terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Parábola da Figueira sem fruto


03/03/13 – 3º Domingo na Quaresma
Sl 85; Ez 33. 7 – 20; 1Co 10. 1 – 13; Lc 13. 1 - 9
Tema: Parábola da figueira sem fruto.

         Temos para nosso estudo nesse culto o relato que Jesus, o Filho de Deus, fala sobre o Pai, o dono da vinha, e que por três anos esperou a produção de frutos de uma figueira.
         A ênfase no fato do dono estar indo durante 3 anos procurar frutos e não encontrar é justamente para mostrar o quão assustador era a situação. A produção de frutos numa figueira acontece após três anos de plantada. E estando indo procurar por três anos e não tendo encontrado, mostra que realmente estava ocupando a terra inutilmente. Pois, tudo já havia sido feito, já era tempo de produzir. A melhor alternativa era cortar fora. Durante 6 anos, aquela figueira estava ocupando a terra inutilmente. Estava tirando os nutrientes das outras plantas e não produzindo nada.
          Por que ocupar a terra inutilmente? Corte-a! A pergunta e a resposta são atuais ao nosso mundo empreendedor. Mas, o que de fato muda a situação é o pedido do responsável: “eu vou adubá-la e se não produzir frutos corte-a”. Dê-lhe mais uma chance. Mais uma! Apenas uma!
         O pedido foi feita pelo próprio filho do dono, que era o único que podia negociar uma nova chance junto ao Pai.
         Sendo a figueira uma planta que suga muito a terra, roubando proteínas que poderiam ajudar outras plantas na sua produção, é necessário que esteja plantada em boa terra, ou que seja muito bem adubada. Para isso, requer-se que o dono faça um grande investimento. Seja na compra de uma terra fértil ou na adubação de uma terra inferior.
         No contexto bíblico essa informação é importante. O antigo testamento não fala em adubar a vinha, a única referência no profeta Isaias (5.1) é que Deus tinha sua vinha num vale fertilíssimo. E se estava plantada em terra boa, a adubação era desnecessária, mas não a produção de frutos. No entanto, a produção foi de uvas bravas.
         O evangelista Lucas é o único a relatar essa parábola, fazendo referência direta a atitude negativa de Israel e seus líderes, assim como anunciado pelos profetas Isaias (5.1) e Jeremias (2.21; 8.13).
         Lucas destaca que esse episódio ocorreu durante a viagem de Jesus para Jerusalém. Esse relato sobre a figueira que não está produzindo fruto quer nos ensinar sobre o pecado e o arrependimento.
         O versículo 3 diz: “..., se não se arrependerem dos seus pecados, todos vocês vão morrer como eles morreram” e no versículo 5 “..., se não se arrependerem dos seus pecados, todos vocês vão morrer como eles morreram.
         A fé sem frutos é coisa morta. Com essas palavras somos chamados a deixar de lado a nossa comodidade humana.
          Já que a figueira está ocupando inutilmente a terra, o dono quer cortá-la. Mas, o viticultor, o filho do dono, Jesus, intercede pela figueira pedindo-lhe mais uma chance.
         Isso é que torna essa parábola Impressionante. Mesmo que não há frutos, e sabendo da necessidade do mesmo, o filho intercede por ela.
         A intercessão do Filho pela figueira fez com que o Pai, o dono, lhe desse mais uma chance. Por causa da intercessão de Jesus recebemos mais um ano para continuarmos sendo capacitados. E Jesus dá a garantia da capacitação, pois vai continuar nos adubando mesmo que não tenhamos produzido frutos em anos anteriores. Ele não deseja que sejamos cortados. Na verdade, Jesus nos dá a fé e faz como que operemos de acordo com a fé. Ele dá e fortalece a fé e nos dá oportunidades para mostrar essa fé.
         Junto a sua intercessão vem a promessa da adubação. Adubação realizada pela Pregação da Palavra e do recebimento do Sacramento do Altar. Com isso, o nosso dono espera a produção dos frutos.
         O apóstolo Paulo disse na sua carta aos cristãos da Ásia Menor: “Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10). Em Cristo Jesus somos capacitados a realizar boas obras. As boas obras procedem da fé. Procedem da adubação que Jesus realiza em nós pelos seus meios da graça. O adubo usado é da melhor qualidade, certificada pelo INMETRO Divino. No entanto, infelizmente, observamos que em vez de crescermos em boas obras, estamos deixando que a nossa velha natureza nos guie e não realizamos as boas obras que Deus espera. Assim nos tornamos negligentes na prática da obra na igreja, na sociedade e na família.
         Estamos nos tornando negligentes no trabalho na e pela igreja; negligentes na prática da oração; em nossas ofertas para o reino de Deus; no trabalho evangelístico; etc.
         Mesmo diante da procura dos frutos e não os tendo encontrado, Jesus intercedeu e intercede por nós e garante que por mais um ano estará nos adubando para que os frutos sejam produzidos.
         Jesus em seu amor e misericórdia está nos adubando constantemente com a Pregação da PALAVRA, com seu CORPO E SANGUE dados com e sob o pão e o vinho. O adubo é o melhor de todos. Mas porque os frutos muitas vezes não são encontrados? E pensando por um momento naqueles que pelos meios da graça fazem a adubação: Como estamos adubando? Ou o que poderiamos fazer para que esse adubo chegue a mais pessoas?
         Os frutos só podem ser produzidos em Cristo: “Como, porém, em tudo, manifestais superabundância, tanto na fé e na palavra como no saber, e em todo cuidado, e em nosso amor para convosco, assim também abundeis nesta graça” (2Co 8.7) e: “Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra, como está escrito: Ora, aquele que dá semente ao que semeia e pão para alimento também suprirá e aumentará a vossa sementeira e multiplicará os frutos da vossa justiça, enriquecendo-vos, em tudo, para toda generosidade, a qual faz que, por nosso intermédio, sejam tributadas graças a Deus” (2Co 9.8-11). Por isso: “... não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos. Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé” (Gl 6.9-10) e: “Agora, quanto aos nossos, que aprendam também a distinguir-se nas boas obras a favor dos necessitados, para não se tornarem infrutíferos” (Tt 3.14) pois, “Fiel é esta palavra, e quero que, no tocante a estas coisas, faças afirmação, confiadamente, para que os que têm crido em Deus sejam solícitos na prática de boas obras. Estas coisas são excelentes e proveitosas aos homens” (Tt 3.8).
         Os frutos não são para a nossa salvação, eles são reflexos da nossa salvação. Eu não vejo ninguém atrás de uma árvore, mas pela sombra da pessoa observo que há alguém atrás da árvore. Assim é o fruto produzido pelo cristão: “Eu sou a videira, vós, os ramos permanecei em mim, e eu permanecerei em vós” (Jo 15.4-5).
         O fruto só é produzido naquele que está em Jesus. Fora de Jesus, podem até existir boas iniciativas e feitos, mas, os mesmos não têm valor diante de Deus. Frutos agradáveis a Deus são produzidos pela fé em Jesus.
Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queima” (Jo 15.6).
         As boas obras não salvam, mas, não podemos simplesmente cruzar os braços e dizer que não queremos fazer o que Deus espera que façamos, por isso a advertência do apóstolo Tiago: “Verificais que uma pessoa é justificada por obras e não por fé somente” (Tg 2.24).
         Tiago quer despertar as consciências ociosas e seguras em sua fé morta. Os de fé morta são as pessoas que se dizem cristãs, mas não produzem frutos.
         A vida cristã é uma vida vivida numa pista de mão dupla assim como diz o autor a carta aos Hebreus: “Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem. Pois, pela fé, os antigos obtiveram bom testemunho. Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem. Pela fé, Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim; pelo qual obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas. Por meio dela, também mesmo depois de morto, ainda fala. Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte; não foi achado, porque Deus o trasladara. Pois, antes da sua trasladação, obteve testemunho de haver agradado a Deus. De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam. Pela fé, Noé, divinamente instruído acerca de acontecimentos que ainda não se viam e sendo temente a Deus, aparelhou uma arca para a salvação de sua casa; pela qual condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem da fé. Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia. Pela fé, peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa; porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador. Pela fé, também, a própria Sara recebeu poder para ser mãe, não obstante o avançado de sua idade, pois teve por fiel aquele que lhe havia feito a promessa” (Hb 11.1-11).
         Na fé se produz frutos.
         Jesus intercedeu por nós, figueiras fracas e sem frutos. Mas, ao mesmo tempo amados pelo Filho do dono que continua nos adubando para podermos produzir os frutos necessários para o nosso bem, do nosso próximo e para honra e glória de Jesus. Amém!
Rev. Edson Ronaldo Tressmann

2 comentários:

  1. A paz do Senor Jesus Rev. Tressmann. Obrigado pelo maravilhoso ensinho. Eu sou Enildo sou Mocambicano e tive a oportunidade de aprender muito com o sermao acima colocado. Que Deus continue lhe ilustrando e lhe dando graca.
    Meu e-mail (dmutemba@yahoo.com.br)

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