17/11/13 – 26º Domingo após Pentecostes
Sl 98; Ml 4. 1
- 6; 2Ts 3. 6 - 13; Lc 21. 5 - 28
Tema: “É na
vossa perseverança que ganhareis a vida eterna” (Lucas 21.19)
Os discípulos estavam admirados com a beleza do templo. E diante
de tanta beleza, os impressionados são advertidos por Jesus que pediu que eles
olhassem, mas não para aquilo que se podia ver no momento, mas para o futuro. Um
futuro em que o maior orgulho da nação seria destruído.
Esse olhar, numa outra direção, envolve uma indicação do próprio
Jesus para aquilo que é necessário, ou seja, desviar nossos olhos daquilo que é
belo ao mundo e que nos distrai do essencial.
As coisas terríveis para as quais Jesus apontava não era a
mensagem que os discípulos desejavam ouvir. Aliás, num primeiro momento nem
sequer entenderam o porquê Jesus os estava alertando sobre isso.
De um estado de admiração, os discípulos assustados
perguntam: “Mestre, quando
sucederá isto? E que sinal haverá de quando estas coisas estiverem para se
cumprir” (Lc 21.7).
A admiração os paralisou diante de algo que para eles era indestrutível.
Mas, quando Jesus lhes fala que tudo aquilo que é belo, contemplável será destruído,
o medo e a incerteza das coisas, os levam a preocupação de quererem saber algum
sinal, afinal, precisam se preparar, montar estratégias para saírem ilesos
dessa tragédia. Como
escapar do inevitável? Diga nos, pois assim
nos prepararemos e sairemos com vida!
Lembremos que Jesus não quer causar medo e desespero aos
seus discípulos. Jesus tem outro objetivo. O objetivo de Jesus com esse texto é
mostrar que nós somos suas testemunhas, somos comunicadores da vida, em meio às
crueldades desse mundo. Jesus não nos abandona em meio às crueldades do mundo, “...eis que estou convosco todos os dias até à
consumação do século” (Mt 28.20).
Diante das crueldades do mundo, ou para ser mais exato
diante dos sinais do fim, a sensação não deve ser de medo, mas é preciso erguer
a cabeça, não para contemplar as glórias humanas, mas porque a redenção se
aproxima.
Jesus não deseja com essas palavras assustar as pessoas. Seu
desejo é prepara-las para que possam consolar todos aqueles que estiverem
sofrendo, por estarem impressionadas com as coisas desse mundo e não querendo deixa-las,
e por estarem com medo do fim das coisas quando se estiver para se fazer novo.
Além da promessa de que Jesus estaria presente em todos os momentos, pelo
evangelista Lucas, recebemos a promessa “Assentai,
pois, em vosso coração de não vos preocupardes com o que haveis de responder;
porque eu vos darei boca e sabedoria a que não poderão resistir, nem contradizer
todos quantos se vos opuserem” (Lc 21.14 – 15).
Poder para testemunhar, responder a todos os que pedirem
razão da nossa esperança é o cumprimento da promessa de Deus a cada vez que
nós, em meio às tragédias humanas, consolamos as pessoas e as fazemos erguer a
cabeça e ver que nossa pátria está no céu (Fp 3.20).
Como escapar do inevitável? Lembrando que o inevitável é a segunda vinda de Jesus.
Ele virá em glória para julgar os vivos e os mortos, cujo reino não terá fim. E
nessa situação não há o que fazer. Portanto, a boa noticia é que Deus em Jesus
fez e faz tudo para que a salvação nos seja dada.
Quando buscamos a resposta à questão de como escapar com
vida do julgamento final. A resposta é que tão logo o pecador arrependido creia
nas promessas de Deus de graça que lhes são oferecidas pelo evangelho por amor
de Cristo, deposite a sua confiança na satisfação vicária que Cristo preparou
pelos pecados do mundo mediante sua perfeita obediência, é declarado justo perante Deus.
“É na
vossa perseverança que ganhareis a vida eterna” (Lucas 21.19).
Significa manter-se firme na fé, viver na fé de maneira perseverante, viver na
certeza de que mesmo diante dos rumores de guerra, terremotos, epidemias, fome,
coisas espantosas, sinais no céu, perseguição, sabendo que Jesus nos ajuda a
erguer a cabeça e continuar.
Nos dias finais muitas serão as situações que ficaremos
cheios de duvida de Deus da sua presença e do seu amor. “É na vossa perseverança que ganhareis a vida eterna”
(Lucas 21.19). Precisamos recordar que Jesus Cristo é o Sol da Justiça que nos
ilumina para continuar firmes na fé.
Por nós mesmos, continuaremos com nosso olhar de admiração
diante das coisas do mundo. Por nós, continuaremos a olhar para a tecnologia,
casas bonitas, templos grandes e belos e imaginaremos que tudo isso ficará para
sempre. Mas, ouvindo Jesus, um pouquinho que seja, observaremos que somos
aconselhados a viver perseverantes na fé. Pois, o único meio de escaparmos com
vida é em Jesus.
Em Jesus, os sinais dos fins dos tempos não nos assustarão,
mas nos farão dançar e se alegrar, como diz Jesus: “exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa
redenção se aproxima” (Lc 21.28). Nossa exultação está em saber que
aquele de quem falou o profeta Malaquias já trouxe a salvação sem suas asas,
(Ml 4.2)
Queridos e queridas, lembrem-se “É na vossa perseverança que ganhareis a vida eterna”
(Lucas 21.19). Amém!
Pr
Edson Ronaldo Tressmann
Bibliografia:
Dogmática cristã. Volume II. John Theodore Mueller. Tradução Martinho L. Hasse.
Ed. Concórdia, Porto Alegre, RS, 1960. Pp. 48 - 50
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