jesus.
Os
fariseus que anteriormente (Mt 22.15-22) haviam saído cabisbaixos após a
resposta surpreendente de Jesus na questão dos impostos, retornam com uma nova
questão. Dessa vez a pergunta é numa área onde possuem amplo conhecimento. A
questão levantada por um intérprete da lei se refere a qual dos mandamentos é o
mais importante.
Os
fariseus diziam que havia 248 regras afirmativas e 365 negativas, num total de
613 leis e regras. Diante de Jesus os fariseus querendo leva-lo a
contradizer-se buscava em Jesus a resposta sobre qual era a mais importante de
todos os mandamentos e regras. As leis e mandamentos se referiam à lei
eclesiástica, mas já que Jesus fala sobre a vida com Deus e a vida com o
próximo, quero destacar que no âmbito da vida social, não estamos livres das leis.
Desde
a promulgação da constituição federal em 1988, foram sancionadas 4,2 milhões de
leis no Brasil em escala federal, estadual e municipal. Qual
é a mais importante? A resposta depende do momento em que
estamos vivendo. Se alguém de menor cometeu algum crime contra a minha pessoa
ou alguém da minha família, a lei mais importante é aquele que ainda não
existe, ou seja, a redução da idade penal.
Na
teoria os fariseus sabiam tudo a respeito da lei. Mas como toda teoria requer
uma boa dosagem de pratica, Jesus ao responder aponta para a verdadeira prática
da lei. A prática que provêm do amor. Todos os judeus disputavam sobre o uso, a
aplicabilidade e a quantidade de mandamentos e regras. O intérprete da lei
querendo fazer com que Jesus se contradissesse perguntou: “Mestre, qual é o mais importante de
todos os mandamentos da lei?” De maneira clara e
direta, Jesus responde: “Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma e com toda a
mente...Ame os outros como você ama a você mesmo”.
É
brilhante e riquíssimo o resumo apresentado por Jesus. Nessa síntese dos dez
mandamentos aprendo com o professor Jesus que tenho uma vida com Deus (3
primeiros mandamentos) e uma vida com o meu próximo (do quarto ao décimo mandamento).
Ao
responder: “Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma e com toda a
mente... Ame os outros como você ama a você mesmo” Jesus está se referindo ao ser humano em sua completude. Somos um ser
completo. Não podemos separar a alma do corpo e o corpo da alma.
Somos
seres completos na vida secular, bem como na vida espiritual. Temos vida com
Deus e com o próximo, com o próximo e com Deus. A vida com Deus só é possível
na verdadeira fé em Jesus.
Assim
como confusão entre corpo e alma há também confusão sobre espiritualidade.
Muitos
têm uma dita vida “espiritual”. A vida “espiritual” de muitos não é adequada por não ser
uma vida na verdadeira fé em Jesus. Há também uma falsa “espiritualidade” na questão de amor ao próximo. Muitos querem ser bem vistos e aplaudidos
nesse mundo, mas, lembre-se: “sem fé ninguém pode agradar a Deus,...” (Hb 11.6).
Não
importa se vivemos na lei civil, ou na lei eclesiástica, em qualquer âmbito Jesus
diz que o adequado é: “Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma e com toda a
mente... Ame os outros como você ama a você mesmo”.
Vivemos com Deus pela fé em Jesus e agimos para com
o nosso próximo pela fé em Jesus.
Três
perguntas que ainda hoje causam muita inquietação. A pergunta sobre se é ou não adequado pagar impostos
ao governo corrupto; se é verdade que os mortos vão ressuscitar; e, entre todas as leis, qual é a mais importante. A essas perguntas essenciais e inquietantes, continua valendo as três
respostas dadas por Jesus, “onde
está a verdadeira confiança”; “nosso
Deus é Deus de vivos”; “nosso
viver pela fé envolve uma vida com Deus e com o nosso próximo”.
Jesus
mostra a sublimidade do amor tão esquecido e pessimamente vivido por nós. Digo
pessimamente por que, primeiro: muitos vivem um
amor ganancioso, sua expectativa é usufruir vantagens de quem se está
socorrendo; segundo: por causa da lei de
retribuição por parte de Deus, seja pela prática de boas obras como requisito
de salvação ou até mesmo como recompensa de Deus pelo bem e o amor praticado.
É necessário relembrar a importante
lição de que o amor não começa em nós mesmos. Desde a queda da raça
humana em pecado, o verbo amar passou a ser conjugado como “eu odeio”. Esse ódio revelou-se perante Deus que no jardim do Éden foi feito
culpado pelo homem ao ter lhe dado à mulher.
É importante relembrar a lição de que
o amor começa em Deus. Deus nos amou primeiro. Esse amor é
colocado em nós e age pela fé operada mediante o Batismo e Pregação da Palavra.
Enquanto o homem em seu estado pecaminoso conjugou
e conjuga o verbo odiar, Deus conjuga e pratica o verbo amar. Por amor a raça humana, em Jesus, Deus buscou e busca, resgatou e
resgata a raça humana. Em Jesus, Deus veio ao nosso encontro sem o nosso
merecimento. Continua vindo ao nosso encontro através da sua Palavra e do Sacramento
do Batismo e do Altar.
O
amor de Deus por nós em Jesus envolve toda a nossa vida, seja intelectual e
espiritual, seja emocional e racional. O amor de Deus em Jesus nos foi e é dado
para que tenhamos uma vida completamente verdadeira com Ele e com o nosso
próximo. Amém!
Edson Ronaldo Tressmann
cristo_para_todos@hotmail.com
Muito bom!!! Tema excelente.
ResponderExcluirÓtimo!!
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